quarta-feira, maio 06, 2020

Kraftwerk: das ist das ende




Em finais de 1974, no rádio, era possível ouvir uns sons estranhos vindos d´algures, no caso uma imitação de sonoridades fabricadas electronicamente para macaquear o ambiente de circulação nas autoestradas alemãs. 

Autobhan era o título da música em toada electrónica repetitiva e de melodia fabulosa que captava o ouvinte na onda de fantasia de uma viagem no asfalto a ouvir klaxons improváveis e a imaginar ultrapassagens em alta velocidade. Um êxito comercial de um grupo de "rock alemão" intitulado Kraftwerk, uma pequena "fábrica" que viria a montar  mais uns tantos artefactos do género.  
Em finais de 1975 outra vez um som ainda mais estranho vindo de algures, neste caso do próprio radio. Radio-Aktivität imitava desta vez o som de batidas secas de contadores geiger cada vez mais aceleradas que encadeiam em transmissores de bips repetitivos e que desembocam numa melodia outra vez fabulosa. Outro sucesso discográfico. 

Em 1977 saiu o disco que prefiro do grupo e que ouço mais vezes, como uma peça de música clássica: Trans-Europa Express, particularmente a versão alemã e cantada em alemão e o modo como dizem "airôpa".

Depois, no ano seguinte o disco de consagração mediática: Die Mensch-Maschine e o single Das Model, mais ainda Die roboter e Neonlicht. Fantástico.  

Por fim, em 1981, Computerwelt. Sem história e apenas para coleccionar. Aqueles quatro chegam para uma discografia de grande luxo e das que prefiro ouvir. Chegam para a glória de Florian Schneider, agora desaparecido, por doença.  
A música lembra as melodias dos Beach Boys ou mesmo dos Beatles e outras paragens artísticas, misturadas no moinho eléctrico dos primeiros sintetizadores. 

Sobre o grupo e história a revista Mojo de Novembro de 2009 mostra o que é preciso. Na internet também há muito e que serve para o jornalismo caseiro chafurdar sem dizer onde sujou as mãos do copianço...e não há modo de ganharem vergonha. Plágios e mais plágios, sem escrúpulos.







A discografia original de prensagem alemã, recolhida com método e tempo. O Trans-Europa Express veio expressamente de Berlim e foi caro: 60 euros numa loja de discos usados...que aliás não tinha mais nada do grupo. Discos raros, portanto.




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