quarta-feira, junho 10, 2020

A Pátria de há 50 anos não era ditosa?

Há 50 anos o dia 10 de Junho celebrava-se como o dia da raça. Um racismo perfeito que abrangia todas as raças que eram portuguesas, sem conotações de exclusão discriminatória.

Em Portugal não havia então complexos colonialistas e, pelo contrário, promovia-se a ideia que a Nação se estendia do Minho a Timor.
Era uma ideia contra a corrente de opinião veiculada pela esquerda marxista, ainda internacionalista e uma direita liberal, de pendor americano-democrata que era compagnon de route desse entendimento advindo com os "ventos da História".
Não obstante em Portugal resistia-se a tal entendimento e não havia discussão livre acerca de tais ideias.
Oficialmente Portugal continuava uno e indivisível nessa identidade. Era assim que se ensinava nas escolas e era assim que se noticiavam os acontecimentos , com críticas implícitas a "derrotistas" e cépticos de tal doutrina. Os opositores marxistas eram calados pela censura, com um pretexto válido: a guerra no Ultramar já com uma década de duração.

Hoje em dia, em Portugal é precisamente o contrário que sucede: quem se atreve a discordar do discurso marxista oficial leva com uma carga de fassista para arruinar qualquer credibilidade subsistente, sendo igualmente censurado nos media, com um fervor não muito diferente do que acontecia há 50 anos. A mentalidade censória é sempre a mesma: capar ideias alheias contrárias ao poder que está. A Liberdade nunca passa por aí e era para usufruirem de tal privilégio que os actuais censores criticavam o antigo regime. Mal se viram no poder alteraram o discurso oficial, substituiram as palavras por outras e fizeram exactamente o mesmo que aqueles que criticavam: censuram as vozes discordantes, porque têm medo da verdade e de serem corridos pela incapacidade e incompetência de que já deram provas mais que sobejas.

Para perceber o que era exactamente o espírito do tempo que passou há 50 anos e que era o do regime e também da população em geral, com exclusão da pequeníssima franja comunista e socialista, de carácter subversivo e então anti-patriótico, basta ler estas páginas da revista Observador de 11 de Junho de 1971



Está aqui tudo: o esforço de guerra contra o terrorismo nas províncias ultramarinas, o progresso material alcançado, as perspectivas de futuro e a fá inabalável na integralidade de Portugal com as suas províncias do Minho a Timor.
Era este o estado de espírito da Nação, em geral, com excepção naturalmente dos poucos comunistas e socialistas que andavam na oposição subversiva ao regime e que eram então uma minoria de minorias, porém com capacidade de propaganda insidiosa muito superior ao seu peso político real.

Entre estes alguns que agora são promovidos a figuras de proa da "intelligentsia" nacional como este tal Costa Silva que era então declaradamente pró-comunista, adepto do MPLA e portanto anti-patriota e criminoso, segundo o regime da época. Traidor. É com este tipo de gente que se vai projectar o nosso futuro...

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