Ainda a propósito da passagem de testemunho do jornalista José
Alberto de Carvalho para o jornalistazinho Sérgio Figueiredo será bom
recordar coisas antigas e que mostram o lodo em que nos encontramos na
informação e não só.
Em tempos ainda não muito
recuados, no ano de 2012, a TVI, pela mão do repórter Carlos Enes,
entretanto saído da estação de tv, transmitiu esta reportagem, hoje
virtualmente impossível sobre as barragens.
O tema, muito simples, resumia-se a uma pergunta ainda mais simples: porque é a electricidade tão cara? E dizia-se:
"Portugal vai fazer 9 barragens
novas, que vão gastar mais electricidade do que produzir. Quem vai
pagar são os consumidores, nas facturas. Saiba porque a electricidade é
tão cara, no Repórter TVI. «Facturas de Betão» é uma Grande Reportagem
do jornalista Carlos Enes, com imagem de Carlos Carvalho e montagem de
Miguel Freitas."
Em complemento informativo sobre o petit journaliste, tornado funcionário da Fundação EDP, na secção de Produção.
A TVI é do grupo Prisa do célebre conde Amaral, onde estagia também, na Administração, uma certa Rosa Cullell.
Esta
doña Rosa é nada mais nada menos que administradora de uma outra
empresa que a EDP conhece muito bem. De facto, em 2013 comprou parte do
capital: a Hidroeléctrica Del Cantábrico S.A. (“HC”).
Doña Rosa Cullell é naturalmente "consejera" de tal empresa desde 1999.
A TVI está para a EDP como o BES para a PT, neste aspecto.
O que é que o petit-journaliste vai fazer? A vontade de quem manda...
20 comentários:
Os porcalhões bling-bling diziam isto:
http://ecotretas.blogspot.pt/2012/02/os-equivocos-de-joanaz-de-melo.html
Já morreu mas, infelizmente, deixou descendência.
Os porcalhões deviam engolir a cretinice toda que debitam:
http://ecotretas.blogspot.pt/2011/10/as-barragens-da-biosfera-parte-i.html
vai começar a sério a campanha eleitoral transmitida
da costa do Malabar
'cenas tristes dos próximos capítulos'
a rataria é sempre a mesma
'só mudam as moscas'
País de mafiosos : a MEO facturou-me no mês de Setembro 2,50€ por recorrer ao nº de apoio técnico 16209 - o único disponibilizado pela empresa . Motivo do contacto : falha / intermitência do sinal dos serviços contratualizados ( tv e internet ) .
Estou convencido que a MEO / PT utiliza este expediente para incrementar a sua facturação .
Gastei mais de cinquenta exasperantes minutos para fazer uma reclamação - deve ser política do call center para desmotivar o reclamante . O estorno do montante ainda não foi reflectido na presente factura .
Também me aconteceu o mesmo com a EDP- uma pipa em conta telefónica porque fazem o mesmo truque.
Passei a mandar carta e mail e insultei-os até dizer chega.
No pretérito 3 de Outubro fui o 17º passageiro a quem foi recusado o embarque - por motivo de overbooking - num voo da TAP que saía de Lisboa.
E suspeito que fui o único a receber a indemnização pecuniária a que tinha direito , não vi mais ninguém a reclamá-la...
A Fidelidade está com uma publicidade arrojada na Televisão : já vende funerais aos mais novos....
:)
vai haver costa à palla da tvi, co correio da manha ...
o palácio raton
já toca dentro do tom
começam a afinar a charanga
é fartar vilanagem , 2015 promete
tal como vitória de Dilma no nordeste.
o melhor para o nordestino:
boi na boiada
cerveja gelada
mulé pêlada
'a luta continua'
a trindade foi fundada por Irmão da Galiza residente na 'capital'
símbolos maçónicos no mesmo quarteirão em direcção ao Carmo (frontaria de prédio)
encimados por triângulo de templo
não o eterno triângulo ou ménage à trois (o fornecedor, a mercadoria, o consumidor)
A meo anda a recuperar a roubalheira à conta do seu cliente.Num mês aumentaram em 100% a não utilização do telemóvel...
a CNN tem estado a dar em directo a comemoração em Berlim dos 25 anos do bota-abaixo do muro da vergonha
por cá os bimbos habituais impingem com ar solene as porcarias diárias e as dominicais
'a mentira a que temos direito'
a culpa é da falta de 'bom senso' do cavaco
o parodiante que afirmou isto nunca leu o ínicio do Discurso do Método de Descartes
além dos 'upanichades' de costa teremos outro momento de humor pelo entertainer
A reportagem chama-se “Facturas de Betão” mas parece-me que seria mais correcto chamar-se “Facturas de Aço” uma vez que as torres dos aerogeradores, podendo ser de betão, são quase sempre de aço.
Esta reportagem mostra o quanto os lóbis influenciam exageradamente as decisões dos governos. E a forma como cada um conta a versão que mais lhe convém.
