sábado, abril 05, 2014

PREC: um herói por conta própria

O novo livro de Pedro Jorge Castro (jornalista da Sábado e historiador encartado por um mestrado no ISCTE e um doutoramento em andamento, na Nova), O ataque aos milionários, merece leitura, porque bem documentado sobre o período do PREC e do bem que nos fez à economia.
Por outro lado revela a inteligência superior de uma esquerda que teima em não se enxergar depois de três bancarrotas.

O livro trata dos "milionários" portugueses que o PREC perseguiu e prendeu. Aqueles das cerca de 40 famílias ou das 20 ou da meia dúzia, para o caso tanto faz, que o comunismo e o socialismo expulsaram das empresas, nacionalizando-as, tornando-se eles mesmos capitalistas e "gestores públicos" em nome de um Estado que dominava então cerca de dois terços da economia mas não conseguiu evitar uma bancarrota logo em 1976,  repetida dali a meia dúzia de anos pelos mesmíssimos motivos: incompetência atroz na gestão e modelo económico ineficaz e nocivo ao desenvolvimento. Ainda não aprenderam depois destes 40 anos e não entendem como aconteceram as bancarrotas. É tudo culpa dos mercados e das crises internacionais...e o Cravinho de há quarenta anos é o mesmíssimo de hoje, uma fraude intelectual.

O livro tem uma introdução que lida com um nome relativamente desconhecido de um herói por conta própria, porque mais papista que o papa: Eduardo Rosário Dias, tenente da Armada ( do grupo Hermegildo Capelo) , assessor de Vasco Gonçalves que tomou a peito a prisão dos "banqueiros fascistas", fazendo-o pessoalmente e à pistola, que trazia sempre na maleta.
Quando Vasco Gonçalves foi corrido do poder, no Verão de 1975,  por Pinheiro de Azevedo, deixou lavrado um louvor ao seu assessor  que "desempenhou um papel relevante e decisivo na nacionalização dos sectores básicos da economia nacional, tendo desse modo ajudado a pôr a economia ao serviço do povo português", escrevia o louco do PREC. E que não haja dúvida: dali a um ano a economia estava na bancarrota, com estas ajudas.
Rosário Dias morreu em 1981, subitamente. Andava a estudar em Budapeste, com uma bolsa comunista.

E como é que  o tenente Rosário Dias ajudou a pôr a economia ao serviço do povo, ao ponto de merecer um louvor de Vasco Gonçalves? Assim:


Questuber! Mais um escândalo!