O ano de 1971 para a esquerda portuguesa era tempo do "fascismo". Quem viveu esse tempo e não era comunista não tinha o mesmo sentimento porque objectivamente a vida de todos os dias não era como querem fazer crer certos revisionistas de uma História que preferem contar do lado de dentro das suas grades imaginárias.
O jornal Diário Popular desse ano contava assim as notícias na sua edição de 7 de Dezembro de 1971.
Havia os fait-divers na página 21:
Na página 19 apareciam as notícias judiciárias, com os julgamentos no "Plenário" e ainda as da guerra, com um comunicado discreto das Forças Armadas a anunciar o nome dos mortos nas três frentes de guerra que então travávamos em África, como os americanos no Vietnam.
Na página 7 dando seguimento à notícia da capa, a inauguração da Escola Superior de Meios de Comunicação Social, particularmente o Curso Superior de Jornalismo. Sim, em pleno "fassismo".
Na página 9 um artigo sobre "as negociações portuguesas com o Mercado Comum", o que é sempre uma novidade para quem pensar que a nossa entrada na CEE foi obra exclusiva de um Mário Soares...e quem aparece na fotografia é um governante dos anos oitenta da democracia ( e já agora membro do selecto clube de Bilderberg).
Ainda sobre a Guerra no Ultramar a edição de 24 de Outubro desse anos publicava assim na sua página 15: