sábado, novembro 25, 2017

Imagens ilustradas do tempo de Salazar

Estes recortes são todos do ano de 1967 e mostram  alguns aspectos da vida quotidiana dos portugueses de então:

O primeiro é do Século Ilustrado de  30 de Dezembro de 1967, cerca de um mês depois da catástrofe das cheias e mostra o movimento de solidariedade dos trabalhadores da Carris, para com os seus colegas que ficaram sem abrigo. Não foram apenas os estudantes que descobriram então o activismo da solidariedade interessada em promover a oposição ao regime em modo perverso.
 Houve muitas outras ajudas. Aliás, os tais estudantes, por esta altura já deviam estar cansados, na sua maior parte...


 A solidariedade privada que os comunistas ( o tal José Barata Moura) apelidavam de "caridadezinha" funcionava melhor que hoje em que se espera tudo do Estado:



 Tal fenómeno tinha precedentes, como mostra esta imagem do Século Ilustrado de 12 de Maio de 1967, da altura em que o Papa Paulo VI esteve cá em Portugal:



Em Maio desse ano tinha ocorrido um assalto ao banco de Portugal, da autoria de uns piratas que deixaram descendência que agora fala nas tv´s, do alto da burra, como é apanágio delas.




Tais rebentos não tiveram a educação que em França se discutia, em Dezembro desse ano,  como método educativo eficaz para impedir futuros terroristas: chicote no lombo era opção em aberto ...


Em Portugal começava então ( Abril de 1967) a era do consumo corrente e em massa, para as pessoas das aldeias:



E na mesma altura dava-se conta do surgimento de novas enfermeiras em imagens sugestivas:



Os cursos universitários, aliás, estavam em franca progressão:

Em 1967,  quando os alunos faziam queima das fitas as pessoas vinham para a rua, ver os cortejos. Tudo acabou em 1969, com os estudantes contestatários do regime. Um tal Alberto Martins que ainda hoje se gaba do feito, foi apenas o começo dos que quiseram imitar a França do ano de 1968 em que lhes pareceu que "tudo era possível":




Em Coimbra os estudantes tinham uma equipa de futebol e em Janeiro de 1967 estavam tão bem classificados que ameaçavam a hegemonia do  Benfica. Um dos jogadores chamava-se Maló e já formado em Medicina,  tirava uma especialidade em estomatologia.  Actualmente tem várias clínicas espalhadas pelo país.