Esta entrevista à Sabado do passado dia 23, de Carlos Maia Loureiro, o então alferes em serviço no Terreiro do Paço, ao lado do capitão Salgueiro Maia, é muito reveladora do estilo do golpe que então foi desferido ao Estado Novo que já era Social, de Marcello Caetano.
Tal como a entrevista de Vasco Lourenço, dá-nos um retrato bem preciso do modo tosco como foi feito o golpe e dos seus protagonistas impreparados mas intrépidos. Na guerra a sério devia ser igual. Só um regime em estado de decomposição se deixaria cair como caiu, ao ler coisas destas.
Maia Loureiro diz que esteve 26 meses em Moçambique. Tal como Jaime Neves, um autêntico guerreiro, segundo testemunhos que também lá estiveram em 1972, a fazer dia sim, dia não, o percurso Tete-Cabora-Bassa, com as costureiras à espreita. Jaime Neves foi o militar que em 25 de Novembro arrasaria com os doentes infantis do comunismo se o deixassem, mas foi também o militar que enfrentou omajor Pato Anselmo de um modo que contado por Maia Loureiro é incrível e ao mesmo tempo revelador da nossa maneira de ser.
Com Jaime Neves o PCP não tinha hipóteses...
Entretanto, no i de hoje, Vasco Pulido Valente diz o que tem que ser dito: Melo Antunes era um imbecil e os militares uns palermas que nem planear souberam. Iconoclasta, VPV? Não, apenas observador e leitor das entrevistas dos militares, por exemplo uma, recente, do lateiro Vasco Lourenço.
O mesmo i, para ilustrar um artigo de duas páginas sobre a imprensa estrangeira da época "quando Portugal parou o mundo", publicou esta imagem:
A imagem, pelo menos, do "c´est Mai au Portugal", vinda da revista francesa Paris Match, foi tirada daqui, indiscutivelmente. Mas não tem mal algum. Não tenho direito de propriedade sobre a mesma, o original quero dizer, e além disso farto-me de picar imagens do i, para ilustrar os meus postais.
Com uma diferença, porém: indico sempre, sempre a proveniência... por uma questão ética, ou moral se se quiser e é mais antiga.