quarta-feira, abril 02, 2014

Caso BPN BdP: branqueamento capital

O DN e o Público de hoje destacam a "reacção" do inefável e competentíssimo Vítor, o Constâncio, às declarações de Durão Barroso ( PM entre 2002 e 2004) no caso da supervisão do BdP no que tange ao assunto BPN e consequências nefastas que trouxe à economia nacional, nos últimos anos. 

Vítor, o Constâncio nega. Nega tudo, desta vez e para já sem suores frios ou recurso a papéis ou bufadelas  de desalmado inquieto. Nada, tudo calmo, para já.

Vítor, o Constâncio, dirigiu a instituição supervisora dos bancos entre 1977 e 2010 ( a desgraça do PREC não veio só...), sempre em registo "muito competente", com os escândalos a estourarem por todos os lados, no final dos anos 90 e início do séc.XXI, sem que o supervisor visse a ponta de um corno, mesmo a ganhar quase vinte mil euros por mês ( € 19 473,43 em 2005) .
No caso BPN o escândalo é tanto maior quanto o dano mais importante surge após a nacionalização, da responsabilidade de um primeiro-ministro inacreditável.

E desta vez, Vítor, o Constâncio tem companhia da corporação. Cinco pesos-pesados da economia, antigos funcionários do BdP e que igualmente não viram a ponta de um corno da crise grave que atravessamos e cujos avisos oportunos foram sempre adiados para prognoses póstumas, afiançam a qualidade de super-competente, de Vítor, o Constâncio. Presumida, tal como a deles que por lá passaram e conhecem a corporação. 

O que escrevem o DN e o Público de hoje?



E o que nos dizem os arquivos de papéis recortados? Alguma coisa.

Para acompanhar este caso torna-se importante conhecer a cronologia ( a memórias das pessoas é muito curta, como já dizia o sábio que "hádem" ver ainda a perorar por aí)  que o DN publica mas com fontes não indicadas. Provavelmente vindas daqui.  

Em 14 Maio de 2004, ainda na pendência do Governo de Barroso ( demitiu-se no mês seguinte para ir para a Comissão Europeia ganhar mais, prestígio inclusivé) , a revista Sábado dava conta, com toda a pompa e circunstância que um editorial do jornalista João Marcelino escrevia ( agora escreve outro sem se lembrar desse tempo...).


O bravo Marcelino exigia então do BdP um esforço adequado à investigação ( também é isso que faz o BdP, ao contrário do que pretendem insinuar agora os corporativos com as barbas de molho) porque o assunto EFISA o justificava e o BPN tinha adquirido tal activo "tóxico"  dois anos antes.

E quais eram os motivos de preocupação do jornalista Marcelino que o BdP deveria inteirar-se e averiguar ( para aplicar coimas...)? O caso da aquisição de um banco estranho e com capitais duvidosos, numa altura de terrorismo alkaideano. Que fez o BdP? Que diga Vítor, o Constâncio, agora.

Teria o BdP oportunidade em descobrir outras maroscas ( que outros bancos também fazem, é bom que se escreva) relacionadas com offshores e actividade bancária fora das regras estritas da legalidade documental com assinatura reconhecida por notários.

Nessa altura, 2002, Dias Loureio  ( hoje um pobre pedinte, sem eira nem beira de bens em nome próprio) já tinha começado os negócios com a Plêiade ( que o BPN comproui e Dias Loureiro empochou comissão); já feito os negócios com a SLN e com a Redal e estava de fora.

Ou seja, o caso do banco Insular, escondido ao Bdp e o caso das offshores já existiam no universo opaco do BPN que o BdP poderia ter descoberto. E são esses os casos que constituem o sumo das acusações contra o BPN de Oliveira e Costa, que terão lesado o banco em alguns milhões, mas nada do que acontece agora, pós-nacionalização.


Ora acontece que em 2001, a revista Exame ( grupo Balsemão), então dirigida por Camilo Lourenço, escrevera um artigo crítico em relação ao BPN. Nada aconteceu, por banda do BdP. Nada? Enfim, Camilo Lourenço foi corrido da revista...e ainda apanhou com um processo. 

E porém, a fazer fé nas declarações do próprio "Zeca Diabo" às autoridades judiciárias em 2008, tal como conta a revista Sábado de 27 Novembro de 2008 ( altura em que Vítor, o Constâncio reconhece como tendo sido a primeira vez que ouviu falar do BPN em termos pouco abonatórios, esquecendo que já em 2001, o então vice-governador António Marta o havia referido...e insistido em investigar, embora com o sucesso conhecido).

Nessa altura, em 2008, Oliveira Costa explicou tudo muito bem às autoridades judiciárias que o ouviram: foi tudo uma questão de offshores, algumas para esconder parte das remunerações e prémios de gestão dos administradores e...pouco mais. O caso do Insular e dos negócios do Loureiro, esses estão ainda em águas de bacalhau. Tal com o jornalismo, para quem é, basta. 


Assim que adianta agora incomodar, Vítor, o Constâncio se anteriormente naquelas sessões na AR em que suou frio, andou aos papéis, desmemoriado de todo e a bufar que nem um pagador de impostos, nada aconteceu e até foi promovido, a ganhar mais e com mérito reconhecido por pares do género daqueles?

Pouco ou nada. Por mim, sugeria ouvir Camilo Lourenço, nas audições previstas. Para o ouvir dizer: arreda! Saia da frente!
É que já dura há muito, Vítor, o Constâncio, nesta farsa que é o país actual que temos.Para afundar um país, como eles o fizeram, não precisávamos de tamanha competência e génio. Bastava um borra-botas qualquer.

Ainda em tempo:

O problema com estes reguladores em alta-rotação e baixa densidade prende-se mais, a meu ver, com um fenómeno típico de "borra-botas" e que é este bem ilustrado na Visão de 30 de Junho de 2005.
Nenhum deles, em concorrência privada, teria estes rendimentos. Nem de perto, nem de longe. Assim... passam sempre por génios de uma competência tal que ofuscam a própria sombra.


E até há um exemplo ainda melhor que estes: é o do Pinho dos tamancos que é um génio que nem para lá dos Cárpatos se encontra.

Questuber! Mais um escândalo!