terça-feira, novembro 29, 2011

Medina Carreira a crédito

Ontem na TVI, citado hoje pelo Económico:

"Creio que não vai ser possível voltar a pagar subsídios aos funcionários públicos. Não estou a ver que venha a haver uma folga para isso", explicou o ex-ministro das Finanças no programa "Olhos nos olhos" da TVI24.

Medina Carreira defendeu que a única saída para Portugal é cortar nas despesas com pessoal e prestações sociais, porque "esta não é uma economia que dê para pagar o que devemos".

"O nosso estado social não tem consistência rigorosamente nenhuma, já está mal e daqui a 10 anos vai estar pior", alertou o responsável, para quem "devia ser incluído no código penal a incriminação dos políticos que conduziram o país a esta situação."

Quanto à incriminação dos políticos, um dos que estaria incurso seria o seu antigo primeiro-ministro, Mário Soares. E então, Medina Carreira era socialista de gema democrática. Mas não foi capaz de se impor ao socialismo tipo compagnon de route do PCP até aos anos noventa.
Por outro lado, a incriminação no código penal obedece a princípios básicos e um deles é o da não rectroactividade da lei penal. Ou seja, estão safos.
Portanto, a débito de Medina Carreira está a inequívoca comparticipação no descalabro que se verificou logo nos anos setenta, após as nacionalizações e que foi, a meu ver, o alfobre dos males que nos afectaram sucessivamente. Portugal, em 1973 estava a crescer como nunca e se tivesse realizado uma transição para a democracia como a Espanha o fez, estaria porventura melhor que este país.
Quem liquidou a nossa economia foi a Esquerda. Da qual Medina Carreira fazia parte integrante.

A crédito de Medina está o facto de se ter arrependido a tempo. Foi das poucas vozes ( a única?) que denunciaram os desmandos dos governos que se sucederam sucessivamente sem cessar, na despesa incontrolada e sob o pretexto de que eram esforço de investimento. Alguma dessa despesa "pagava-se a si mesma", como no caso da Expo 98 e do que aí ficou.
Viu-se. Agora pagamos todos, mas há alguns, precisamente os responsáveis pelo descalabro que arranjaram vidinhas de luxo que dantes não tinham nem sonhavam ter. Um tal Paulo Campos, herdeiro de outro Campos, disse ontem na tv algumas barbaridades de arrepiar cabelos. E nem a evidência o demove do erro.

É preciso denunciar essa canalha por uma questão de justiça.

Questuber! Mais um escândalo!