
" Hoje, retrospectivamente, fico espantado como não vi tudo desde a chegada de Cunhal. A chegada de Cunhal à Portela pretendeu imitar - e até certo ponto conseguiu- a chegada de Lenine à estação da Finlândia, quando Lenine veio do exílio para meter os "bolcheviques" ( que nessa altura tendiam para um compromisso com o regime burguês) no caminho "correcto". Em Portugal, o caminho "correcto " incitou a intelectualidade da época e as classes ditas dirigentes do capitalismo a cenas de uma inimaginável indignidade e torpeza. Gente que depois serviu com respeitinho e zelo o PS e o PSD ou anda agora por aí revestida de uma estranha virtude democrática, jurava pela emancipação do povo "democrático" e desprezava com vigor " o agente do subimperialismo alemão", Mário Soares. "--Vasco Pulido Valente, no Público de ontem.
Esta crónica de VPV, a meu ver, contém um erro de análise histórica grave: o tal agente do subimperialismo colaborou de facto e de direito na implantação do caminho "correcto". Basta ler as primeiras declarações abrangentes e incluindo os extremistas de...esquerda, no desígnio democrático nacional. Logo à chegada de Paris e ainda em Santa Apolónia.
Quanto ao tal Cunhal feito Lenine, vindo de Praga, é ver as imagens e o estilo e o que sucedeu dali a dias no Estádio Nacional de então, nas comemorações do 1º de Maio: unidade de esquerda essencial. PREC em marcha acelerada, a partir daí.
Por causa dessa boa-vontade intrínseca ao internacionalismo socialista, dali a meses, o tal agente do subimperialismo, viu-se obrigado a ir à Fonte Luminosa desdizer-se, convocando pessoas em massa para lhe guardar as costas políticas.
O que aconteceu, porque a maioria viu que se perdia em aventuras e não necessariamente por causa do apelo desesperado do agente Mário, ao serviço da sua...carreira. Mas sim porque entendeu que de ditaduras já tinha a sua conta. Não foi o agente Mário S. o salvador: foi novamente o povo.
Em 1976 quem aprovou a Constituição que tinha como desiderato,enunciado explicitamente ,o caminho acelerado para " a sociedade sem classes", com todas as nacionalizações aprovadas em 11 de Março de 1975 e mantidas durante mais de dez anos, com apoio explícito e reiterado do tal "agente do subimperialismo" ? Foi essa unidade da Esquerda verdadeira com a impostora que sempre viveu destas contradições e aldrabices ideológicas.
Se o agente Mário tivesse perdido em 1986 a eleição pessoal, actualmente, seria tão relevante politicamente quanto um Eanes. E não teríamos que aguentar os Costas, Nabos e Coelhos e todos os que se formaram e aprenderam em Macau a arte de bem lidar com os seus interesses pessoais.
E no entanto, o agente Mário S. só ganhou em 1986 por causa do que se passou nos últimos dias de Abril de 1974. Aqueles a quem deu a mão em 74, deram-lha depois em 1986. Em nome da unidade de uma "esquerda" mítica e contra a "reacção" de sempre. Este mecanismo associativo tem funcionado eficientemente, ao longo de décadas., da parte do tal agente Mário, com o desdém encolhido dos parceiros, obrigados a escolher entre a a espada e a parede e coagidos a associarem-se ao "agente do subimperialismo". Mecanismo simples e evidente, mas sempre omitido nessas evidências. Funcionou em Portugal e em mais nenhum outro lado e em proveito do "agente", sempre.
Ainda hoje é assim e a memória faz-se com estas imagens. Talvez Vasco Pulido Valente um dia descubra o verdadeiro significado desta imposturice e desta aldrabice maior que nos tem prejudicado colectivamente como país.
As imagens são da revista Flama de 10 de Maio de 1974 e retratam a chegada ao país dos dois exilados de Esquerda ( um verdadeiro e outro, dali a pouco mudando para impostor político )que tomaram conta do país durante anos a fio, directamente ou através da magistratura de influência em tudo o que conta na intelectualidade e instituições.
A saga continua, ainda hoje e parece interminável. Mesmo com escândalos à mistura, este Mário S. tem-se revelado o nosso Andreotti: um inoxidável. Quanto tempo mais?
Clicar nas imagens para ler.



Esta crónica de VPV, a meu ver, contém um erro de análise histórica grave: o tal agente do subimperialismo colaborou de facto e de direito na implantação do caminho "correcto". Basta ler as primeiras declarações abrangentes e incluindo os extremistas de...esquerda, no desígnio democrático nacional. Logo à chegada de Paris e ainda em Santa Apolónia.
Quanto ao tal Cunhal feito Lenine, vindo de Praga, é ver as imagens e o estilo e o que sucedeu dali a dias no Estádio Nacional de então, nas comemorações do 1º de Maio: unidade de esquerda essencial. PREC em marcha acelerada, a partir daí.
Por causa dessa boa-vontade intrínseca ao internacionalismo socialista, dali a meses, o tal agente do subimperialismo, viu-se obrigado a ir à Fonte Luminosa desdizer-se, convocando pessoas em massa para lhe guardar as costas políticas.
O que aconteceu, porque a maioria viu que se perdia em aventuras e não necessariamente por causa do apelo desesperado do agente Mário, ao serviço da sua...carreira. Mas sim porque entendeu que de ditaduras já tinha a sua conta. Não foi o agente Mário S. o salvador: foi novamente o povo.
Em 1976 quem aprovou a Constituição que tinha como desiderato,enunciado explicitamente ,o caminho acelerado para " a sociedade sem classes", com todas as nacionalizações aprovadas em 11 de Março de 1975 e mantidas durante mais de dez anos, com apoio explícito e reiterado do tal "agente do subimperialismo" ? Foi essa unidade da Esquerda verdadeira com a impostora que sempre viveu destas contradições e aldrabices ideológicas.
Se o agente Mário tivesse perdido em 1986 a eleição pessoal, actualmente, seria tão relevante politicamente quanto um Eanes. E não teríamos que aguentar os Costas, Nabos e Coelhos e todos os que se formaram e aprenderam em Macau a arte de bem lidar com os seus interesses pessoais.
E no entanto, o agente Mário S. só ganhou em 1986 por causa do que se passou nos últimos dias de Abril de 1974. Aqueles a quem deu a mão em 74, deram-lha depois em 1986. Em nome da unidade de uma "esquerda" mítica e contra a "reacção" de sempre. Este mecanismo associativo tem funcionado eficientemente, ao longo de décadas., da parte do tal agente Mário, com o desdém encolhido dos parceiros, obrigados a escolher entre a a espada e a parede e coagidos a associarem-se ao "agente do subimperialismo". Mecanismo simples e evidente, mas sempre omitido nessas evidências. Funcionou em Portugal e em mais nenhum outro lado e em proveito do "agente", sempre.
Ainda hoje é assim e a memória faz-se com estas imagens. Talvez Vasco Pulido Valente um dia descubra o verdadeiro significado desta imposturice e desta aldrabice maior que nos tem prejudicado colectivamente como país.
As imagens são da revista Flama de 10 de Maio de 1974 e retratam a chegada ao país dos dois exilados de Esquerda ( um verdadeiro e outro, dali a pouco mudando para impostor político )que tomaram conta do país durante anos a fio, directamente ou através da magistratura de influência em tudo o que conta na intelectualidade e instituições.
A saga continua, ainda hoje e parece interminável. Mesmo com escândalos à mistura, este Mário S. tem-se revelado o nosso Andreotti: um inoxidável. Quanto tempo mais?
Clicar nas imagens para ler.


