domingo, abril 27, 2014

Há 40 anos o 25 de Abril a cores e um prec logo a nascer...

Faz hoje 40 anos que saiu um suplemento especial da revista Século Ilustrado com as primeiras imagens a cores do golpe de Estado, dois dias antes, em Lisboa.
A revista é esta, numa altura em que a PIDE ainda era DGS,  não havia bandeiras comunistas na rua e as saudações eram com o V de vitória. O "fascismo" viria logo a seguir...



Estas duas fotos que seguem, as primeiras, mostram o momento porventura mais dramático dos acontecimentos da madrugada de 25 de Abril de 1974, envolvendo o major Pato Anselmo ( de botas e anorak) que se rendeu aos revoltosos.
uma sequência de fotos, da autoria de Alfredo da Cunha que mostram esta sequência de acontecimentos e segundo Maia Loureiro aquela em que Jaime Neves terá oferecido um par de murros ao mesmo major, para o convencer a render-se. 



Para além disto, no i do fim de semana, apareceu uma entrevista a João Salgueiro que tinha sido membro do governo de Marcello Caetano, dois anos antes, a explicar a sua visão da História. Por ele, também não tinha havido prec. Evidentemente não chama fascista a Marcello Caetano ou ao regime anterior de que fez parte. Mas também não denuncia os que o fazem, a começar pelo inefável Balsemão das  impresas sics


Salgueiro refere a dado passo que "A mudança anunciada no 25 de Abril fazia sentido em qualquer país da Europa ocidental. Mas quando começou a haver ocupações de terras e de casas, a segurança em relação aos movimentos financeiros foi afectada." Pudera!  E quando começou essa ocupação?
Salgueiro deve pensar que foi dali a meses, em pleno PREC, mas está enganado, porque começou 3 ou 4 dias depois do 25 de Abril.
Em 30 desse mês, o Diário de Lisboa já mostrava o que seria o PREC:




8 comentários:

lusitânea disse...

Os tribunais plenários é que faziam engulho e eram uma barragem aos clepto-democratas internacionalistas ou não
Pá as fotos sem bandeiras do PC?Porra...
Mas a seguir começaram as "organizações" que hoje são milhentas.Todas a trabalhar para o quanto pior , melhor...
O MFA e tropa em geral não tinham nada a ver um com a outra.Eram os "interpretadores" da época e claro sempre os mesmos...

Floribundus disse...

'o poder corrompe, o absoluto corrompe absolutamente'

felizmente, como se comprova pela amostra junta' os comunas eram demasiados estúpidos, mesmo com auxílio da urss, para tomarem o poder no rectâgulo

a direita e centro meteu-se debaixo da cama e ainda não abandonou o refúgio

no final de abril uma comissão de comunas da minha aldeia andou num sobral que herdara
a ver se a cortiça podia ser tirada para eles venderem

trabalhar a terra dava muita canseira e tinham nascido cansados

lusitânea disse...

A brigada do reumático do dito MFA acantonada numa minoria do zé povinho e acarinhada pela maçonaria faz hoje o que o Sócrates fez ontem:compram tempo de poder.Mas a justiça da História não lhes vai ser favorável porque renegaram e traíram uma parte do zé povinho que juraram defender.E estou a falar dos retornados.Em 900 anos da Nação nunca ninguém tinha feito uma vergonha destas...

lusitânea disse...

Os gajos abandonaram os vivos e os mortos...

lusitânea disse...

Os gajos abandonaram os vivos e os mortos...

Lura do Grilo disse...

Não esquecerei que o meu pai, homem pobre que dormiu em montes de palha, regressou do estrangeiro pois tinha medo que lhe ocupassem a casa recentemente construída e era tudo o que tinha.

Anónimo disse...

Uma alternativa ao 25 de Abril?

25 de Abril de 1974. O impasse mantêm-se no Largo do Carmo. A bordo da fragata Almirante Gago Coutinho, o comandante consegue convencer um oficial de artilharia a atirar para o ar. O movimento dos Capitães reúne-se com Marcelo Caetano, que promete, em segredo, desmobilizar as tropas das colónias, aumentar os salários dos militares e iniciar a transição para a democracia “num curto espaço de tempo”. Américo Thomaz resigna ao mandato de PR e Marcello torna-se no Presidente da República interino. Ao mesmo tempo nomeia Costa Gomes primeiro-ministro; é intenção deste iniciar negociações para um cessar-fogo com os movimentos de libertação, e aceita o direito à autodeterminação, sob mediação da ONU. Spínola é o novo Chefe Estado-Maior. A PIDE e a censura são abolidas. A Assembleia Nacional é dissolvida.

