Em 3 de Novembro de 1984 os gregos eram um exemplo para nós, ou seja, para os socialistas que tendo governado o país até 79 se opunham a uma reviravolta democrática na Constituição e na política económica do país. Isso apesar do espectro da fome, do FMI e da sempiterna crença nos amanhãs a cantar que os socialistas de então e agora adoram prometer sempre com sucesso garantido nas eleições. Não é por acaso que os vendedores de lençóis e atoalhados a preço abaixo do custo do paleio de feira continuam a concitar atenção ao passante.
Em finais de 1983 apareceu nos quiosques um semanário com o título original de Semanário, dirigido por Vítor Cunha Rego e com colaboração permanente de Marcelo Rebelo de Sousa, José Miguel Júdice ( antes de se dedicar a tempo inteiro à parecerística avençada com o Estado e antes de enriquecer) Sarsfield Cabral e um tal Rui Teixeira dos Santos que escrevia sobre tudo e mais alguma coisa.
No número de 3 de Novembro de 1984 escrevia sobre os bancos portugueses " um retrato sombrio do sistema bancário português", antes da abertura aos privados da banca comercial ( O BCP já se anunciara, com origem em dinheiro do Norte).
No mesmo número, outro articulista do jornal, Jorge Braga de Macedo que dali a pouco subiria a ministro de Cavaco, escrevia este texto delicioso sobre os gregos.
Na altura ambicionávamos ser como a Grécia, que tinha um PASOK socialista bem mais avisado que o PS de cá. Isso escrevia Borges de Macedo, para mostrar já nessa altura a natureza incorrigível deste PS que temos há mais de trinta anos.