segunda-feira, junho 22, 2020

Os juizes do CSM italiano...não são como os de cá.

A revista Panorama da semana passada tem esta capa dedicada aos juízes italianos do Conselho Superior da Magistratura deles.



A revista conta a história do juiz Palamara que era um tipo porreiro que se dava com toda a gente de quem era amigo e até foi dirigente sindical. Um juiz popular entre pares e que foi alargando o sistema de contactos até incluir gente do governo, até mesmo o primeiro-ministro Renzi, segundo rezam agora as más línguas e mesmo treinadores famosos do futebol, como Claudio Ranieri.
Entre partidas de futebol, almoços ou jantares e convites sociais, o juiz Palamara não tinha mãos a medir. O pai tinha sido já um colaborador próximo nos governos de Craxi.
Palomara chegou por isso com toda a naturalidade ao topo de magistratura italiano, ao CSM.
Como trocava mensagens com a sua secretária a propósito desses eventos e encontros de alta sociedade, bem como entrava em "redes sociais" charlando à vontade com quem aparecia foi apanhado numa rede de tráfico de influências vergonhosa para a magistratura.

Coisas italianas que por cá nunca sucederam nem sucedem, como é bom de ver. Não temos cá desta gente...felizmente. Não era assim?

O jornal LaVerità apanhou um filão de conversetas de "chat" deste juiz supremo e publicou-as e vai ainda publicando. Os envolvidos afastam-se do juiz como se tivesse lepra ou fosse portador do bicho que  anda por aí e veio de lá.



A revista Panorama explica o que se passou, em editorial. Qualquer semelhança com o que se passa por cá, no nosso CSM é pura coincidência...mormente quanto ao modo de eleição e escolha dos "pares".



Felizmente que por cá não temos disto: juízes e membros do CSM que frequentam círculos políticos, ligados aos governos; que fazem traficância das influências que podem, querem e mandam; que escolhem pares com tal bitola ética; que orientam procedimentos de acordo com preferências pessoais e políticas, etc etc etc.

Felizmente que é tudo um fenómeno italiano. Olha se não fosse...e se porventura, hipoteticamente houvesse disto por cá teríamos certamente um órgão de informação, pelo menos um que daria conta do caso.

Não teríamos?!

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