Mário Soares ontem, em mais uma comemoração da data redonda, terá afirmado publicamente, segundo o i de hoje que "Caetano era mais fascista que Salazar". "Salazar era um ditador, o Caetano era fascista mesmo".
Este Soares desmemoriado e atoleimado não é o mesmo de há umas décadas, evidentemente.
Sobre Soares, Marcello Caetano desabafara já a Veríssimo Serrão, na obra publicada pela Verbo em 1985, do modo que segue:
Por outro lado, um amigo de Caetano, Jorge Tavares Rodrigues tinha divulgado em 1984 algumas "confidências de exílio" daquele, entre as quais um eventual entendimento com o mesmo Soares a propósito de uma transição para a democracia.
Jorge Tavares Rodrigues não hesita em classificar Caetano como um democrata-cristão que de fascista tem apenas o nome que este Soares agora lhe quer colar. E percebe-se porquê: Caetano, apesar daquela tentativa, nunca foi meigo com Soares e sempre o desprezou como estadista e até como indivíduo.
É um rancor que ficou e que justifica o vilipêndio que este patrono de bancarrotas anda agora a espalhar como veneno, aproveitando a ignorância de muitos e o esquecimento de outros.
Soares chama a isto (Observador, 27 de Julho de 1973) fascismo...portanto uma multidão de fascistas no Terreiro do Paço, a escassos meses da libertação. Que patético, este Soares.
ADITAMENTO:
Ainda sobre Mário Soares, um autor português ausente na Holanda ( onde estava em 1974), José Rentes de Carvalho, escreveu então um livro- Portugal- A flor e a foice, agora reeditado por cá.
Sobre Mário Soares, o autor, com 83 anos, não poupa nas palavras, na Tabu ( revista do Sol) de hoje. Agora só falta o depoimento do desaparecido Rui Mateus.Curiosamente, ninguém pergunta a Mário Soares por tal companheiro fundador do partido...