Vítor, o Constâncio nega. Nega tudo, desta vez e para já sem suores frios ou recurso a papéis ou bufadelas de desalmado inquieto. Nada, tudo calmo, para já.
Vítor, o Constâncio, dirigiu a instituição supervisora dos bancos entre 1977 e 2010 ( a desgraça do PREC não veio só...), sempre em registo "muito competente", com os escândalos a estourarem por todos os lados, no final dos anos 90 e início do séc.XXI, sem que o supervisor visse a ponta de um corno, mesmo a ganhar quase vinte mil euros por mês ( € 19 473,43 em 2005) .
No caso BPN o escândalo é tanto maior quanto o dano mais importante surge após a nacionalização, da responsabilidade de um primeiro-ministro inacreditável.
E desta vez, Vítor, o Constâncio tem companhia da corporação. Cinco pesos-pesados da economia, antigos funcionários do BdP e que igualmente não viram a ponta de um corno da crise grave que atravessamos e cujos avisos oportunos foram sempre adiados para prognoses póstumas, afiançam a qualidade de super-competente, de Vítor, o Constâncio. Presumida, tal como a deles que por lá passaram e conhecem a corporação.
O que escrevem o DN e o Público de hoje?
Para acompanhar este caso torna-se importante conhecer a cronologia ( a memórias das pessoas é muito curta, como já dizia o sábio que "hádem" ver ainda a perorar por aí) que o DN publica mas com fontes não indicadas. Provavelmente vindas daqui.
Em 14 Maio de 2004, ainda na pendência do Governo de Barroso ( demitiu-se no mês seguinte para ir para a Comissão Europeia ganhar mais, prestígio inclusivé) , a revista Sábado dava conta, com toda a pompa e circunstância que um editorial do jornalista João Marcelino escrevia ( agora escreve outro sem se lembrar desse tempo...).
O bravo Marcelino exigia então do BdP um esforço adequado à investigação ( também é isso que faz o BdP, ao contrário do que pretendem insinuar agora os corporativos com as barbas de molho) porque o assunto EFISA o justificava e o BPN tinha adquirido tal activo "tóxico" dois anos antes.
E quais eram os motivos de preocupação do jornalista Marcelino que o BdP deveria inteirar-se e averiguar ( para aplicar coimas...)? O caso da aquisição de um banco estranho e com capitais duvidosos, numa altura de terrorismo alkaideano. Que fez o BdP? Que diga Vítor, o Constâncio, agora.
Teria o BdP oportunidade em descobrir outras maroscas ( que outros bancos também fazem, é bom que se escreva) relacionadas com offshores e actividade bancária fora das regras estritas da legalidade documental com assinatura reconhecida por notários.
Nessa altura, 2002, Dias Loureio ( hoje um pobre pedinte, sem eira nem beira de bens em nome próprio) já tinha começado os negócios com a Plêiade ( que o BPN comproui e Dias Loureiro empochou comissão); já feito os negócios com a SLN e com a Redal e estava de fora.
Ou seja, o caso do banco Insular, escondido ao Bdp e o caso das offshores já existiam no universo opaco do BPN que o BdP poderia ter descoberto. E são esses os casos que constituem o sumo das acusações contra o BPN de Oliveira e Costa, que terão lesado o banco em alguns milhões, mas nada do que acontece agora, pós-nacionalização.
Ora acontece que em 2001, a revista Exame ( grupo Balsemão), então dirigida por Camilo Lourenço, escrevera um artigo crítico em relação ao BPN. Nada aconteceu, por banda do BdP. Nada? Enfim, Camilo Lourenço foi corrido da revista...e ainda apanhou com um processo.
E porém, a fazer fé nas declarações do próprio "Zeca Diabo" às autoridades judiciárias em 2008, tal como conta a revista Sábado de 27 Novembro de 2008 ( altura em que Vítor, o Constâncio reconhece como tendo sido a primeira vez que ouviu falar do BPN em termos pouco abonatórios, esquecendo que já em 2001, o então vice-governador António Marta o havia referido...e insistido em investigar, embora com o sucesso conhecido).
Nessa altura, em 2008, Oliveira Costa explicou tudo muito bem às autoridades judiciárias que o ouviram: foi tudo uma questão de offshores, algumas para esconder parte das remunerações e prémios de gestão dos administradores e...pouco mais. O caso do Insular e dos negócios do Loureiro, esses estão ainda em águas de bacalhau. Tal com o jornalismo, para quem é, basta.
Assim que adianta agora incomodar, Vítor, o Constâncio se anteriormente naquelas sessões na AR em que suou frio, andou aos papéis, desmemoriado de todo e a bufar que nem um pagador de impostos, nada aconteceu e até foi promovido, a ganhar mais e com mérito reconhecido por pares do género daqueles?
Pouco ou nada. Por mim, sugeria ouvir Camilo Lourenço, nas audições previstas. Para o ouvir dizer: arreda! Saia da frente!
