sexta-feira, novembro 14, 2014

A operação "vistos gold" não tem nome. O jornalismo do CM tem: bufarinheiro.

As notícias do dia, segundo se percebe, são relativas à detenção para interrogatório judicial de várias figuras de topo nas instituições do Estado ligadas aos assuntos da imigração. Três "altos dirigentes" foram detidos, incluindo o director do SEF e ainda o presidente do Instituto dos Registos e Notariado.

O Sol de hoje destaca numa notinha na primeira página e no interior mostra esta notícia que nem refere o miolo da questão, relacionada com chineses e angolanos...


O Correio da Manhã pega-lhe de cernelha. Assinada por Eduardo Dâmaso, Henrique Machado e Tânia Laranjo, a noticia é o juiz desembargador Antero Luís, antigo director do SIS e até Maio passado "coordenador" de polícias. Saiu e depois de sair disse coisas, sobre a autoridade do Estado.

O CM, apesar de o assunto que respeita a Antero Luís ser marginal e relativamente inócuo, uma vez que, segundo a notícia,  apenas foi escutado a telefonar ao agora detido presidente do IRN a fim de "facilitar" um eventual negócio em nome de empreiteiro amigo de um irmão, faz a manchete, com um título equívoco: "casa de milhões trama juiz e superpolícia".  A "casa de milhões" não é a dele, note-se. E aqueles três jornalistas têm a obrigação de saber que quem ler pode pensar que é e propagar a atoarda. Enfim, jornalismo trash, mais uma vez, à la Tânia Laranjo, useira e vezeiras nestas coisas e que devia aprender um dia destes a ser jornalista a sério  e não apenas bufarinheira de escândalos para vender jornais. É um nojo este jornalismo e devia ser punido severamente, mas não é.

Dito isto, sobre a personagem em causa, o que me suscita alguma perplexidade nem é a notícia do telefonema em nome do empreiteiro amigo  do irmão para "facilitar" a colocação de um imóvel a potenciais imigrantes de luxo, capazes de dar o triplo do valor de venda normal.  Não é tanto isso que nem sequer está apurado que tenha sido assim e o jornal dá como assente. E mesmo que o venha a estar seria sempre necessário que se comprovasse como um elo de ligação a um sistema de contactos ilegítimo. Ora, tal coisa não me parece que tenha grande passo de corrida.
 O que me suscita curiosidade, porém,  é uma etiqueta que aparece na imagem no agasalho do desembargador. Isso é que me faz pensar.


Questuber! Mais um escândalo!