quinta-feira, novembro 09, 2017

Rosas, o contador de histórias em suspensórios

A RTP gastou certamente um balúrdio para financiar uma operação de manipulação ideológica da história do Ultramar português. Durante dois anos e meio, de viagens à farta e o historiador do regime que está, Fernando Rosas, colocado ideologicamente na esquerda comunista, fez o que quis dos arquivos e documentos ao dispor, com o contribuinte a pagar através da factura da electricidade.
  Não há nada que se ligue à História contemporânea em que este indivíduo não coloque os suspensórios sebosos para dar ( vender) a sua visão ideologicamente marcada de uma História que não é a que teima em contar.

A Visão de hoje dá conta disso, mas os programas passam na RTP2 e metem dó, pelo enviesamento cultural, pela falsificação de intenções, pela perspectiva completamente dominada pelo lado da esquerda comunista. Portugal, naqueles programas nem existe. O que existe é a versão de um grupo comunista, esquerdista de todos os matizes que tomou conta da cultura em Portugal e a difunde em monopólio pago por todos.

Não há nada a fazer porque a personagem em questão coloca os suspensórios em tudo o que é sítio histórico no  nosso país, em terreno académico. Provavelmente quem quiser estudar História de um ponto de vista diverso não terá qualquer hipótese porque estes sobas da intelectualidade lusa dominam tudo o que mexe no sector e nos dinheiros de bolsas e afins.



Público de 15 de Outubro 2017:



  Melhor seria gastar uma parte do balúrdio que foi gasto a subvencionar esta pouca-vergonha ( quanto terá custado?) a reeditar este livro de Marcello Caetano que conta a História do que se passou com o Ultramar que foi nosso desde o séc. XVI até a meados do séc. XX.

O livro foi escrito em 1948 com o título Portugal e o Direito Colonial Internacional. Na 3ª edição, de 1965, da Ática,  o título é "Portugal e a Internacionalização dos problemas africanos" e tem este índice que mostra como a História se deve contar desde "a origem" em escassas 249 páginas que se lêem quase de um trago, mesmo com transcrições de documentos diplomáticos.






A  nossa verdadeira História, contada por quem a viveu, na época contemporânea e nunca atraiçoou o povo português é esta. Não é a que aquele Rosas conta, eivada de má-fé ideologicamente marcada e tendente a apresentar a nossa Pátria ( a expressão é intencional) de um modo estranho e espúrio ao nosso Povo ( idem).

As páginas que seguem são uma espécie de resumo do livro, nas partes mais importantes e mostram o que deve ser um relato histórico, mesmo com a perspectiva do regime de então, salazarista, porque devidamente assinalado e patente.

A leitura destas páginas demora tempo e é preciso vontade para o fazer. Mas vale a pena conhecer os conceitos e políticas que regeram o Ultramar que foi nosso ao longo de séculos e como se chegou á guerra nos anos sessenta.

É por aqui que passam os ventos da História tal como sopraram, desde os tempos da Reforma que afinal foi um dos motivos, talvez o principal, da passagem do domínio dos mares, de Portugal para outras potências nascentes, como a Holanda, em função de concepções político-filosóficas que foram aparecendo ao sabor das marés como foi o conceito de Mare Liberum que neste livro se explica muito bem.
A partir do momento em que a cristandade passou a comportar o protestantismo, o poder papal esvaiu-se e Portugal, país católico, viu-se preterido por outras potências nascentes.














Esta é a primeira parte. A seguir entra Hugo Grocio na questão, para nos tirar o domínio dos mares e permitir a internacionalização dos problemas que então surgiram. Quem lhe respondeu, em 1652 foi Fr. Serafim de Freitas que defendeu em obra escrita a legitimidade portuguesa em dominar os mares nunca dantes navegados e que os portugueses descobriram.
De pouco adiantou porque a pérfida Albion já estava metida na jogada histórica há muito e o problema agudizou-se por causa da escravatura e que "até ao séc. XIX todas as nações coloniais praticaram", segundo se escreve no livro. Em Março de 1807 a Inglaterra proibiu o tráfico de escravos para as suas colónias. Não aboliu a escravatura, note-se, o que só aconteceu em 1820...

Ora tal decisão veio condicionar a política e lançar um "vento da História": " A Inglaterra, por consequência, teve de transportar o problema para o plano nacional", como se escreve aqui:



Entretanto foi publicado por cá um livro em forma de tijolo, com 839 pgs. da autoria de um tal Valentim Alexandre que não sei quem é. Diz que é investigador jubilado no ICS da Univ Lisboa ( a que editou o livro de Ricardo Marcchi sobre A Direita nunca existiu e que não se vê em lado nenhum à venda) e que já tem diversos livros publicados sobre o assunto.

Já li uma parte, folheei outra e considero interessante, não perscrutando historiografia a la Rosas. Dá conta de trabalho diplomático e tem uma introdução em que dá uma visão do Império Português antes da II Guerra, particularmente sobre a Conferência de Berlim de que Marcello Caetano também cuida no seu livro.




Questuber! Mais um escândalo!