sábado, novembro 18, 2017

2009, ano de todos os perigos

Manuel Moura Guedes, ontem ao i:

Como o tempo passa e as memórias vão ficando para trás, convém lembrar algumas coisas que se passaram em 2009.

Em 12 de Junho de 2009, O TGV era uma promessa ainda não abandonada:



Outras obras do regime, faraónicas, tinham dado um prejuízo medonho, mas não assustavam ninguém, muito menos   quem governava, ainda com maioria absoluta. "Dinheiro há sempre", dizia o que já morreu, irmão do dr. Tertuliano. O tintin das contas, aqui mostrado,  pouco ou nada fazia, apesar de saber o que se deveria fazer, mas não fazia para não perder direito a tachos e tachinhos para si e para os seus:



Se o TGV ainda poderia ser travado, outras obras não o puderam ser, como a terceira-autoestrada Lisboa-Porto...

Em Junho de 2009 o país andava entretido com a novela da TVi e de Manuela Moura Guedes. Apareceu nessa altura um comprador milagroso para o grupo da Media Capital: uma tal Ongoing, de um tal Nuno Vasconcellos que até queria comprar as acções da Impresa do amigo Balsemão. De onde vinha o dinheiro? Hoje sabe-se: BES, entre outros.

E quem é que estava por trás disto tudo? Sabe-se agora e na altura desconfiava-se. Os magistrados que investigavam o processo Face Oculta, em Aveiro também sabiam: José Sócrates e o grupo que o rodeava.



 Mas não estava sozinho na corrida, o tal Vasconcellos que agora anda falido e fugido,  no Brasil, certamente com contas recheadas em offshores.

Havia outro artista que se chama Zeinal e o 24 Horas do inenarrável Pedro Tadeu fazia-lhe o panegírico em 25 de Junho de 2009, precisamente na altura em que o atentado ao Estado de Direito tinha sido travado, ironicamente, através da violação de segredo de justiça, com origem em círculos próximos da magistratura de topo.






 

 Como se pode ler, sobre os negócios da TVI, Sócrates não sabia de nada, o que aliás é comprovado pelas escutas que agora se conhecem do processo Marquês e Face Oculta. De nada sabia, o vigarista.

Contudo era mesmo o outro pivot da história. Não sabia nada e dava conta o pasquim do Tadeu, já dirigido por outro, em 7 de Setembro de 2009, uma segunda-feira, dia de "aniversário da família socialista", celebrou assim:a família socialista que tinha como membro ilustre o actual primeiro-ministro de nada sabia. Nada, nadinha. Até hoje, coitados. Todos enganados e mansos.


Para estragar a festa havia uma notícia sobre "documentos bancários detectados em paraísos fiscais" relacionados com o aniversariante. O Ministério Público da altura fez vista grossa. Pinto Monteiro era o PGR...mas diga-se em abono da verdade que qualquer pessoa poderia ter enviado ao DCIAP uma cópia do jornal porque se calhar a directora Cândida não lia o pasquim. Assim...ficou tudo como dantes, com atestado de seriedade passado pela inoperência do MºPº e das instituições que agora rasgam as vestes por não terem visto nada.



No dia seguinte ao da festa socialista houve um encontro misterioso na sede da Ordem dos Advogados, patrocinado pelo então bastonário, o fanfarrão Marinho e Pinto que foi assim documentado pelo Público do dia seguinte:

Um mês antes tinha havido aquilo de que agora se fala: o acordo entre os mais altos representantes da Justiça em abafar o caso Sócrates e o crime de atentado ao Estado de Direito.

Abafar é a expressão. Esconder. Obliterar, cortar, censurar, arquivar.

E já me esquecia: como é que José Eduardo Moniz saiu da TVI e acabou o programa de Manuela Moura Guedes, nessa altura? Como uma grande indemnização. Paga pelos do costume como agora se sabe.  É pena que na altura a imprensa e media em geral andassem a dormir, como era o caso da Sábado de 6 de Agosto de 2009.


Na capa publicitavam os melhores alimentos para o cérebro, mas não devem ter seguido o conselho dos especialistas internacionais...




Questuber! Mais um escândalo!