sexta-feira, maio 08, 2020

O anti-racismo racista da goy gadol esquerdista

O argumentário da esquerda sobre André Ventura é este publicado no Público de hoje, escrito por uma luminária incandescente que soletra os géneros em espécie:


Para soprar e apagar este luzicu bastaria que se lembrasse que André Ventura é católico. Nunca um católico pode ser racista porque tal é uma contradição  nos termos.
Mas um esquerdista luzicu pode e é muitas vezes isso- racista. Dá-lhe outro nome e o passe de mágica cria a ilusão.

Por isso nem vale a pena rebater argumentos de luzicus.

Outra que ontem se manifestou ruidosamente, no Observador que lhe abriu portas que fecha a outros, numa opção de "classe", foi uma tal Marta Mucznik, da "comunidade judaica" e  que escreveu um texto que merece e autoriza a correcção que segue.

Antes disso é bom lembrar que a "comunidade judaica" segue os preceitos religiosos do Antigo Testamento em que ainda não havia o Mandamento Novo ( Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei, é esse que a comunidade judaica não conhece e despreza, ao contrário da católica que o segue como princípio básico e fundamental).
Para além do mais a "comunidade judaica" defende religiosamente o conceito de "povo eleito", a manifestação mais sublime de racismo porque discrimina todos os outros povos que são goyim, estranhos à comunidade eleita.  Racismo maior que este? Haverá? Só o do extermínio...
De resto o povo gói queixa-se e lamenta-se num muro virtual do tamanho do mundo, há séculos, de perseguições atrozes. Foi na Inquisição, na Rússia dos czares, na Rússia estalinista e na Alemanha nazi, onde se aprimorou a técnica de extermínio em massa do povo gói.
Tendo sido tão perseguidos aprenderam a virtude da tolerância que aplicam metodica e sistematicamente aos vizinhos, meio-irmãos, com quem proverbialmente se dão como Deus e os anjos, tirando pequenos episódios em que aplicam à letra a teoria do olho por olho que aprenderam no livro sagrado.

Portanto,  o texto da Marta de grande indignação contra o católico Ventura, ficaria muito melhor se fosse escrito assim, num exercício voluntarista em tonalidade mutatis mutandis:

"Um dos efeitos colaterais do cenário de emergência global e nacional foi que nos levou a distinguir o essencial do acessório e, com isso, retirar palco ao oportunismo político. Marta Mucznik  [ em vez de André Ventura]  parece ter sido uma das principais vítimas desse efeito pois viu a guerra identitária, de que tanto precisa, passar para último plano das preocupações nacionais.

Não é, portanto, surpreendente que à falta de melhores ideias, e assim que surgiu a oportunidade, se tenha lembrado de propor aos leitores [ em vez de  partidos da direita ] que apresentem conjuntamente “um verdadeiro plano de confinamento específico para a comunidade cigana”. E que oportunidade foi essa? Um protesto de habitantes da praia de Leirosa, na Figueira da Foz, contra atos de vandalismo alegadamente cometidos por indivíduos de uma família cigana.

Trocado por miúdos, problema: actos de vandalismo, na Figueira da Foz. Solução proposta: plano nacional de confinamento da comunidade cigana. Por essa ordem de ideias, para cada ato de delito ou de vandalismo cometido seja por quem for,  por exemplo a comunidade palestiniana [ aditamento substitutivo] , vamos propor um plano de confinamento? Quem se seguirá na lista de Marta Mucznik?

Para que não restem dúvidas: Houve pessoas da comunidade palestiniada [ em vez de etnia cigana ]que foram infetadas pelo Covid-19? Sim. E também não foram muitos os que regressaram de viagens de ski à Suiça, França e Itália infetados pela doença? Sim. Vamos decretar planos específicos de confinamento, vulgo de exclusão, para esses também? Com base em que critérios? No seu estatuto económico-social? Marta Mucznik considera realmente que de entre todos os infetados de Covid-19 em Israel [ em vez de Portugal] , são os palestinianos [ em vez de os ciganos]  o maior perigo à saúde pública? Será que devemos passar a contabilizar no worldometer a categoria étnico-racial ‘Quantos palestinianos [ em vez de ciganos]  por cada milhão de população estão infetados’?

Houve ou há pessoas da comunidade palestiniana ( em vez de etnia cigana] que praticam atos de vandalismo e de incumprimento da lei? Sim, tal como existem tantos outros cidadãos que o fazem diariamente, das camadas mais altas da sociedade às mais baixas. Simplesmente não são identificáveis por nenhuma categorização étnico-racial. Todos os cidadãos, independentemente da cor da pele ou da sua origem étnico-racial, têm direitos e deveres e ninguém está acima da lei. O mesmo se passa com a obrigatoriedade de respeitar as medidas impostas pelo Estado de Emergência e pelo Estado de Calamidade. Mas se se verificam delitos ou atos de incumprimento da lei, a responsabilidade em manter a harmonia social recai, em primeira mão, sobre a capacidade de intervenção do Estado, das autoridades locais e das entidades responsáveis, judiciais e policiais. Ora, segundo informações transmitidas pela comunicação social “a população protestava contra a inação das autoridades perante atos de vandalismo”. Em nenhum momento, a população se mostra preocupada com o modelo de confinamento da população palestiniana [ em vez de cigana].

