O Muro, verdadeiramente, só caiu em finais de Agosto de 1991...porque em 23 desse mês, Ieltsine suspendeu as actividades do partido comunista na então URSS, por suspeita de envolvimento no golpe de Estado.
Por cá, após os acontecimentos de 25 de Novembro de 1975, era isso que deveria ter sido feito. Porém, Mário Soares e Melo Antunes não deixaram. Disseram que o PCP era necessário à democracia. Tão necessário quanto uma viola num enterro...
O PCP ainda hoje lamenta a queda do Muro, há vinte e cinco anos. Sobre a queda do comunismo na URSS nem se fala. Nessa altura, no espaço de algumas horas apoiaram os golpistas, com um comunicado que tiveram que engolir horas depois. É um daqueles sapos que ainda não deglutiram.
Quando o Muro caiu, há 25 anos, ficaram à mostra muitas vergonhas do sistema comunista. Porém, a miséria e desgraça a que o sistema conduziu muitos milhões de pessoas, durante décadas, só foram devidamente entrevistas após a queda o muro, em Moscovo, em Agosto de 1991.
O polaco Ryszard Kapuscinski fotografou então alguns instantâneos dessa tragédia colectiva, provavelmente e a par das grandes guerras, a maior de todo o século XX e que ainda hoje o PCP pretende enaltecer e se lhe fosse possível preservar no formol onde guarda a ideologia comunista.
As fotografias estão agora em exposição, em Barcelona.
Uma imagem que diz mais de mil palavras é esta sobre o que então se passava na Ucrãnia e que explica o que se passa agora. As inscrições na estátua falam por si: "onde estão as nossas casas, hospitais e escolas?"