segunda-feira, novembro 03, 2014

Alguém, em Portugal, tem 8 mil milhões de euros?

Económico:

O grupo francês Altice apresentou aos brasileiros da Oi uma oferta vinculativa pela PT Portugal, segundo um comunicado divulgado esta noite pela dona da Cabovisão e da Oni.
A Altice fixa o enterprise value da PT Portugal (isto é, incluindo dívida) em 7,025 mil milhões de euros. A oferta é em dinheiro e livre de dívida, o que inclui um ganho de 400 milhões de euros relacionado com a geração futura de receitas da PT e mais 400 milhões de ganho relacionado com a futura geração de free cash flow operacional (EBITDA menos Capex).


Segundo julgo, ninguém, em Portugal tem oito mil milhões de euros para investir na compra da PT. A não ser o Estado que não o pode fazer porque seria um buraco nas contas maior do que o do BPN...

Logo, os dados estão lançados e a conclusão é que a PT vai ser vendida a privados, eventualmente estrangeiros.

Em 1974, os capitalistas portugueses, incluindo os do grupo Espírito Santo, estavam dispostos a investir na economia nacional cerca de 120 milhões de contos, cujo valor actual, referido a 2013 e segundo as contas do livro O Ataque aos Milionários, de Pedro Jorge Castro ( A esfera dos livros, 2014, pág.138) seriam cerca de 20 500 milhões de euros.

Portanto, nessa altura, em Portugal havia dinheiro, capital, aquela coisa que servia para mandar cantar os cegos. Porém, nessa altura  em Portugal não havia cegos. Só visionários a mandar.  Começando por Mário Soares e os adeptos ferrenhos dos amanhãs a cantar.
Pois o pessoal político-jornalistico de então, com muitos deles ainda por aí na ribalta e até com pretensões a serem, sei lá, presidentes da Assembleia da República e mais além, não quiseram a oferta. Um tal Salgado Matos, "aspirante" na tropa de então, mirolhou a oferta e concluiu em relatório que era fogo-fátuo e que  o que os capitalistas de então queriam era apenas transferir para o MFA a responsabilidade da não aceitação da oferta. Este Salgado Matos arranjou bem a vidinha, depois...


Imagem do Sempre Fixe de 31 de Agosto de 1974, sobre a iniciativa dos empresários portugueses da época.

A seguir imagens daquele livro citado que conta a história do que se passou em meados de 1974, após a Revolução, com aquela iniciativa.

Sobre isto é escusado procurar em algum lado porque não se encontra quem queira saber melhor. As tv´s e a imprensa nacional actual também não querem saber e por isso a História é contada ao contrário pelos mesmos de sempre, ou seja, a Esquerda que nos afundou em três bancarrotas. Alguns julgam este diagnóstico muito exagerado.
Gostaria de ver rebatida tal asserção... e por isso um verdadeiro Prós&Contras seria interessante. Mas tal coisa é do domínio da utopia porque para perguntar é preciso saber primeiro ( João Sousa Monteiro dixit de outra forma).







Questuber! Mais um escândalo!