sábado, maio 30, 2020

Querem afastar o juiz que não os serve...

Cm de hoje, com a sensação do momento. Não arranjaram mais que isto, a "ameaça de prender Mexia". O ridículo nunca mata este jornalismo.


Sol de hoje:


O MºPº investigou e imputou a estes figurões da EDP a prática de crimes graves no tempo em que o antigo recluso 44 governava o país e tinha um ministro Pinho que recebia a dois carrinhos: do governo e do antigo patrão, precisamente o do BES.

O que se passou na EDP, no BES e noutras empresas como a PT tem sido escalpelizado mediaticamente e encontra-se em escrutínio judiciário. A relativa complexidade do assunto vai-se tornando mais clara e aponta numa direcção: corrupção de alto coturno que contribuiu para afundar o país na bancarrota.

No caso da EDP, o assunto já foi explicado mediaticamente aqui.

Em tempos, o anterior juiz de instrução Ivo Rosa tinha considerado que alguns elementos de prova de um processo não poderiam servir para outro, mormente este. Perdeu com fragor, como já perdeu noutras situações em que decidiu sempre a favor dos arguidos.

No entanto, como é compreensível Ivo Rosa é que é o bom juiz. O que lhes serve.

Por isso vão tentar tudo por tudo para impedir que o juiz que não lhes serve, seja quem decide o caso que os incomoda e preocupa.

Em dezenas de páginas que representam os motivos para recusar tal juiz imputam-lhe tudo e nada de relevante para o efeito: que o juiz não gosta deles; que quis ficar com o processo para os castigar; que quis ganhar mais com a acumulação de serviço e que afinal é um juiz parcial e nada isento. Suspeitam dele porque sim e nada suspeitam do CSM que o nomeou para o efeito, apesar de quererem ver as actas administrativas e despachos de nomeação. Enfim, um gato felpudo escondido mas com rabo de fora que não pretende apanhar rato algum porque é vegetariano.
Enfim a imagem aperfeiçoada de um certo país, um determinado sistema e uma advocacia que temos.

Imparcial e isento seria Ivo Rosa...por quem adejam desejos de regresso ao processo logo que termine o tempo de quarentena da exclusividade no divino marquês.

É por isso que se atrevem a argumentar de modo risível para impedir o juiz que não desejam e não os servem. Ganham tempo de alguns meses, congelam as diligências em curso e depois ainda se lamentam carpindo mágoas televisivas sobre a lentidão da justiça, perante a passividade ignorante e atrevida dos pés-de-microfone que papagueiam o que nas redacções se escreve, a dedo indicador dos entalados do costume.

Será que a justiça deixará passar em claro e impune mais esta manobra dilatória?

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