quinta-feira, novembro 22, 2012

O deslumbramento cavaquista e a voracidade do sucesso

Começou assim, conforme conta a revista Visão ( herdeira do património ideológico da esquerda de O Jornal) no seu número primeiro de 25.3.1993.
Primeiro os delfins, apaniguados políticos ou de outra ordem. O melhor de todos ainda é o mesmo: Braga de Macedo, sans blague. O pior, nem é preciso dizer. A primeira frase do artigo é de antologia: "quando a filha casou, Cavaco Silva convidou apenas dois ministros: Fernando Nogueira e Dias Loureiro. O mesmo aconteceu por ocasião da festa do 50º aniversário de Maria Cavaco Silva."

Na viragem da década, o cavaquismo quis mostrar obra e o que mostrou foi o primeiro exemplo do que não deveria ter sido feito: o Centro Cultural de Belém é uma pequena maravilha arquitectónica, fica muito bem enquadrado no local mas não era preciso naquela altura em que nem tínhamos outras coisas mais básicas. Além disso foi obra despesista até dizer chega e até hoje. É bem um exemplo do que correu mal no cavaquismo e no que se lhe seguiu.
 Não me parece que Viena, por exemplo, tenha uma coisa destas...mas o Porto tem. Olá se tem: a Casa da Música, outro sorvedouro de dinheiro público e no mesmo sentido de obra emblemática. De resto, o Porto tem mais prédios a cair do que qualquer outra cidade...

Depois deste primeiro passo na senda da desgra..perdão, pogresso, quantos quilómetros mais não foram percorridos para chegarmos ao abismo em que nos encontramos?
Não são apenas os velhos do Restelo que assim pensam. São provavelmente os mais novos, se lhes contarem a História como deve ser. Portugal teve falta de capacidade e inteligência. De quem mandava. Parolismo a esmo foi o que se viu a seguir, sendo as auto-estradas em triplicado o mais recente exemplo da má governação e do crime que cometeram. Porque é disso que se trata.
Parafraseando o velho ditado, se querem ver o novo-rico, dêem-lhe dinheiro para a mão... e em Portugal o que não faltou foram exemplos desse novo-riquismo aparolado. Os bancos apenas aproveitaram, como sempre, aliás.
A seguir, vem a história do BCP.


3 comentários:

Floribundus disse...

o deslumbramento começou com o 25.iv. quase todos sonharam ser ricos, auto suficientes e famosos. todos sabiam tudo de tudo.
senti-me deslocado no meio de tanto patego que não se enxergava.

depois dos otelos veio o ego do boxexas e de 'son ami vidraceiro'. a 'iropa com nosco'.

veio o 'pogreso algaravio' após o sucesso como ministro.

veio a escumalha ps-ppd

veio novamento 'el-rei boxexas', os macaus, os guterres, os 'lacrimijantes' sampaios
e para por fim ao rectângulo chegou o bonapartista sô zé

agora 'hay mierda' como sussurava o meu 'cumpadre José' de etnia Rom, vulgo cigano, pobre e decente 'troca-burros' nas feiras do Alentejo

Karocha disse...

Grande arquivo, José!

Karocha disse...

José, este post faz-me lembrar um dos grandes filmes do século passado, "Os suspeitos do costume" !!!

O Público activista e relapso