quarta-feira, novembro 26, 2014

Mário Soares: similis cum similibus

Observador:

Mário Soares assumiu a defesa mais acérrima de José Sócrates até ao momento, depois de uma visita de mais de uma hora à prisão de Évora. “Todo o PS está contra esta bandalheira”, disse o fundador do PS, acrescentando que a operação Marquês “não é outra coisa que não seja um caso político” e que “todo a gente acredita na inocência do ex-primeiro-ministro” – “menos o senhor”, referência ao jornalista que lhe dirigia uma pergunta.

“Isto é uma malandragem daqueles tipos que atuam mas que que não fizeram nada”, disse o ex-Presidente, referindo-se indiretamente à investigação. “Isto não tem nada a ver com os socialistas, tem a ver com os malandros que estão a combater um homem que foi um primeiro-ministro exemplar”.


A propósito destas coisas  será bom recordar que Mário Soares tem apoiado activamente bandalhos ao longo dos anos.

Já se "atravessou " por Bettino Craxi, quando este se "evadiu" para a Tunísia e até o foi visitar quando era presidente da República. Toda a gente o desculpou porque os jornalistas também o fizeram. Mário Soares pagou do bolso dos portugueses viagens e viagens por todo o mundo por onde viajou a jornalistas que depois não o criticavam. Comprou-os e muitos deixaram-se vender.

Depois defendeu o inoxidável Andreotti, quando ninguém na Itália o fazia.

Agora esta vergonha para as instituições democráticas. 

Porque é que o faz? Simples: é da mesma laia.

Há uma pergunta que os jornalistas devem fazer a Soares: quanto paga à enfermeira que o costuma acompanhar diariamente, nos tempos que correm? Segundo se diz serão cerca de 10 mil euros por mês, mas a filha pode confirmar. É assunto da vida privada? Pode ser mas Soares está sempre a meter-se onde não é chamado, pelo que deve suportar essa intromissão.

Por últimos: este bandalho, porque se comporta como tal, ofende as instituições judiciárias do país e nada de nada lhe acontece. Da última vez que ofendeu as instituições democráticas que jurou defender enquanto presidente da República, foi aquando de um encontro com Isaltino de Morais a quem passou um atestado de inocência depois de este cumprir a pena.
Agora procura activamente politizar o exercício da justiça relativamente a um correligionário cujos rabos de palha são tantos que cobririam este desgraçado. Perdeu a cabeça porque anda atoleimado ou o caso terá outros contornos? Esta repristinação da famigerada tese da cabala irá replicar-se neste PS?
Será muito mau sinal, mas esperemos para ver. Em dez anos o povo português aprendeu algumas coisas sobre o PS, neste aspecto. E sobre a justiça também. Veremos por isso o que isto dá.

Curiosamente, aquando do caso Casa Pia andou mudo e quedo durante anos. Nada falou, como agora o faz. Fê-lo depois, quando o processo tinha serenado, para atacar os poderes públicos da investigação. Nada lhe sucedeu. 
É altura de lhe perguntarem porquê. E talvez Carlos Cruz saiba melhor que ninguém...

Questuber! Mais um escândalo!