terça-feira, novembro 06, 2012

A Esquerda reaccionária de 1982

O que faz a Esquerda sempre que vê o chão político fugir-lhe debaixo dos votos? Em 1982, tal como hoje, faz isto:

Quando tal acontece, a Esquerda reage. Em 11 de Fevereiro de 1982, o O Jornal publicou esta capa com sete páginas no interior dedicadas à "greve geral", marcada para o dia seguinte, Sábado.
Governava ainda  Balsemão e o seu governo, embora já quase em estertor político que o PCP, aliado à esquerda radical , aproveitou para sacudir ainda mais, com uma greve geral marcada pela CGTP-In. A UGT ficou de fora...
O ministro das polícias de então era...Ângelo Correia que mobilzou sete mil polícias para a rua.

A greve, parcial, saldou-se pelo costume: uma vitória rotunda para a Esquerda e um fracasso para o governo então dito de "direita" ( estavam lá Balsemão, Basílio Horta Freitas do Amaral e Baião Horta, conhecidos direitistas da nossa praça política...e que disso deram sobejas mostras nos anos vindouros, como agora dão).

Para além da Esquerda do PCP o que faz a Esquerda radical quando se sente acossada nos seus valores revolucionários e de raiz utópica? Reage outra vez e outra ainda.
Entre outras coisas que agora experimentam nas ruas, na altura experimentaram isto que mais tarde deu em grande problema social, penal e político: criaram as FP25...

Na altura, este Ângelo das polícias, ministro das ditas, foi ridicularizado pelo O Jornal da semana seguinte, 19.2.1982. As polícias do Ângelo fizeram três prisões e os jornalistas apoiantes políticos da Esquerda, incluindo a revolucionária, esmeraram-se em separar a Esquerda do PCP, da Esquerda do PRP e da UDP, tendo de caminho imputado à extrema-direita, "infliltrada" , a responsabilidade pelas acções "insurreccionais". É ler...
E no entanto, acabaram por historiar o embrião das FP25. Dali a pouco, a história seria outra e afinal a "extrema-direita" ficaria fora do retrato sangrento da nossa esquerda revolucionária que não tinha aceite ainda as regras do jogo democrático burguês.

4 comentários:

Floribundus disse...

são burgueses sociais-fascistas, mas consideram-se revolucionários.
continuam como sempre: barulhoe passeatas.

desta vez têm o apoio 'seguro' das tvs que diariamente incitam à revolta nos telejornais. hoje preferi ver o Porto dinamizado.

tal como Lenine têm as suas Egérias.
têm vergonha de usar o boné como o dele.

tal como ele pertencem, quando conseguem, pertencer à maçonaria. Lenine deve ter pertencido à loja de Belleville, mas os arquivos perderam-se.

continuam a brincar aos países à custa dos contribuintes

cfr disse...

Ó José, deixe lá a esquerda reaccionária em paz...já chega de bater no ceguinho.
Esta direita mais do que reaccionária no poder não o incomoda mais?

Unknown disse...

O papel da nossa esquerda folclórica é mesmo criar desgraça e miséria ... quer por incompetência ... quer por estupidez ... quer por loucura como no tempo do Sócrates ... Mas é o papel deles ... e a CGT do Electricista está a fazer um bom trabalho ... só prejuízo nos portos já lá vai em 1000 milhões de euros ... com isso menos receita para as empresas ... perca de mercados ... menos irc pago ... só vantagens para mais rapidamente porem isto no fundo ... que é o que eles querem ... mais os reaccionários dos banqueiros e afins ... que em conjunto com essa esquerda folclórica trabalham ... na destruição completa ... e querem o Sócrates de volta ... pudera ...
Criação do banco de fomento já ... como dizem os comunas ... mas depressa e em força ... como dizia o Salazar ... para que toda essa corja de vampiros à esquerda e à direita a dançar o vira ... sejam rapidamente postos na ordem ... a bem de todos nós ... a bem de quem já não têm de comer ... e foi o Soares mais o Cunhal que começaram a voragem ... com a criação da democracia do gamanço em 26 de Abril de 1974. O 25 de Abril devia ter sido um dia de glória ... mas os vampiros ... não quiseram ... abocanharam tudo ...

josé disse...

cfr:

Esta é a minha História. E vou continuar a contar o meu conto.

Quem se lembra pode refutar. Quem não se lembra porque não sabe, pode sempre descobrir alguma coisa.

De resto estou-me nas tintas para o proselitismo ou para quem leia, se quer saber a verdade.

Respeito quem lê e comenta, evidentemente, mas não faço disso ponto de honra para continuar a escrever sobre estas coisas.

O prazer disto é todo meu, aliás, porque vou descobrindo coisas interessantes e que me dão uma perspectiva mais apurada do que se passou em Portugal nos últimos quarenta anos que são os que a minha memória alcança.

Lembro-me de em meados dos anos sessenta o meu pai contar histórias da segunda guerra mundial que me pareciam de um século passado. E no entantotinham passado pouco mais de vinte anos...

No outro dia pensei nisso e fiquei aterrado com a ideia de tempo.