O Diário de Notícias que habitualmente pratica um jornalismo desportivo tem publicado desde Domingo uma série de artigos muito bem feitos sobre o Ensino superior em Portugal. A par de outras "grandes investigações" já efectuadas pelo jornal também esta merece um destaque e parabéns à meia dúzia de jornalistas que a realizaram, fugindo ao esquema habitual do 5-4-1.
Não obstante, o esquema parece ter pegado de estaca na redacção do jornal e hoje também ao escreverem sobre a "greve geral" da CGTP, coisa que normalmente os media se esquecem de mencionar com o devido destaque, convocam novamente o sistema de jogo do costume.
Os jornalistas Ilídia Pinto, Virgínia Alves, Joana Capucho, Roberto Dores, Paulo Julião e Mónica Ferreira tentam explicar nos modos habituais do jornalismo tipo DN o que é e o que significa a "greve geral" de hoje.
Um deles, provavelmente por iniciativa própria mas condicionada ao habitual esquema de jogo, resolveu telefonar a três personagens da praça política. Nada de especial. O que tem de especial é a escolha dos nomes que foram alvo das telefonadelas.
O do PS é Paulo Pedroso, apresentado como "ex-ministro do Trabalho, dirigente do PS". Só isso?!
E não há mais ninguém no PS que tenha telefone disponível para atender e falar sobre a greve da CGTP?
Estas coisas parecem anódinas e é mesmo assim que o jornalismo desportivo tipo DN quer que pareçam. Mas não são. Estas coisas nunca são inocentes nem despropositadas mesmo que o/a jornalista ( aposto mais nela) não queira admitir tal facto, porque teve de o pensar. Provavelmente o telefone estava mais à mão e o dito é sempre solícito na resposta. Portanto parecem inocentes, mas não são. O dito anda à espera da oportunidade perdida de voltar a aparecer onde tal importa: na tv, em horário nobre e entrevista de fundo a jurar o mesmo de sempre. Falta pouco e estes pequenos snaps ajudam ao desiderato. Parece pouco, mas são apenas um dos sinais de um nojo anómico e o responsável por este tipo de jornalismo devia ter o mesmo destino que os jornalistas da BBC que foram recentemente punidos social e profissionalmente por andarem a brincar ao jornalismo desportivo.
Sobre as condições que permitem à CGTP convocar e festejar mais esta greve geral, o artigo de Vasco Graça Moura no mesmo D.N. é uma resposta em linha e contundente:
1 comentário:
ao ver a foto do desaparecido seguro
lembrei-me que
Dostoievski põe na boca do príncipe Miuchkine de 'o idiota'
«a beleza salvará o mundo»
para o Generalíssimo Franco
«os políticos não se podem deixar sós»
vi a receita russa do 'cocktail troica': vodca, cointreaqu, sumo de limão
deixei de ler 'o espelho' por se dedicar demasiado a política que não sigo. perdeu muito do seu primitivo interesse
Enviar um comentário