quarta-feira, novembro 23, 2011

Mário Soares, agitador social

Económico:

"Não podemos saudar democraticamente a chamada rua árabe e temer as nossas próprias ruas e praças. (...) Apelamos à participação política e cívica e à sua mobilização na construção de um novo paradigma". Em duas frases, este grupo de homens de esquerda liderado por Mário Soares apela aos que se opõem "a políticas de austeridade que acrescentam desemprego e recessão, sufocando a recuperação da economia" de forma a travar "a imposição da política de privatizações num calendário adverso" e o "recuo civilizacional na prestação de serviços públicos essenciais" como é o caso da saúde, a educação, a protecção social e a dignidade no trabalho."

Mário Soares que deveria estar na reforma e calado, pelo que fez e não fez ao país que somos, pela profunda vergonha que isso representa, ainda anda por aí a incendiar " a rua" e a apelar à revolta e indignação popular.
Em 1985, este político que nos entalou de modo grave e entregou às mãos do FMI por duas vezes, era governante porque era o "amigo dos pobrezinhos" e como socialista convencia os papalvos a acreditar que iria solucionar politicamente os nossos problemas. A realidade impôs-se-lhe por mais que uma vez, mostrando-lhe os erros graves, mas nada aprendeu e pelos vistos ainda nada esqueceu.
Por isso mesmo, para lhe lembrar o que dizia em 1985, perante uma situação de crise grave, fica aqui mais uma vez, a entrevista que concedeu à Grande Reportagem. Nenhum jornalista o vai confrontar com estes ditos antigos porque como habitualmente, em Portugal o jornalismo é do tipo "para quem é bacalhau basta" e Mário Soares sabe muito bem que assim é porque é a prova viva de que a mediocridade compensa.


E que dizia então, à Grande Reportagem de 1985 e durante mais uma grave crise económica, com fome em Setúbal e despedimentos nessa área? Pois dizia o que lhe era favorável. Como era governo ( foi corrido pouco depois com a maior derrota que o PS sofreu, já com Almeida Santos, o Sombra, a dirigi-lo) dizia que essa coisa do Estado Social era um problema porque não havia dinheiro no Estado e que portanto era preciso reduzir e simplificar o Estado.
Nessa altura, em relação às falências em catadupa que a sua política económica provocou, o que dizia? Simplesmente que em Portugal até essa altura não tinha havido falências , "praticamente", e que "isso é um erro". O erro era não haver falências e ainda dizia mais: " os postos de trabalho não podem ser mantidos artificialmente à custa do erário público". Quando lhe falavam na fome, dizia que sempre tinha havido fome- " Há pessoas em Portugal que vivem mal? Pois há! E não houve sempre? Há pessoas que passam necessidades? Pois há! E não passaram sempre?"- É ler...clicando na imagem abaixo.

Repare-se: em 2011 acha que o Estado deve impor-se de feitio e peito economicamente feito para desbaratar o neoliberalismo. Em 1976, achava que o Estado gordo é que era bom para a economia, tal como hoje. Em 1985 que não, e que patati patata, miséria tinha havido sempre e por isso não era admiração. É ler essa parte da entrevista para ver a rolhice deste indivíduo tido como o guru de jornalistas tipo Ferreira Alves.

Ainda sobre Mário Soares talvez não seja despiciendo trazer à colação o que o insuspeito Marinho e Pinto, o advogado-jornalista que agora quer que aqueles não acumulem com estes, escrevia sobre ele, há uns anos:
"Soares é arrogante, pesporrento e malcriado." (...)

"Em minha opinião, Mário Soares nunca foi um verdadeiro democrata. Ou melhor é muito democrata se for ele a mandar. Quando não, acaba-se imediatamente a democracia. À sua volta não tem amigos, e ele sabe-o; tem pessoas que não pensam pela própria cabeça e que apenas fazem o que ele manda e quando ele manda. Só é amigo de quem lhe obedece. Quem ousar ter ideias próprias é triturado sem quaisquer contemplações.
Algumas das suas mais sólidas e antigas amizades ficaram pelo caminho quando ousaram pôr em causa os seus interesses ou ambições pessoais.

Soares é um homem de ódios pessoais sem limites, os quais sempre colocou acima dos interesses políticos do partido e do próprio país."

E tem mais, muito mais. É ler...o que Marinho e Pinto dizia dele há uns dez anos...

Questuber! Mais um escândalo!