quarta-feira, novembro 01, 2017

Dois livros antifassistas sobre o Direito revolucionário

Estes recentemente dados à estampa.



Na extrema esquerda, o livro de Isabel do Carmo, uma história de piratas, essencialmente. Interessante por isso mesmo, saber a história do pai das Mortáguas e afins.
Por ela, Isabel do Carmo, Portugal teria a liberdade da Coreia do Norte, para pior porque a crueldade herdada dos inquisidores e torturadores de antanho, aprendida nos manuais de marighelas ou torcionários comunistas, para com os "burgueses", reaccionários e fassistas de todos os matizes,  só encontraria sossego quando estivessem todos mortos ou presos num gulag, mesmo imaginário e que aliás deve permanecer bem activo no subconsciente da dita.
As bombas que a madame ajudou a montar mas nunca transportou ( era perigoso...) eram de fantasia e para assustar passantes. Bombinhas de rabiar, portanto. Se mataram alguém foi por mero azar de uma acaso macaco. Culpa da madame? Zero. A filha já sabe a doutrina que ela lhe ensinou e que desculpa a mamã de todas as malfeitorias que mataram gente.

No lado oposto, mas politicamente muito próximo,  o livro da Flunser,  uma arreigada antifassista que pretende demonstrar que o fassismo nunca foi devidamente castigado em Portugal. E merecia, segundo a historiadora objectiva, isenta e imparcial do que aconteceu em Portugal nos anos de PREC e logo a seguir.
O livro vale essencialmente pelo relato factual de certas ocorrências, como a do desvio da documentação da antiga polícia política, para os arquivos subterrâneos da KGB em Moscovo, literalmente pela mão de comunistas portugueses que ainda hoje são muito patriotas.

É a história daqueles que andaram a fazer a folha àqueles piratas e que por isso mesmo, mereciam louvores do regime de então, porque apenas faziam cumprir as leis então existentes, tendando evitar que Portugal se tornasse um país semelhante a uma Cuba ou Roménia.  Os piratas, evidentemente não apreciavam os gestos e quando chegaram ao poder de mandar, prenderam-nos. Não tinham leis para tal, mas inventaram-nas, como se narra a seguir, no resumo das duas folhas apresentadas. As leis retroactivas que denegavam todos os princípios do direito penal foram aprovadas porque os vitais entendiam que constituíam uma excepção legítima ao princípio da não retroactividade das leis penais, princípio que conheciam de cor, por o ensinarem nas faculdades de direito mas nesse caso deitaram ao caixote do lixo da História. Até hoje, nunca se envergonharam destas façanhas e continuam por aí, impantes de auto-suficiência teórica, depois de várias cambalhotas ideológicas, que também os não envergonham, eventualmente por causa de algo trivial: desconhecem tal sentimento. 

Não deixa de ser fantástico o rigor historicista colocado no paralelismo do "fascismo"  do antigo regime Salazarista/ Caetanista, com os julgamentos de crimes de guerra em Nuremberga e depois, já em consequência da guerra nos Balcãs, noutros julgamentos em tribunais penais internacionais que no PREC ainda nem existiam.

Por outro lado, o rigor jurídico das concepções humanistas de um Vital Moreira expresso no contorcionismo ideológico que mostrou em 1975, impressiona pelo sectarismo e miséria moral:


Para Vital e os seus de então, os PIDES eram para grelhar. Na cadeia, durante muitos anos. Uma ideia de Justiça à la carte, que aliás sempre caracterizou o professor de Coimbra que ajudou a dar à luz uma Constituição marxista que ainda existe em Portugal.

Qual a palavra mais usada nestes dois livros? "Fascista", segundo julgo.

Entretanto, folheando coisas antigas dei com esta página de um livro de 1976 que recolheu ilustrações do jornal A Rua, cujo primeiro número saiu em 8 de Abril de 1976 e tinha como director um salazarista antigo e culto: Manuel Maria Múrias.

Por manifestar ideias e simpatia política pelo antigo regime, Manuel Maria Múrias foi preso em 28 de Setembro de 1974, por crime de "associação de malfeitores". Qual a malfeitoria? Não se sabe porque era de natureza política. Os que acusavam o fassismo de prender por opinião política expressa, fizeram exactamente o mesmo nessa altura, quando estavam na mó de cima.

