quinta-feira, novembro 17, 2011

RTP: it´s the same old song

O economista João Duque coordenou um "grupo de trabalho" que apresentou um relatório em que propõe uma noção de serviço público de tv.
Uma das conclusões desse relatório é claríssima: " a RTP tem um passado de conhecidas práticas de intervenção ilegal ou eticamente reprovável" do poder político do momento.
"Todos os partidos, todos os governos sem excepção têm participado demasiado nos alinhamentos, na escolha de programas e até de pessoas que vão aos programas."

Perante isto que é uma evidência plana e crua, incontestável até pelos próprios, o que dizem os mesmos?
Nuno Santos, um responsável da RTP que temos, teve o desplante de afirmar que a influência do poder político é um mito e "atentatória da integridade dos jornalistas" , segundo o Público de ontem.
No de hoje, Miguel Relvas que recua, recua e recua nas intenções iniciais até se posicionar no ponto de partida desejável para os visados, já diz que " a informação da RTP é claramente isenta, não há intromissão de poderes políticos" e esvaziou totalmente as conclusões do grupo de trabalho, criado por ele mesmo.
Agora já só aposta nas conclusões de outro grupo de trabalho- o da própria RTP, corporativamente adequado e que deixará tudo na mesma, como dantes, com o quartel-general no sítio do costume. Reconduziu o presidente da empresa e teceu elogios a todos.
Portanto, mudanças só na cosmética...
Reproduzindo o velho ditado: é preciso que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma. Há uma pergunta que deve ser equacionada: que papel teve a Maçonaria em tudo isto? Discutiu o assunto nas lojas, particularmente a de Miguel Relvas? E este, levou nas orelhas, reconhecendo quem manda de facto?

3 comentários:

Carlos disse...

Esquerda vs. direita e os fantasmas pós-traumáticos de uma vivência infeliz.

O país anda completamente baralhado, "toikado", ou "isaltinado".

A direita que se cuide, pois se vão dar continuidade a toda a doutrina "Toukiana", ainda vão ter como resultado, uma ecónomia encapotadamente centralizada no estado (domínio da banca, igualitarismo funcional público/privado, etc.,et.).

Aliás, hoje, entre as políticas defendidas pela esquerda parlamentar e a prática da direita governativa, vai só uma questão de tempo. Senão vejamos:
Tributação das mais-valias;
Mais impostos sobre a banca;
Aumento da tributação dos maiores escalões do IRS;
Fim das "offshores";
Renegociação do programa da "Troika";
Abandono da baixa da TSU, etc., etc.

lusitânea disse...

Tal como aconteceu no anterior governo PSD vamos acabar por ter delegações da RTP àfrica nos seguintes bairros multiculturais:Cova da Moura, Quinta da Fonte, Bairro da Liberdade, Massamá, Quinta da Pincesa...

Zé Luís disse...

Li hoje o relatório e também o subscreveria. Parece-me muito bem delineado. Das sugestões, podem-se acolher umas e rejeitar outras, mas não lhe tira o mérito. E, ao contrário do que dizem, está feito por gente que estudou bem os assuntos e reflecte sobre a realidade. Penso que era o que se lhes pedia.

O Público activista e relapso