domingo, maio 17, 2020

O SNS do tempo do fassismo

Como as notícias de hoje dos jornais são irrelevantes e algumas redundantes ( prossegue o reality show da casa da Cofina com a indicação de que a "madrasta deixa morrer Valentina" ou seja, depois das agressões sofridas pela menor, esta ficou deitada e a tal madrasta ficou a vigiar se a menina respirava enquanto se encontrava no sofá) parte-se para uma mostra do que era o serviço de saúde no país, em finais de 1972, conforme mostrava uma edição especial da revista Observador desse tempo:



Primeiro, qual era então o rendimento médio dos portugueses? Era relativamente baixo, um pouco mais de metade ganhava 2 500 escudos por mês e poucos ultrapassavam a fasquia dos 5 mil escudos. 


Depois as "estatísticas oficiais" das doenças e mortalidades: a pneumonia matava em segundo lugar na lista, atingindo bebés com menos de um ano e "idosos" com mais de 50, com 429 mortos em Maio...


Para valer aos mais necessitados que eram muitos havia a "Previdência", a Assistência Social que tinha sido inaugurada nos anos trinta no governo de Salazar e com Teotónio Pereira.
Passadas as décadas "alguma coisa mudou":


Que serviços tinha o Estado para lidar com os assuntos da "Previdência"? Muitos e variados, como hoje:

Pretendia-se então um modelo que assentasse em "centros de saúde" e explicava-se o que eram e para que serviam:



Alvitrava-se o que poderia ser o "futuro" e que seriam os referidos "centros de saúde", estruturas criadas em 1971 para fornecer o novo paradigma. Quem tem mais de 50 anos pode lembrar-se.




E quanto aos hospitais? Previam-se grandes mudanças que afinal só se concretizaram como o actual SNS, muitos anos depois.
Tal como sucedeu com as auto-estradas e o aeroporto que nunca se fez, as mudanças ocorreriam mais depressa se o regime se tivesse mantido. É o que se pode concluir dos planos então em curso e que não eram apenas para inglês ver, como hoje acontece muitas vezes:


E fazia-se o balanço da reportagem alargada:


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O Público activista e relapso