quarta-feira, dezembro 28, 2011

Causas da bancarrota ( continua)

Uma das causas da nossa bancarrota actual que nos obriga a empréstimos sucessivos, com juros altíssimos e sacrifícios sempre para os mesmos, é, no caso do serviço nacional de saúde, este tipo de coisas:

Além das deficiências metodológicas de apuramento de custos, a própria informação de base, a contabilidade analítica das unidades hospitalares do SNS, "apresenta problemas de fiabilidade e de comparabilidade, além de não ser apresentada em tempo oportuno".

Resultado: a forma como é feita a contabilidade não permite conhecer o custo real de cada doente mas sim os custos de cada secção do hospital.

De acordo com o relatório agora divulgado, a contabilidade analítica é vista pelos hospitais como um "imperativo legal" e não como um instrumento de gestão para planear e melhorar os índices de eficiência e de produtividade.

Os serviços de Urgência e de Internamento Médico apresentam custos superiores aos preços em todos os hospitais analisados, verificando-se o inverso nos médicos de ambulatório.

A maioria dos hospitais que integraram a amostra reporta custos unitários de produção ou subcontratação (sector privado) da actividade de radioterapia, em 2009, inferiores ao valor unitário do financiamento, o que sugere um sobrefinanciamento desta actividade.

"Apurou-se que as ineficiências resultantes do excesso de utilização de recursos humanos, de medicamentos e de meios complementares de diagnóstico e terapêutica, parte substancial dos custos operacionais das unidades hospitalares, com destaque para os recursos humanos, representam cerca de 67% das ineficiências apuradas na actividade de Internamento e cerca de 72% das ineficiências identificadas nas actividades de Ambulatório", refere ainda o documento.

Para evitar este forrobodó, o governo de António Guterres inventou as administrações dos hospitais em troika, geralmente com três apaniguados do partido do poder a gerir os destinos das unidades públicas de saúde. O resultado é o que se pode ler: ineficiência, incompetência a roçar a criminalidade mais evidente da gestão danosa de bens públicos. Os gestores não são despedidos com justa causa, antes transitam para outras empresas públicas para continuarem a fazer o mesmo ou pior. Isto é dizer mal? Não. É apenas catalogar uma das causas da nossa desgraça.


6 comentários:

Floribundus disse...

o forró dos incompetentes é a melhor
organização do largo dos rstos

guterres, sócretes e outros são os flautistas de Hamlin,
condutores de ratos ao forró

Portas e Travessas.sa disse...

Entre guterres e o sócrates ...teve o "puto da maravilha" que derreteu em banho de maria a CEuropeia...sabem quem é?

Foi o Zé Gato? o Zé Boné? ou Zé Quitolas?

Gallagher disse...

Se teve, já não tem. Só não percebi quem é que teve o puto.

JC disse...

Têvê?

Rui disse...

josé, leio com regularidade o seu blogue que acho muito interessante.

Gostava de saber qual a sua opinião relativamente ao papel do Tribunal de Contas. Muitas destas situações de "suposta" ineficiência financeira têm sido apontadas pela comunicação social com base nos relatório do TC que aparece como uma instituição isenta.

Já ouvi várias opiniões de que o tribunal de contas deveria ter poderes reforçados e que os seus pareceres deveriam ser vinculativos. Penso que isto teria vantagens e desvantagens mas gostaria de saber se tem opinião formada sobre o assunto, ou quem sabe até ler um post seu...
Cumprimentos

josé disse...

Rui:
Se puder, leia o livrito do juiz Carlos Moreno, que foi até há pouco tempo juiz no tribunal de Contas. "Como e Estado gasta o nosso dinheiro" é o título e ainda há por aí à venda.
Se procurar neste blog tem referências ao mesmo.

Carlos Moreno é um juiz com muita experiência em contas gerais, porque foi juiz no tribunal de contas europeu e sabe como é que se delapidam os recursos no Estado. Sabe também que o tribunal de Contas devia ter um papel mais interveniente que depende de duas coisas: poder actuar em tempo real, na execução dos orçamentos, o que implicaria um reforço de magistrados e uma actividade mais selectiva e ainda uma especialização de alguns, particularmente do MºPº.

O MºPº actual no tribunal de Contas é da responsabilidade de António CLuny que tem sido uma desilusão. É um compõe, um indivíduo que não parte louça, não se importa com estas coisas e quanto menos se falar do assunto melhor. É por isso mesmo, uma desgraça no lugar que está.