Perante a complacência e inércia das autoridades responsáveis em punir delitos desta natureza e pela reposição de ordem pública, a sugestão de Marta Mucznik não passa por exigir que o Estado desempenhe o seu papel mas sim em propor a violação dos princípios mais básicos do Estado de Direito e a estigmatização de uma comunidade.

Como já foi amplamente debatido, muitos Estados usaram o pretexto da pandemia para reforçar poderes, suprimir ou restringir direitos e liberdades dos seus cidadãos.

Da esquerda à direita, foram muitas as vozes que manifestaram preocupação com o aproveitamento político da pandemia e também com o populismo nacionalista que, como nos diz a História, e a atualidade, instrumentaliza os medos alheios e procura sempre novos bodes expiatórios para justificar a sua sobrevivência. Hoje são os palestinianos [ em vez de ciganos], amanhã serão os migrantes, e depois logo se verá consoante a espuma dos dias.

Se Mucznik vive na ilusão de conseguir o apoio dos partidos da direita para esta proposta, a mensagem dos seus responsáveis políticos deveria ser clara e inequívoca: tolerância zero para com propostas racistas e discriminatórias. A comunidade palestiniana [ em vez de cigana], bem como o conjunto da sociedade, merecem a rejeição e o repúdio das forças da direita face a esta ignóbil proposta, dando um claro sinal que não permitirá qualquer aproveitamento político para promover agendas racistas. Agora é o momento.

Então não é mesmo o momento? Ora leia-se lá isto que a Marta Mucznik pelos vistos não lê...

According to WHO, cases from East Jerusalem are managed by the East Jerusalem Hospitals Network (EJHN) and hospitals in Israel and 10 testing centres were opened by Israeli health authorities in Shuafat, Shuafat refugee camp, Silwan, Sur Baher, Jabal Mukaber, Beit Safafa, and Jerusalem.[123] EJHN includes six hospitals: Makassed Islamic Charitable Society Hospital, Augusta Victoria Hospital, Palestine Red Crescent Society Hospital, St John of Jerusalem Eye Hospital Group, Jerusalem Princess Basma Centre, and Saint Joseph Hospital.[142] In September 2018 the U.S. cut $25 million in funding, representing 40% of costs for these hospitals.[143]

Israeli officials have expressed concern that the virus might spread in Arab neighborhoods of East Jerusalem that are part of municipal Jerusalem but on the far side of the West Bank barrier. Kafr Aqab, which has 60–70,000 residents, and Shuafat Refugee Camp with around 80,000 have not been receiving a sufficient level of services.[144]


Para além desta evidência, ou seja a existência de uma comunidade palestiniada confinada desde há muitos anos em "campos de refugiados",  o realismo político também conduziu a isto

Israel e a Autoridade Palestina criaram uma sala de operações conjunta para combater a pandemia, segundo o porta-voz do governo Ibrahim Milhem. Um funcionário do Ministério da Defesa de Israel confirmou, posteriormente, a criação de uma sala de operações, mas não forneceu maiores detalhes.[20] O coordenador humanitário das Organização das Nações Unidas (ONU) Jamie McGoldrick anunciou, durante uma videoconferência, o apoio financeiro de US$ 1 milhão a fim de fornecer apoio técnico e sanitário à Palestina.[21]


Quanto a discriminações,  o olho por olho dá nisto que é muito pior do que o Ventura quer para a comunidade cigana: 

GENEVA (24 April 2020) – A group of UN human rights experts* urged Israel not to discriminate against thousands of Palestinian prisoners facing high-risk exposure to COVID-19 and to release the most vulnerable – particularly women, children, older persons and those with pre-existing medical conditions.

“There are currently more than 4,520 Palestinian prisoners, including 183 children, 43 women and 700 detainees with pre-existing medical conditions in Israeli jails. They remain dangerously vulnerable in the context of the current pandemic and the relative increase in the number of transmission rates in Israel,” said the experts.


E mais lenha para a fogueira da estupidez que a Marta ateou para queimar o Ventura e o garboso Observador cada vez mais tendencioso lhe deu destaque:

The Special Rapporteur has previously noted that Israel is in “profound breach” of its international obligations with regards the right to health of Palestinians living under occupation. Significant movement restrictions on patients and health workers already compromise Palestinians’ access to healthcare services. In the context of COVID-19, where patients’ conditions deteriorate rapidly as symptoms become more severe, any delays getting to hospital can be fatal.

O que o fascista nazi racista Ventura defende não anda muito longe disto, ou anda?

Portanto a Marta deveria ter mais tento na escrita quando fala de comunidades. Comunidades há muitas,  sua Marta!

Sem comentários:

O Público activista e relapso