É que já dura há muito, Vítor, o Constâncio, nesta farsa que é o país actual que temos.Para afundar um país, como eles o fizeram, não precisávamos de tamanha competência e génio. Bastava um borra-botas qualquer.
Ainda em tempo:
O problema com estes reguladores em alta-rotação e baixa densidade prende-se mais, a meu ver, com um fenómeno típico de "borra-botas" e que é este bem ilustrado na Visão de 30 de Junho de 2005.
Nenhum deles, em concorrência privada, teria estes rendimentos. Nem de perto, nem de longe. Assim... passam sempre por génios de uma competência tal que ofuscam a própria sombra.
E até há um exemplo ainda melhor que estes: é o do Pinho dos tamancos que é um génio que nem para lá dos Cárpatos se encontra.
20 comentários:
Ficar à espera de auto-regulação privada é coisa de otários... a Regulação Estatal é algo que é necessário.
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As «««falhas»»» do Regulador Vítor Constâncio (quando era Governador do banco de Portugal) vêem reforçar aquilo que é dito no primeiro post do blog 'Concorrência a Sério':
- os privados não querem que exista concorrência de empresas públicas... porque... é muito mais fácil "dar a volta" a um qualquer Regulador... do que... "dar a volta" a uma empresa pública a fazer concorrência no mercado.
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Nota: Não há necessidade do Estado possuir negócios do tipo cafés (etc), porque é fácil a um privado quebrar uma cartelização... agora, em produtos de primeira necessidade (leia-se, sectores estratégicos) - que implicam um investimento inicial de muitos milhões - só a concorrência de empresas públicas é que permitirá combater eficazmente a cartelização privada.
O que impede as empresas públicas de formarem cartel com as privadas?
No estado em que isto está, nada, parece-me. Com um Estado a sério, não haveria necessidade de empresas públicas para esse efeito.
As empresas públicas justificam-se, parece-me, em dois casos que podem muito bem ser um na maior parte das situações:
a) o bem ou serviço é essencial para as populações mas a iniciativa privada não é capaz e, ou, não tem vontade
b) o bem ou serviço é de alta importância estratégica para o Estado e só pode garantir-se sob tutela pública
De resto, é óbvio de ver que é sempre preferível a iniciativa privada, quanto mais não seja porque o Estado já tem que fazer que chegue sem ter empresas públicas nenhumas.
A questão dos cartéis e preços combinados é fácil de fiscalizar, desde que haja regulador a sério.
menvp:
Eu acho que percebi o problema de base. Mas esqueci-me de o ilustrar. Vai agora, ainda "em tempo"...
Mas é que é mesmo assim.
A solidariedade de antigos governadores do BP para com o incompetente do Constâncio (hoje na TSF a locutora quase acertou quando lhe chamou de Constância) só demonstra o estado a que isto chegou. Como têm medo de algum dia lhes ser assacada alguma responsabilidade,toca de mostrar que os amigos são para as ocasiões. Este servilismo corporativo define bem estes pavões,entretidos a jogar às supervisões de olhos vendados nos tempos livres. Até o Silva Lopes,que tinha idade para se dar um pouco mais ao respeito,lá veio defender esta curibeca,falando de que querem perseguir a D.ª Constância por se tratarem de "joguinhos políticos". Joguinhos políticos é o que esta gente está habituada a fazer,indo da política para o BP e vice versa. Como é um cargo de nomeação governamental está mais que visto que para ali só vai algum apaniguado do sistema.A lengalenga de que deve ser ocupado por alguém com " elevada idoneidade ,capacidade e experiência de gestão " fica-se pela letra da lei.
José
Hoje no CM vinham duas notícias muito pequeninas e bem escondidas , uma sobre o BdP e o BES e outra sobre a OA e a nova Bastonária.
O presidente (agora, a presidente) da Reserva Federal dos Estados Unidos ganha € 12,170.44 EUR por mês (The Congress sets the salaries of the Board members. For 2014, the Chairman's annual salary is $201,700. The annual salary of the other Board members (including the Vice Chairman) is $181,500)
O Victor Constâncio, em 2005 ganhava € 19 473,43, apenas € 80 000 por ano, a mais.
Vítor, o Constâncio é muito competente desde 1974. Antes era assim, assim.
Sofreu um súbito upgrade.
desculpem.
não tenho paciência nem tempo para falar do«torpe dejeto do Romano Império», o MONSTRO para mim
recorda-me anúncios de outras eras
'Texas não é só isso'
'Tide, o mais poderoso!'
'não merecia a pouca sorte de ter nascido aqui'
e viver numa democracia saída da força bruta do gatilho
Como é que o Vitor Constâncio, a seguir ao 25-IV, foi logo chamado para integrar o 1º governo provisório, e, a partir daí, tem sido sempre a subir, upgrade após upgrade, para usar a terminologia do Choldra, quando havia integrado, entre 1970 e 1973, o Secretariado Técnico da Presidência do Conselho e o Centro de Estudos de Planeamento, no tempo do Governo de Marcelo Caetano?
