Fui ver o filme de Clint Eastwood sobre o director do FBI que entrou na Grande Depressão e só deixou o cargo passados quase cinquenta anos.
J. Edgar Hoover é apresentado com alguma contenção de pudor, relativamente à sua vida pessoal privada. O motivo é óbvio: Hoover foi sempre recatado. O filme não é vulgar, não explora o lado vicioso do comportamento pessoal do biografado, porém mostrado como homossexual recalcado pelos costumes da época e muito ligado a uma mãe dominadora, como geralmente é o caso com boa parte dos homossexuais.
Sendo parte importante da vida do biografado, a relação pessoal que manteve com o sub-dirigente da agência de investigação, um tal Clyde Tolson, escolhido pelo próprio em concurso documental e apresentado como seu confidente e herdeiro, é abertamente apresentada como consistindo numa relação de parceiros homossexuais e até de amor constante até á morte. Esse relacionamento, no entanto, era tão recatado que ainda hoje sobejam dúvidas aos cépticos das aparências sobre o carácter da mesma. Não obstante, o filme empola o assunto tornando-o quase o pivot da história biografada do dito Hoover.
Ao mesmo tempo, o filme enfatiza a relação profissional e de lealdade extrema que Hoover manteve com a sua secretária de sempre e que lhe sobreviveu para esconder, destruindo os papéis, os eventuais segredos que Hoover acumulara durante anos a fio e que Nixon, quando Hoover morreu, em 1972, pretendia recuperar.
Sobre este assunto dos segredos guardados em ficheiros que Hoover resguardava pessoalmente, o filme é parco em referências, mas ainda assim suficientes para se entender que o director do FBI, durante anos a fio coligiu informação, num contexto de época, sobre políticos e pessoas que eventualmente usou como chantagem ( no caso Kennedy, por exemplo).
O caso mais interessante, no entanto, é apresentado como o exemplo do modo como Hoover modificou a agência de informação policial e a transformou numa polícia moderna, o FBI, criado nos anos trinta, inventando as bases para uma polícia científica.
O caso foi o do rapto do “bebé Lindbergh”, ocorrido em 1932 e que foi solucionado pelo Bureau devido a métodos de polícia científica, designadamente a análise da madeira de uma escada usada para raptar a criança de quase dois anos e o uso de notas marcadas para apanhar o receptador do resgate.
Este caso, relatado em dois números da revista Reader´s Digest, de 1961 foi provavelmente uma das minhas leituras de infância que mais me influenciaram.
Ah! Hoover era da Maçonaria. Mas sobre isso, o filme nada diz…mesmo atendendo a que metade do que vem na Wikipedia pode ser falso ( Umberto Eco dixit) , a verdade é que essa putativa falsidade não conta para o caso.
J. Edgar Hoover é apresentado com alguma contenção de pudor, relativamente à sua vida pessoal privada. O motivo é óbvio: Hoover foi sempre recatado. O filme não é vulgar, não explora o lado vicioso do comportamento pessoal do biografado, porém mostrado como homossexual recalcado pelos costumes da época e muito ligado a uma mãe dominadora, como geralmente é o caso com boa parte dos homossexuais.
Sendo parte importante da vida do biografado, a relação pessoal que manteve com o sub-dirigente da agência de investigação, um tal Clyde Tolson, escolhido pelo próprio em concurso documental e apresentado como seu confidente e herdeiro, é abertamente apresentada como consistindo numa relação de parceiros homossexuais e até de amor constante até á morte. Esse relacionamento, no entanto, era tão recatado que ainda hoje sobejam dúvidas aos cépticos das aparências sobre o carácter da mesma. Não obstante, o filme empola o assunto tornando-o quase o pivot da história biografada do dito Hoover.
Ao mesmo tempo, o filme enfatiza a relação profissional e de lealdade extrema que Hoover manteve com a sua secretária de sempre e que lhe sobreviveu para esconder, destruindo os papéis, os eventuais segredos que Hoover acumulara durante anos a fio e que Nixon, quando Hoover morreu, em 1972, pretendia recuperar.
Sobre este assunto dos segredos guardados em ficheiros que Hoover resguardava pessoalmente, o filme é parco em referências, mas ainda assim suficientes para se entender que o director do FBI, durante anos a fio coligiu informação, num contexto de época, sobre políticos e pessoas que eventualmente usou como chantagem ( no caso Kennedy, por exemplo).
O caso mais interessante, no entanto, é apresentado como o exemplo do modo como Hoover modificou a agência de informação policial e a transformou numa polícia moderna, o FBI, criado nos anos trinta, inventando as bases para uma polícia científica.
O caso foi o do rapto do “bebé Lindbergh”, ocorrido em 1932 e que foi solucionado pelo Bureau devido a métodos de polícia científica, designadamente a análise da madeira de uma escada usada para raptar a criança de quase dois anos e o uso de notas marcadas para apanhar o receptador do resgate.
Este caso, relatado em dois números da revista Reader´s Digest, de 1961 foi provavelmente uma das minhas leituras de infância que mais me influenciaram.
Ah! Hoover era da Maçonaria. Mas sobre isso, o filme nada diz…mesmo atendendo a que metade do que vem na Wikipedia pode ser falso ( Umberto Eco dixit) , a verdade é que essa putativa falsidade não conta para o caso.
1 comentário:
parece que o actor é da 'cosa nostra'
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