O crime de associação de malfeitores aparecia no Código Penal de 1886 ( o tal que é do séc. XIX mas durou até 1983):


Portanto, os presos do 28 de Setembro de 1974 foram-no por pertencerem a uma associação formada para cometer crimes, como assaltos à mão armada, como no caso da Figueira da Foz, em 1967, pelos piratas da LUAR ou desvio de aviões, idem aspas, ou colocação de bombas que não eram de carnaval, idem idem aspas aspas.
Ou seja, Manuel Maria Múrias e dezenas de outros, provavelmente estavam no mesmo rol político que aqueles piratas da LUAR. Não estavam? Era como se estivessem e o bravo Abrantes Serra mandou-os prender...e nada lhe aconteceu. 

A Ordem de Captura era esta, em fac-simile:


O documento está assinado por Abrantes Serra, como "Presidente do Serviço" que era o de Coordenação da extinção da Pide/Dgs.

Como se conta no livro da Flunser este Abrantes Serra, da Marinha, era um valentão:



Mesmo a comandar o forte de Caxias teve poder para assinar ordens de captura, em 28 de Setembro de 1974.

Seria interessante saber quem foi este José Júlio Neto Abrantes Serra que cursou na Marinha portuguesa e esteve no Ultramar:


Como é que este indivíduo se aproximou dos piratas da LUAR? Como é que se tornou esquerdista?

Gostava de saber...

13 comentários:

Floribundus disse...

'puta de prisão
ou
prisão da puta?'

José Domingos disse...

Intelectualmente e politicamente desonestos, a liberdade do povo, era a que eles impunham.
Miseráveis, com o palco público, que o jornalixo mendigo cá do burgo, vai fazendo fretes.

joserui disse...

Estes livros não me interessam mesmo nada…
numa outra nota, ontem comi uma maçã 'Porta da loja'… a casca dura como cornos, mas conserva bem, talvez até Abril! O sabor, (subjectivamente) "assim-assim"… Também comi outra tradicional 'Pêro-limão'.

adelinoferreira disse...

Para alívio da azia

https://youtu.be/FNv7M-UPNuY

Manuel Pereira da Rosa disse...

O que não falta são livro de primários comedores de comida «enlatada» com rótulos: «direita», «esquerda», «comunista», «fascista», etc. Num livro titulado «Conceitos Fundamentais de Matemática» Bento de Jesus Caraça, rotulado de comunista escreveu: «É tão fácil rotular alguém e elevar esse rótulo à categoria de representação». Um dos males do Estado Novo foi estar cheio de salazaristas, pois Salazar não o era, limitou-se a obedecer às autoridades centradas em Deus ( diferença entre o caos e a ordem ), Pátria para a qual arranjou uma Soberana (a Nação Portuguesa) e Família ( grupo primário necessário à sobrevivência). Depois obedecer. Salazar está milhares de anos à frente dos arrivistas da rebaldaria e tirania de muitos por ser muito mais cruel pois é de proximidade. Não comida enlatada sem averiguar o que estava dentro.

muja disse...

O José está enganado porque esta gente na Coreia do Norte era fuzilada sumariamente por ser degenerada e anti-nacional.

A Coreia do Norte é um socialismo nacionalista mais próximo do fascismo italiano do que do comunismo soviético ou dos socialismos sul-americanos, apesar da iconografia semelhante e do materialismo (compensado pela divinização do grande líder). Não é o gigantesco campo de concentração que a propaganda mundialista pinta.

Pense-se o que se pensar do regime em si, a Coreia do Norte está longe, enquanto país, nação e povo, da indigência destes coprófagos que não resistem a coisa nenhuma. Antes são a imagem acabada da classe opressora que a cassete deles denuncia: burgueses parasitas que exploram as classes trabalhadoras.





muja disse...

Com uma diferença: é que o burguês parasita, agora, mama directamente do Estado.

josé disse...

"Um dos males do Estado Novo foi estar cheio de salazaristas, pois Salazar não o era, limitou-se a obedecer às autoridades centradas em Deus ( diferença entre o caos e a ordem ), Pátria para a qual arranjou uma Soberana (a Nação Portuguesa) e Família ( grupo primário necessário à sobrevivência). Depois obedecer."

Tendo a pensar o mesmo, cada vez mais. Por isso é que Salazar se identificava com o povo de então que também tinha esses valores, em geral. Ou pelo menos eram cultivados pela Igreja, pelas comunidades locais e pelas famílias.

Era um sistema coerente que agora não existe. Basta ver o que se passa com este fenómeno da violência doméstica.

