terça-feira, março 02, 2010

Linguagem críptica

Sapo Notícias:

Em comunicado enviado aos órgãos de comunicação social após reunião convocada pelo Procurador-Geral da República, o Conselho Superior do Ministério Público deu conta da sua "determinação em impedir a contaminação do Ministério Público por considerações de índole política", "em cumprir e preservar os procedimentos decisórios próprios" e em "não admitir que se insinuem motivações extra-jurídicas para as posições processuais que o Procurador-Geral da República ou cada magistrado entenda tomar de acordo com a Constituição e a lei".

Na reunião, o Procurador-Geral informou o conselho da sua intervenção no dossier respeitante às certidões extraídas do inquérito n.º 362/08.1JAAVR da Comarca do Baixo Vouga (Face Oculta). O Conselho considerou, por unanimidade, "que estão em causa intervenções de magistrados no legítimo exercício das suas competências funcionais, com observância das metodologias e dos procedimentos característicos da actividade judiciária".

Os portugueses em geral não entendem esta linguagem. E a linguagem dos juristas não é nem deve ser a linguagem do povo em geral. Quem não consegue comunicar a não ser por estes signos linguísticos codificados tem de aprender a falar e comunicar de outro modo.

Acontece que a Constituição da República manda que a administração da Justiça pelos tribunais, se faça em nome do povo, detentor último da legitimidade.

A PGR e o CSMP nem sequer é um tribunal, mas apenas um "órgão de supervisão" como lhe chama o sítio do Governo.

5 comentários:

Karocha disse...

Sem saber disso actualizei o meu blog hoje José :-)))

Anónimo disse...

Caramba! Não há ali alguém que contaminou politicamente o processo com considerações desse género sobre a natureza do caso? Ou será isto uma mensagem codificada para o Ministro da Economia?

bontempi disse...

Não vem a propósito, mas alguém tem de dizer alto à asneira em que, no melhor estilo Tânia Laranjo, o Senhor vem militando.
No melhor pano cai a nódoa.
Para se exigir rigor tem que se ser rigoroso.
É a sua segunda vez que, a propósito do processo Face Oculta,o Senhor José imputa,a violação do segredo de justiça a um Advogado dum arguido.
Oh Senhor José, então o Senhor puxa as orelhas ao Tareco e ao a Barreto por terem dito asneiras e não se coíbe de incorrer em asneira, indo atrás da Laranja Mecânica, não devendo ir, como bem sabe.
Se andasse mais atento e fosse menos ligeiro, teria dado conta de que o autor do único crime conhecido de violação de segredo de justiça no caso Face Oculta foi o arguido Paulo Pereira da Costa e nunca o Advogado de qualquer arguido.
Logo o Senhor que tão facilmente se podia informar, devida e correctamente, como lhe era exigível, junto do seu Colega Euclides Dâmaso.
Como bem sabe neste ofício não se podem cometer calinadas.
Elas são devastadoras.

ferreira disse...

Em vez de terem estado 7 horas(!) reunidos para produzir isso, essa "Brigada do Reumático" não poderia ter aconselhado o Sr PGR a gastar 7 minutos para convencer o "povo" de que não agiu mal?

Sou parte desse "povo" e estas atitudes parecem-me
"desculpas de mau pagador".
"Cada um sabe onde lhe aperta o sapato".
É preciso ser-se sábio, que
"A barba não faz o filósofo".
O Sr. Procurador
"Atirou no que viu, acertou no que não viu" e
"A emenda saiu pior que o soneto".
Sabe-se que
"A gente dança conforme a música", mas
"Devagar com o andor, que o Santo é de barro" e
"Desgraça sempre anda acompanhada".
É verdade que
"Pagar e morrer quanto mais tarde melhor", mas
"pôr paninhos quentes não adianta" e
"Burro velho não apanha, ensina".
Como
"Deste mato não sai coelho",
"Depois de burro morto, cevada no rabo".
"A porta da rua é a serventia da casa".

josé disse...

bontempi:

Vou corrigir e pedir desculpa.

O Público activista e relapso