Segundo o jornal i, de hoje, o PGR Pinto Monteiro, "deu ordens à procuradora.geral adjunta Maria José Morgado, para que o DIAP de Lisboa abra um inquérito, com prioridade e urgência para averiguar quem fez chegar aos jornais um dos despachos do próprio PGR."
A notícia não fica por aqui e ainda adianta que o PGR ficou "estarrecido" quando soube que pelo menos dois jornais transcreviam partes de um seu despacho em que arquivava as certidões remetidas pela comarca do Baixo-Vouga no caso Face Oculta.
Mais ainda. Relata o jornal que o PGR falou com a procuradora-geral adjunta, na altura em que ainda se encontrava no estrangeiro e o jornal "apurou que são efectivamente muito poucos os que tiveram acesso aos despachos do procurador-geral sobre as escutas. "Só cinco ou seis pessoas" escreve o jornal, citando directamente Pinto Monteiro.
Os nomes destes cinco ou seis, já estão aliás identificados e o jornal não faz cerimónia: Pinto Monteiro; Gomes Dias ( vice-PGR); Lurdes e Graça ( secretárias do PGR- sic); Noronha Nascimento ( pSTJ); Braga Temido ( Procurador distrital de Coimbra) e João Marques Vidal ( procurador no Baixo Vouga).
Portanto, os seis suspeitos de peso já estão devidamente identificados. A pergunta que se impõe é saber quem os identificou e eventualmente cometeu outro "crime" de violação de segredo de justiça...ou no mínimo identificou quem pode vir a ser considerado suspeito num tipo de crime que se afigura muito delicado, no caso concreto. Por várias razões: o DIAP não tem competência para investigar o PGR. Nem o pSTJ. E se o despacho foir meramente administrativo como tudo indica, nem crime haverá, pelo que se imporá um arquivamento liminar. Não por falta de "indícios probatórios" mas porque nem crime existe para investigar e a lei processual proibe actos inúteis.
Enfim, só coisas extraordinárias no mundo da justiça.