quarta-feira, abril 30, 2014
1º de Maio de 1974: a inauguração oficial do PREC
A imagem supra do D.L. de 30 de Abril de 1974 dirigido pelo nefando Ruella, mostra um Champallimaud todo esperançoso no novo poder e a imaginar que não lhe fariam o que Caetano fez: pô-lo no seu devido lugar. Enganou-se e fugiu outra vez. Tiraram-lhe tudo que tinha por cá, mas refez tudo outra vez por lá, no Brasil. Um génio da nossa indústria, sem dúvida e que o regime de Caetano regulava como mais nenhuma vez sucedeu em Portugal. Após o regresso, impôs as condições, fez um acordo com o Estado de Cavaco e agora até há uma Fundação com o seu nome. E com o seu dinheiro, porque não é como a outra do poltrão que vive com o dinheiro do Estado, sempre, porque se acha o pai da democracia e como tal lhe devem honrarias e privilégios.
Tiradas do livro A Revolução das Flores, da Aster, sem data e sem autor designado, mas de recolha de notícias e discursos da época, eventualmente publicado pouco tempo depois de Maio de 1974, aqui ficam algumas páginas que dão uma imagem do que foi o primeiro 1º de Maio: uma festa da esquerda, do comunismo e do socialismo. Um happening que inaugurou o PREC. Como se diz nesta página, e tirada de uma "exortação da C.D.E. ao Povo de Lisboa", foi "a festa da nossa liberdade". E é bem verdade: a festa da liberdade dessa esquerda. Apenas isso como se pode ver pelo conteúdo dos discursos proferidos, todos de esquerda e todos "antifascistas", qual deles o mais ousado.
Como se pode ler, o grosso da Esquerda preferiu o estádio da FNAT, logo rebaptizado 1º de Maio. O MRPP marcou a manif para as 19 horas no Rossio. Antes foram manifestar-se no exterior do estádio, para provocar os que já lá estavam...
As palavras de ordem são fantásticas do novo dialecto ainda mal balbuciado pelas "massas", mas já a pegar de estaca como bastardo e mostrengo que era.
O discurso de Mário Soares é um must da indignidade ideológica do indivíduo.Frases panfletárias e estúpidas, vindas de uma França que ainda pensava que era assim, o "socialismo" e depois, em 1981 arrepiou caminho rapidamente, porque o ami Miterrand percebeu o logro e o espectro do que acontecera em Portugal meia dúzia de anos antes.
Porém, nessa altura Soares era contra a economia de mercado, os capitalistas e "dos corruptos desse baronato que são os agentes do imperialismo estrangeiro".
Portanto, parceiro de estrada do comunismo mais ortodoxo, nessa altura, Soares e Cunhal poderiam ter feito uma aliança de poder uma vez que os discursos eram iguais. O que é que fez mudar Soares? O "bem-bom". A "vidinha", claro está. E talvez o Schmidt que estava na Alemanha, com o socialismo tipo social-democracia e que funcionava.
Cunhal e o PCP nunca lhe perdoaram as traições...mas foram obrigados a votar no indivíduo uma dúzia de anos depois, para não perderem pau e bola, ou seja a Constituição e os votos.
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