
É um magnífico volume de memórias do nosso passado recente, com destaque para os anos sessenta e os setenta do século passado.
O maoismo e o esquerdismo em geral foram viveiros de certos intelectuais que desaguaram em partidos políticos, quase sempre em esquerda, mesmo sendo putativamente de direita ( como o PSD).
Nestas quatro páginas que aqui coloco e se podem ler com um clique, há a história do assassinato de um informador da PIDE, às mãos de uns revolucionários de pacotilha, com destaque para um certo Francisco Martins Rodrigues, dissidente do PCP e inimigo, pela esquerda, da sua linha política de contemporização com o regime por não querer enveredar pela via revolucionária e pelo slogan de que "o poder está na ponta de uma espingarda."
O tal Rodrigues mais um tal d´Espiney assassinaram um camarada que os traiu e informou a PIDE conduzindo a prisões de vários militantes clandestinos, em meados dos anos sessenta. Os assassino fizeram-no após um simulacro de julgamento revolucionário, em que o mesmo confessou os "crimes" e foi então executado. Isto em Portugal, um país que tinha abolido a pena de morte muitas décadas antes.

José Pacheco Pereira, ( o "Rui") pois claro, é um dos bravos esquerdistas que se opunham ao PCP por este ser demasiado brando... e há outros conhecidos. Por exemplo, Nuno Crato, o actual ministro da Educação.
Tenho para mim que estas pessoas nada esqueceram e nada aprenderam. Mas posso estar enganado...porque Saldanha Sanches, um deles, disse que esse percurso foi uma infantilidade, dando razão às teses do PCP ( o "esquerdismo como doença infantil do comunismo").