Ontem, morreram mais duas pessoas, de Foz Côa, por causa disso.

Josephvs disse...

Muja .... tasty :)

https://twitter.com/Reuters/status/926449239231815680

Ricciardi disse...

Manuel Maria Carrilho vai recorrer para a relação do Porto. Ele acha que se lhe tivesse calhado o juiz neto a Bárbara apanharia uma pena de 4 vergastadas.
.
Rb

A Mim Me Parece disse...

Parece-me ser a pena por que aspiras: 4 VERGASASTEADAS!

adelinoferreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maria disse...

A Isabel do Carmo tem umas feições (e o aspecto físico) iguaizinhas a uma senhora judia com o apelido Maier e depois da Guerra adoptou o de Maillet (dito com sotaque fracês parece de facto o mesmo, daí a opção) parece que a conselho da família ou dos amigos. Esta senhora apareceu anteontem num documentário sobre os judeus sobreviventes do nazismo ou seus descendentes e parece ela ter sido uma destas. Não vi o documentário do início, mas não faltam entrevistas a ex-prisioneiros pràticamente sempre na RTP2 ou 3 e quase semanalmente, pessoas que conseguiram fugir milagrosamente dos campos de concentração e muitos deles, como é possível constatar-se nos que aparecem nas entrevistas, sem a mais pequena beliscadura .

Estes documentários, filmes e entrevistas passam regra geral semanalmente, quando não diàriamente, em todas as televisões do mundo e por cá têmo-las na RTP2 ou 3 com a mesma periodicidade (por ordens vindas do outro lado do Atlântico, está bom de ver).

Esta senhora, Meier/Maillet, podia ser irmã gémea de Isabel do Carmo, as parecenças são espantosas no rosto mas especialmente no formato da boca e na maneira de se expressar, só que esta senhora é menos feia. Nos genes de Isabel do Carmo (e os genes não deixam mentir) está a explicação pelo seu idolatrado comunismo extremista e o seu ódio visceral aos não judeus (ou gentios), aos ricos, ao capitalismo, aos regimes democráticos, que esta ex-MRPP sempre professou e continua a professar mas agora muito bem disfarçado, como tentam fazer todos aqueles que ideològicamente com ela se identificam e que fingem cìnicamente ter abandonado esta ideologia após a extinção (aparente) há décadas deste movimento terrorista e de outros igualmente extremistas.

Se duvidam que é tudo o que vem daqueles lado é fingido e falso, vejam por exemplo o que o detestável Louçã, outro extremista tão ou pior do que ela, diz e escreve desde que há décadas entrou para a cena política com o exclusivo propósito de nos infernizar o juízo e a vida.

Pelo descrito, ela e os seus kamaradas e os elementos dos restantes partidos extremistas, devem estar de quarentena à espera de melhores dias - dando um propósito ao seu idealismo morto e enterrado, mas não obstante sempre presente, para um dia ser resuscitado, naquelas cabeçorras - para pô-lo em movimento quando o ambiente estiver propício para tal e o terreno pronto para a colheita. Como o Muja tem vindo a sugerir e bem e o José nem sequer colocando essa hipótese.

Isto acontece porque os comunistas, os que pertencem ao MRPP e os membros dos movimentos e partidos que se dizem de esquerda, socialistas incluídos, precisam da ajuda imprescindível dos revolucionários extremo-esquerdistas para levar a bom termo as suas revoluções. E essa preciosa ajuda, traduzida numa subversão violenta e contínua, leva a um sucesso garantido. Por isso os elementos do MRPP e de todos os movimentos e partidos que partilham a mesma ideologia nunca a largam, estão a ela agarrados como lapas ao casco de um navio.

É curioso mas estas senhoras judias e todas as outras que se dizem ex-prisioneiras dos campos de concentração e que volta e meia aparecem em documentários televisivos a testemunhar os horrores por que passaram, asseguram ter perdido todos os bens que possuíam (isto é muito estranho porque muitas destas pessoas eram na altura ou crianças ou adolescentes ou jovens adultas) e no entanto as mesmas que o afirmam de modo peremptório (fora as inúmeras que corajosamente já vieram dizer que mentiram nessas alegações), tornaram-se invariàvelmente pessoas ricas ou muito ricas e todas têm um óptimo aspecto físico nada condizente com os sofrimentos e maus-tratos por que dizem ter passado às mãos dos oficiais e guardas nazis. Muito estranho mesmo.

O Público activista e relapso