quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Uma réstea de jornalismo

Confesso que gosto ler destes relatos, publicamente assumidos por jornalistas. De resto, Henrique Monteiro, por duas ou três vezes, na tv, mostrou que ainda há alguma esperança no jornalismo português e que não são todos marcelinos a pão e vinho. O que me surpreende agradavelmente porque o tinha como mais um jornaleiro apaniguado a qualquer coisa indefinida de bloco central. E não tem sido assim, nestes casos mais recentes, o que se revela uma réstea de esperança num jornalismo que merece esse nome.

Henrique Monteiro, director do Semanário Expresso, criticou hoje, no Parlamento, a “estratégia” de José Sócrates na sua relação com a comunicação social.

"Fui pressionado por conversas de uma forma bastante clara. Numa noite, de quinta para sexta-feira, o Sr. Primeiro-ministro telefonou-me e pediu-me para não publicar a história da sua licenciatura", afirmou o jornalista na Comissão de Ética, que classificou esta conversa com José Sócrates, que terá durado "algumas horas", como "pressão ilegítima".
"Se isto é uma pressão legitima, não hã pressões ilegítimas", acrescentou Henrique Monteiro.Na Comissão de Ética, Henrique Monteiro garante ter sido pressionado de forma até "muito clara" e sublinhou ter sido esta a "única vez" na sua carreira que alguém lhe ligou por causa de notícias antes de terem saído.
O jornalista adiantou que, depois disso, enviou uma carta a José Sócrates, onde lamentava as pressões, mas nunca obteve resposta.
"Depois do caso da licenciatura tivemos graves problemas", prosseguiu.
Agora conviria saber em concreto quais foram esses graves problemas.

Aditamento: afinal este jornalismo é mesmo de résteas...e deontologicamente carente.

2 comentários:

joserui disse...

Acho muito interessante o detalhe do aditamento. E porque este Henrique Monteiro vai dizer que só foi pressionado uma vez politicamente? Para limpar o resto da sujeira, com o eventualmente menos grave do curriculum deste indivíduo Sócrates. Que seita. -- JRF

António Balbino Caldeira disse...

Interessante, seria determinar se foi antres da primeira notícia, a do título semi-bombástico («Diploma de Sócrates emitido a um domingo») - em vez de "Sócrates licenciado a um domingo").

A obscenidade do jornalismo televisivo