Colaborou durante 3 anos com o governo "fachista" e a "ditadura" até à queda desta e consegue transitar logo para o novo regime?
Que pergaminhos apresentava para merecer tão distinta chamada para o regime democrático se vinha das profundezas do fachismo?
muja
dá aí 1 exemplo para cada alínea sff
Foi essencialmente para safar os bancos que tivemos por cá os da troika. E é por estas e outras que o Wolfgang Schaeuble disse:
"After the EU elections the debate about treaty change will be back on the table. The federal government will plead for institutional improvements, at least in the eurozone. The monetary union needs a joint finance- and economic policy, with corresponding institutions," Schaeuble said in an interview with Handelsblatt published on Thursday (27 March).
(...) "I also fell to the temptation of deregulation, deregulation, deregulation. And in the end, financial markets destroyed themselves. And who had to rescue them? " (...)
fonte: http://euobserver.com/eu-elections/123661
Para a primeira alínea acho que água, luz, ou esgotos são bons exemplos. É preferível que haja privados a tratar disso, mas se não houver, tem que ser o Estado a chegar-se à frente, porque já ninguém vive bem sem isso.
Para a segunda, é mais complicado. Mas podem entrar nela as várias infra-estruturas, por exemplo a rede eléctrica, comunicações, vias de comunicação, etc. Depende do que o Estado considerar estratégico, o que, por sua vez, depende dos tempos que se vivam, acho eu.
Por exemplo, se calhar o Estado devia prestar mais atenção à degradação dos caminhos-de-ferro em certas zonas (onde até os barrotes andam a gamar). Mas talvez já não tenha o valor estratégico que tinha. Por outro lado, talvez venham a precisar dessas linhas mais tarde e depois não as têm...
Outro é a CGD. Não sei se é se não é, mas não me parece nada estapafúrdio que o Estado queira um banco sob a sua tutela. Ainda mais quando a tendência é para os bancos centrais se afastarem do Estado.
Isto parece-me bom senso apenas.
No fundo acho que o mais importante é não ir atrás nem da esquerdalha que acha que deve estar tudo no Estado para poderem xuxar de todo o lado, nem atrás dos neotontos que acham que nada deve estar no Estado para poderem gamar e fazer as negociatas sem que ninguém os incomode.
O Estado existe principalmente (senão apenas) para o bem comum das pessoas, porque senão não serve para nada. Por isso, é apenas esse o critério ao qual deve obedecer, parece-me a mim.
O Estado Novo e o Estado Social de Caetano era exemplar no modo como entendiam a economia.
Exemplar.
Depois apareceram os grandecíssimos competentes tipo Vítor, o Constâncio com as suas ideias singulares e peregrinas de uma Esquerda imbecil e foi o que se viu.
É ler o que Vítor, o Constâncio entendia em Junho de 1974 sobre o assunto. E foi ministro e ssecretário de Estado e governador do BdP
Foi com estas luminárias que nos tramamos durante 40 anos.
Citando Camilo Lourenço estes inteligentes deviam ser acolhidos com pancartas onde quer que vão: arredem! Saiam da frente! Já chega! Desapareçam!
"O Estado Novo e o Estado Social de Caetano era exemplar no modo como entendiam a economia.
Exemplar."
Sem dúvida alguma, José.
Só assim se compreende que Portugal tenha passado duma situação de bancarrota e de total miséria en que se encontrava quando Salazar chegou ao poder, para um País que crescia 7% no fatídico dia em que chegaram estes iluminários.
Isto sem nunca ter sido pedida nenhuma ajuda externa, e tendo atravessado pelo meio uma guerra mundial, uma guerra civil em Espanha e uma guerra em 3 frentes nas provincias ultramarinas, durante 12 anos.
E não percebo porque é que não se estuda o modelo seguido por estes nossos antepassados, modelo esse que provou funcionar, para dele se retirar os necessários ensinamentos.
Os aventais sempre foram caros. Tem que se ganhar bem.
Fico emocionado, por ver os irmãos protegerem-se uns aos outros.
A única coisa que me tira do sério, é que estes irmãos, custam muito dinheiro ao contribuinte.
Poderia sair mais barato, se fossem almoçar ou jantar á ar, as refeições lá são muito em conta.
Desapareçam!
O pior é se se vai o bicho e fica a peçonha! Como diz o Floribundus
não percebo porque é que não se estuda o modelo
Oh! não se estuda porque não funciona com os nossos génios democratas: era um modelo honesto e nada presunçoso. Não tem aplicação...
O que é relevante nesses recortes todos é a volta da mulher roliça
Pena não ser um Murdock para elas se apaixonarem por mim
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