sábado, novembro 01, 2014

Quem são os "delinquentes da comunicação social"?

O jornal i de hoje faz um apanhado em modo de BES(t) of do caso GES/BES, tal como publicado pelo jornal no último mês.

Vale a pena ler o editorial de Luís Rosa sobre o assunto. Até começa por citar o jornalista americano Ben Bradlee, director do Washington Post e recentemente falecido.


O director Luís Rosa acha-se um émulo do jornalista que "diz a verdade" e escreve que o jornal "revelou verdades que Ricardo Salgado e o seu poder quase absoluto conseguiu esconder durante muito tempo da opinião pública. Com a ajuda de uma tropa de choque liderada por delinquentes da comunicação e o estatuto de maior anunciante nacional, Salgado conseguiu domar a comunicação social durante mais de 20 anos".

Portanto, há "delinquentes na comunicação social" que ajudaram a chegar a este estado de coisas e constituem até uma "tropa de choque".

Portanto, em nome da "verdade que liberta", frase atribuída ao tal Ben Bradlee, impõe-se agora que Luís Rosa e o i coloque a boca no trombone da primeira página e comece a enunciar os soldados rasos, sargentos, capitães e generais dessa tropa que ajudou, omitindo as "verdades",  a que o nosso país passe por uma crise económico-financeira gravíssima, a terceira em 40 anos e no limiar da bancarrota.
Urge tal tarefa de desbravar a verdade oculta nas redacções dos media nacionais.

Quem são eles, afinal? Quem é essa tropa de choque? O Expresso e o grupo SIC? Sim, com certeza. O Diário de Notícias?  Claro que sim. O Público? Idem aspas. O  Correio da Manhã? Não conta porque só quer vender papel. O Jornal de Notícias, idem com mais um pouco de qualidade. A Sábado? Às vezes.

Se isto fosse assim tão simples era canja. Mas não é. E a prova trá-la o mesmo jornal i de hoje: entrevista um figurão da advocacia de negócios que finge sempre de morto quando se fala em corrupção. E contudo foi um dos beneficiários directos, durante anos, de um esquema de parecerística avulsa e paga em modo milionário pelo Estado às firmas de advocacia.
José Miguel Júdice é o nome deste figurão e está sempre em todas quando toca a reunir. Agora está com o "Costa", claro está...

Nenhum jornal, jamais em tempo algum,  denunciou explicitamente aquele esquema de funcionamento do Estado com as firmas de advocacia do regime, tirando um ou outro tiro isolado ( e no pé) do Diário de Notícias, há uns anos, em artigos sobre o funcionamento do Estado. As televisões, essas, nem querem cheirar o assunto, tamanho é o fedor que exala. 
Quem manda agora no Diário de Notícias? Proença de Carvalho. Eis outro caso que carece de apuramento urgente de certas "verdades que libertam".

Ontem numa tv, Marinho e Pinto e Paulo Morais dedicaram algums minutos a este assunto. Marinho e Pinto citou até o caso de Júdice, referindo-se a uml negócio de "venda de parte de um empresa pública, em que uma firma de advocacia participou cobrando ao Estado dois milhões de euros por mês",  sem lhe apontar o nome... e apesar de ter trocado dólares por euros, a verdade é que esta ainda não está "liberta".

Portanto, em nome da tal "verdade que liberta" podem já começar a pegar no assunto...

Vão pegar não vão? É que vai ser já a seguir...



2 comentários:

Portas e Travessas.sa disse...

Fidalgos, galgos e pardais - são três espécies de animais.

Floribundus disse...

diz-se que
a comunicação socialista está ao serviço dos partidos de esquerda, centrão com carteira no bolso esquerdo, banca salgada e não só

os jornalistas pertencem aos partidos, recebem sem recibo por serviços prestados

as tvs dependem dos anúncios

pode ser que Marinho se 'desboque'

A obscenidade do jornalismo televisivo