O Professor Pinto de Sá explica, no seu blogue, (http://a-ciencia-nao-e-neutra.blogspot.pt/) de forma simples e clara como os lóbis (com total apoio dos ecocoisos da União Europeia) influenciaram os sucessivos governos e conseguiram, através das eólicas e das fotovoltaicas e destas hidroeléctricas de apoio, aumentar brutalmente o custo da energia eléctrica.
Não é a assunto que domine.
Mas consta que caso se aumentasse a eficiência da rede eléctrica e caso o sector público levasse a cabo um plano de poupança seria possível reduzir o consumo de electricidade em Portugal em mais de 10%. Só as autarquias gastam uma fortuna em iluminação desnecessária. São quilómetros e quilómetros de estradas rurais iluminadas, qual avenidas de Lisboa. Aqui ao lado, em Espanha, não há iluminação fora de povoações.
Parece que cada uma destas novas barragens aumentará a produção eléctrica em pouco mais de 1 ou 2%.
Poupar ou desperdiçar, eis a questão...
«A reportagem chama-se “Facturas de Betão” mas parece-me que seria mais correcto chamar-se “Facturas de Aço” uma vez que as torres dos aerogeradores, podendo ser de betão, são quase sempre de aço.»
Parece que cada moinho dura menos de 20 anos.
Daqui a uma década terão de renovar o parque eólico.
Haverá dinheiro?
A questão é...
por que motivo não temos nuclear?
"A questão é...
por que motivo não temos nuclear?"
Essa é fácil: porque o lobby do nuclear, em que um dos principais apoiantes era o falecido professor Simão, Veiga, não conseguiu impor a sua ideia. No tempo ainda não tinha acontecido Three Mile Island nem Chernobyl, mas essas duas ocorrências mataram o lobby.
Com Marcello Caetano no poder teríamos provavelmente energia nuclear. É um palpite apenas, mas que me parece lógico.
“Mas consta que caso se aumentasse a eficiência da rede eléctrica e caso o sector público levasse a cabo um plano de poupança seria possível reduzir o consumo de electricidade em Portugal em mais de 10%.”
Ouço muitas vezes este número, mas tenho dúvidas. Mas o tema não vale a discussão. Tomáramos nós gastarmos mais energia eléctrica, era sinal de uma Indústria mais possante.
O consumo de energia eléctrica é também um bom indicador do Índice de Desenvolvimento Humano.
“Só as autarquias gastam uma fortuna em iluminação desnecessária. São quilómetros e quilómetros de estradas rurais iluminadas, qual avenidas de Lisboa. Aqui ao lado, em Espanha, não há iluminação fora de povoações.”
Concordo. Mas a maior parte desta energia é consumida à noite, quando (é barata e) o país tem produção excedentária porque é quando as eólicas funcionam. É um mal que vem por bem, senão as eólicas sobrecarregam ainda mais a rede e lá teremos que construir mais uma barragem ou outra para consumir este excesso.
“Parece que cada uma destas novas barragens aumentará a produção eléctrica em pouco mais de 1 ou 2%.”
Duvido que aumentem alguma coisa, fiquemo-nos pelo saldo nulo que já não é mau. Estas barragens servem, essencialmente, para gastar a energia que as eólicas geram durante a noite e a madrugada quando (quase) ninguém está a consumir. Elas usam essa energia para bombear água que já passou pela barragem, de volta para dentro da albufeira. Se não fizerem isto, em noites ventosas a produção das eólicas rebenta com a rede. Note-se que, apesar de já sermos excedentários em energia eléctrica, na maior parte das horas, ainda está prevista a instalação de mais eólicas.
Estas barragens têm, como as outras, outra função importante, serem reservas de água doce.
“Parece que cada moinho dura menos de 20 anos.”
Consideremos 20 a 25 para evitar discussões desnecessárias com os adeptos desta forma de gerar energia.
“por que motivo não temos nuclear?”
Há vários:
O mais importante talvez seja o que o José apontou. Os acidentes são muito raros, comparando com as outras formas de produção, mas quando acontecem podem ter consequências muito graves. E o mais grave deles todos foi logo acontecer no país cujo regime representava o Sol na Terra. Isso fez muito ecologista mudar de opinião.
Outro factor importante é a dimensão dos nossos consumos, relativamente pequenos por sermos um país pequeno e por termos a Indústria (principal consumidora de energia eléctrica) destruída. E agora que somos excedentes em produção eléctrica, o assunto está arrumado por (pelo menos) duas décadas.
Um terceiro factor é o elevado custo de construção dessas infra-estruturas. Ao longo do tempo, compensa. Se considerarmos toda a vida útil do equipamento, é mesmo das formas mais baratas de produzir electricidade, mas o custo inicial é muito elevado, até porque a concorrência é pouca, actualmente só 3 países dominam a tecnologia de topo (França, Rússia e Estados Unidos).
E também dou razão ao José no último comentário, sem o 25 de Abril tínhamos, muito provavelmente, centrais nucleares. Era outra a capacidade económica, industrial e tecnológica. E outra a visão de futuro. Recordo que foi criada em 1954 a Junta de Energia Nuclear e em 1961 começou a funcionar o primeiro reactor nuclear português (curiosamente a 25 de Abril).
Esta deve ser outra das razões porque não as temos, são fascistas.
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