15 de Maio de 1974. São convocadas eleições para a Assembleia Nacional em Setembro de 74 com poderes para revisão constitucional extraordinários. São legalizados todos os partidos excepto o Comunista.

Junho de 74. É acordada a data de independência de Moçambique e Angola para 1 de Janeiro de 1976. São formados governos de transição com negros e brancos. Timor, São Tomé e Cabo Verde ganham estatuto de Estados. Nesses territórios serão efectuados referendos de modo a decidir a independência em Junho de 1975. A independência da Guiné-Bissau é reconhecida de imediato.

Setembro de 1974. Nas primeiras eleições livres, vence o Partido Popular Democrático de Sá Carneiro com 40%, o PS de Mário Soares fica em segundo com 32%, a Acção Nacional Popular de Freitas do Amaral é terceira com 14%.

Abril de 1975. A revisão constitucional está concluída. É extinta a Câmara Cooperativa, a Assembleia Nacional passa votar moções de censura ao Governo, são assegurados os direitos cívicos essenciais. Presidente da República volta a ser eleito directamente pelo povo. É legalizado o Partido Comunista.
Cumprindo com o acordado em 25/4/74, Marcello Caetano resigna ao cargo de Presidente da República e dissolve a Assembleia Nacional.

Junho de 1975. Costa Gomes é eleito presidente da República para um mandato de 4 anos. No mesmo dia realizam-se eleições legislativas, PPD vence com maioria absoluta com 45%, PS é segundo com 30%, PCP tem 10%, Partido Social Cristão (ex-ANP) é quarto com 9%. Sá Carneiro torna-se Presidente do Conselho de Ministros. É objectivo deste tornar Portugal membro da CEE em 1980.

Junho de 1979. Devido à crise económica, o PS vence as eleições para a Assembleia, sem maioria. Formada coligação com o PPD. Mário Soares é o novo Presidente do Conselho.
Costa Gomes é reeleito PR.

Junho de 1981. Portugal entra na CEE a par com a Grécia.

Junho de 1983. Sá Carneiro é eleito Presidente da República. PS vence as eleições com maioria. PCP reduzido a 1 deputado.

muja disse...

Unknown, a sua alternativa ia muito bem até à quinta linha:

é intenção deste iniciar negociações para um cessar-fogo com os movimentos de libertação, e aceita o direito à autodeterminação, sob mediação da ONU.

A ver se entra na cachola do pessoal: a única autodeterminação que a ONU reconhecia era a independência. Qualquer referendo, eleição ou consulta popular apenas seria reconhecida pela ONU no caso de dar a independência. O mesmo para a OUA.

Portanto, para autodeterminação sob a ONU, mais vale ter-se feito como se fez. Ao menos pode dizer-se que não precisámos dessa porcaria para nada. Porque o resultado final ia ser o mesmo.

Depois, negociar um cessar-fogo com os movimentos é outra parvoíce. Os movimentos odiavam-se entre si. Nunca tolerariam semelhante coisa na altura porque a FNLA estava muito mais forte que o MPLA. Um cessar-fogo apenas beneficiaria o MPLA, dando-lhe tempo para se rearmar e refinanciar. A FNLA nunca respeitaria isso. E depois, nenhum respeitaria o cessar-fogo com as forças portuguesas pela simples razão de que, a partir do momento em que estivesse assinado, os portugueses estariam de mãos atadas: qualquer violação do cessar-fogo pelos ML teria apoio mediático internacional, ao passo que a mínima quebra portuguesa seria imediatamente denunciada em todo o lado com enorme alarido.

Portanto, não há 25 de Abril alternativo. Há o 25 em que Portugal e as suas gentes são traídos e entregues aos inimigos. Não há mais nenhum nem haveria porque este era o objectivo. O objectivo era entregar o Ultramar.

O 25 foi feito por traidores para traidores. E estou-me nas tintas se o programa do MFA dizia A, B, ou C e depois foi ao contrário. Se andavam lá ingénuos, pois não o fossem; não faltava quem avisasse. Traíram na mesma convencidos que sabiam muito e afinal não sabiam merda nenhuma. Deviam passar vinte ou trinta aninhos de cadeia a estudar...

O resto foram os tropeços do cambalear de punhal cravado nas costas...



O Público activista e relapso