domingo, dezembro 04, 2011

LulzsecPortugal

Quando a Justiça não funciona como deve ser e a corrupção tem via livre mesmo sem scut, aparecem movimentos sem rosto visível cuja função procura substituir as instituições que se demitiram, através dos seus chefes principais, de cumprir o que devia ser um simples dever: o de garantir que todos, mas mesmo todos, são iguais perante a lei. É o que diz a nossa Constituição.

Em Portugal, há pouco tempo apareceu o movimento de anónimos na Rede, conhecido como LulzsecPortugal/Anonymous.

Desejo-lhes sucesso, dentro da legalidade possível e que se lembrem sempre do dito de Bob Dylan: "...but to live outside the law, you must be honest".
Amanhã, por causa desta imagem que pirateou o sítio do PS na Rede, vai cair o Carmo e a Trindade. Vamos ver quem são os hipócritas do costume e quem são os entalados de sempre. O que não iremos certamente ver é a Verdade que se oculta nas faces da corrupção endémica que atingiu o coração do Estado português, há uns anos a esta parte.
Se o LulsecPortugal contribuir para essa justiça fundamental que falta fazer, não serei eu quem lhes atira pedras. Antes pelo contrário.



Aditamento em 5.12.11: O assunto não traz notícia...

Para entender melhor o jornalismo caseiro e porque está em decadência acelerada, podemos ler as primeiras páginas dos jornais de hoje. Dos cinco diários, quais os que destacam na primeira página a notícia sobre a pirataria informática ao site do PS? Apenas dois: o Correio da Manhã e o i.
Dos restantes, as suas magníficas redacções editoriais acharam por bem não dar qualquer destaque de primeira página ao assunto e relegar para notícias online a referência ao facto. O Público nem sequer se lhe refere em lado algum, no jornal impresso.
É assim o jornalismo português actual.
No Sábado, no suplemento Actual do Expresso, uma jornalista chamada Inês Lopes Gonçalves escrevia numa pequena coluna "Fora da caixa", umas frases assombrosas sobre o jornalismo. " O jornalismo é uma profissão imprevisível , de sangue, suor e lágrimas." Esta não é da tal Inês. É da professora dela, uma certa Fátima Campos Ferreira. Quando li que era professora de jornalismo, fiquei elucidado. Com professores assim, os alunos não podem ser assado.
Portanto, para quem é, bacalhau basta. Quando a crise lhes bater à porta com falências ainda vão dizer que a culpa é do mercado.

8 comentários:

rita disse...

http://pt.scribd.com/Bar_do_Alcides

joserui disse...

Se estes documentos são verdadeiros, já sabe de que vive o aldrabão em Paris... números de respeito...
E se estes são os documentos do skinhead que foram entregues ao MP e nada aconteceu nem acontece, a minha tese está certa: um cv como o do aldrabão dá um trabalhão e é necessária muita gente bem colocada para aturadamente o lavrar...
Não me acredito que isto vá ao sítio sem violência. -- JRF

Carlos disse...

Gostei: "dentro da legalidade possível"

Gostaria de saber: por onde anda a "legalidade impossível"?

josé disse...

Não pisar o risco que está estabelecido na lei. Há ainda outra coisa: entre dois deveres, sendo um o de respeitar a legalidade e outro o de denunciar ilegalidades que afectam milhões de portugueses, qual a prevalência?

É essa a questão que se coloca.

Carlos disse...

"Não pisar o risco que está estabelecido na lei" mas?...quem faz as leis, não se defende? (exemplo DL no parlamento) Então o que importa jogar dentro da legalidade fabricada por esta gente? e, se assim fosse, nunca haveria revoluções! (porque a sua acção é sempre ilegal à luz dos regimes a derrubar).

E, nesta interpretação cega da Lei, como valor supremo da justiça, tem muito que se lhe diga. E não basta os tribunais e os juízes alegarem, presunçosamente, que "administram justiça". Não-digo eu! O que se administra nos tribunais (mal ou bem) são as leis, que podem ser ou não justas. Por isso entendo, há violações à Lei, que mais não são que a reposição da legalidade /a tal impossível).

AAA disse...

Sol: «Isaltino mete um recurso por mês»

Assim se administra a justiça!

josé disse...

Carlos:

Não serei eu aqui a defender a prática de ilegalidades que sejam crime. O que defendo é outra coisa: se alguém denunciar algo de sério aos Anonymous hackers e estes publicarem não serei eu a atirar pedras.

Carlos disse...

...daqui lavo as minhas mãos - hummm!

O Público activista e relapso