O economista João Duque coordenou um "grupo de trabalho" que apresentou um relatório em que propõe uma noção de serviço público de tv.
Uma das conclusões desse relatório é claríssima: " a RTP tem um passado de conhecidas práticas de intervenção ilegal ou eticamente reprovável" do poder político do momento.
"Todos os partidos, todos os governos sem excepção têm participado demasiado nos alinhamentos, na escolha de programas e até de pessoas que vão aos programas."
Perante isto que é uma evidência plana e crua, incontestável até pelos próprios, o que dizem os mesmos?
Nuno Santos, um responsável da RTP que temos, teve o desplante de afirmar que a influência do poder político é um mito e "atentatória da integridade dos jornalistas" , segundo o Público de ontem.
No de hoje, Miguel Relvas que recua, recua e recua nas intenções iniciais até se posicionar no ponto de partida desejável para os visados, já diz que " a informação da RTP é claramente isenta, não há intromissão de poderes políticos" e esvaziou totalmente as conclusões do grupo de trabalho, criado por ele mesmo.
Agora já só aposta nas conclusões de outro grupo de trabalho- o da própria RTP, corporativamente adequado e que deixará tudo na mesma, como dantes, com o quartel-general no sítio do costume. Reconduziu o presidente da empresa e teceu elogios a todos.
Portanto, mudanças só na cosmética...
Reproduzindo o velho ditado: é preciso que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma. Há uma pergunta que deve ser equacionada: que papel teve a Maçonaria em tudo isto? Discutiu o assunto nas lojas, particularmente a de Miguel Relvas? E este, levou nas orelhas, reconhecendo quem manda de facto?