quinta-feira, novembro 13, 2014

O jornalismo de esquerda define o campo ideológico

Expresso online:

O guião de Mendes para a direita ganhar.
A direita ainda pode ganhar? Marques Mendes diz que depende de sete condições. Entre elas, remodelar com urgência, abrir ao centro-esquerda e fechar até janeiro coligação com o CDS.

Este título na notícia do Expresso online, assinado por Ângela Silva serve para exemplificar como é que o jornalismo nacional ajuda a definir os termos ideológicos nas opções partidárias e vai estabelecendo os padrões ideológicos nacionais. 

Pelos vistos, Marques Mendes assina hoje na Visão um artigo em que aconselha o actual governo de coligação a orientar-se politicamente se quiser ganhar eleições. Pois para a jornalista do Expresso tal é a expressão da "direita" e representa um guião estratégico para que essa "direita" vença as eleições, derrotando por isso a "esquerda".
Os termos da equação política são por isso definidos em razões de opções ideológicas avulsas e retomando os critérios de classificação da esquerda que empurram naturalmente para uma "direita" mítica quem lhe possa fazer alguma sombra ideológica.
Esta táctica das forças políticas que em Portugal se assumem de esquerda é velha e revelha. Tais "forças" são maioritárias sociologicamente, por força de jogos deste tipo, repetidos ao longo de décadas. Resultam sempre e por isso está já convencionalmente definido o que é a esquerda e a direita em Portugal. O jornalismo do Expresso e dos outros lados todos do panorama mediático, retomam por isso esta dicotomia convencional que nem as evidências mais chocantes permitem alterar.

Assim, o único modo de lidar com esta mistificação que leva décadas de avanço à razão lógica e politicamente adequada, é questionar por que razão será o presente "governo de coligação" representativo da tal "direita" e ainda se esta se pode definir em Portugal em função de qualquer opção ideológica distinta da tal "esquerda". Esta, sabendo o efeito sociológico da designação tem "orgulho" , como agora se diz, em se autoproclamar desse lado, supostamente do bem e do politicamente correcto que costuma vencer nos períodos eleitorais de crise económica.

Em Portugal e por isso mesmo ninguém se autoproclama de "direita" seja lá isso o que for, a não ser para eventualmente se distinguir dessa "esquerda" que também não se sabe ao certo e ideologicamente o que é.

Portanto, neste jogo de conceitos forçados ganha politicamente quem está do lado certo e por isso qualquer indivíduo que se entenda de "esquerda" mesmo não o sendo de todo na prática e na teoria que não tem, como é o caso de José Sócrates, prevalece-se da vantagem e não tem qualquer pejo em vituperar a suposta "direita" que por vezes é mais de esquerda que a própria esquerda putativa.

Assim, torna-se mister averiguar o que distingue esta "esquerda" daquela "direita" e no final de contas chegamos a uma conclusão: nada. Ou quase nada, tirando o jacobinismo maçónico que encontra igualmente refúgio em vários indivíduos e sectores da tal "direita", incluindo o Expresso.

A quem aproveita esta confusão? À tal "esquerda", naturalmente...

10 comentários:

zazie disse...

"tem orgulho", tem.

Anda meio mundo com orgulho e sem vergonha na cara.

S.T. disse...



http://www.publico.pt/sociedade/noticia/carrilho-acusa-governo-de-acto-ilegal-e-inconstitucional-ao-convidar-exmulher-para-jornadas-1675930

Quem se mete com a «Esquerda» , leva...

:))

Floribundus disse...

na EPC dizia-se 'isquerda volver'
e assim aconteceu

a esquerda é socialista. adora ser dona dos meios de produção para encaixar os 'bóis'; no mínimo keinesiana para fazer obras públicas para os próximos milénios

a direita é fascista ou 'exploradora do homem pelo homem, quando o socialismo é exactamente o contrário'

josé disse...

Pois, mas esses lugares comuns são os que afinal se replicam em notícias como esta do Expresso porque representam o que os jornalistas apreendem.

Quem os fez "apreender"? Isso foi trabalho de formiguinha que durou estes anos todos e ninguém se deu ao cuidado de desmontar sistematicamente, denunciando a intrujice.

josé disse...

Ao Expresso tem dado muito jeito estas águas chocas, este lodo ideológico com legionelas comunistas que infectam todos os organismos.

Se não fosse assim o Expresso já teria acabado como esteve para suceder em 1973.

José Domingos disse...

Uma das coisas que estranho ouvir, cá no burgo, é a de que o povo português, é maioritáriamente socialista. Nunca percebi, como se chega a uma conclusão destas. Só se é alguma informação subliminar.
A outra é falar na direita em Portugal, mas pelos vistos direita, só até ao cds, mais para lá é censurado, pelos comités dos sovietes. Embora ache que o cds, é um partido do sistema e situacionista, é incapaz de mexer no que quer que seja.Depois nas escolas públicas, funcionam como orientadoras e fazedoras de malta de esquerda. São esses os interesses da cinco de Outubro.

Floribundus disse...

a % de gente de esquerda e direita

só pode ser avaliadas pelos votos das legislativas
que ps e pc obtêm

quando o psd ganha ou perde eleições

josé disse...

"a % de gente de esquerda e direita
só pode ser avaliadas pelos votos das legislativas
que ps e pc obtêm
quando o psd ganha ou perde eleições"

Nem o PSD é de direita nem o PS é de esquerda, sempre. Tem proclamações sobre tal estado mas na maioria das vezes as políticas de um e outro partido sobrepõe-se ideologicamente e seriam melhor classificados como social-democratas que não equivale a dizer que sejam de direita.

Nem Marcello Caetano foi de direita, sempre...

josé disse...

Os conceitos esquerda e direita são em Portugam meramente operacionais para captar votos. Basta que alguém se diga de esquerda para o ser. E quem não o diz é de direita...

mahcowmusic disse...

Nos tempos que correm, são muitas as questões que levantamos sobre, a nossa vida, o nosso futuro. As incertezas, as inseguranças… Esta é uma mensagem de esperança de confiança de certeza… Segue o teu caminho, Segue os teus sonhos, rodeia-te de pessoas geniais, inspiradoras, de amigos e família, faz acontecer! Acredita que É Tempo de Mudança!

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O Público activista e relapso