domingo, maio 31, 2020

Mata-Bicho 75: nos casos de Lisboa o politicamente correcto suplantou o senso comum

Já foi relatado aqui, há dias. Pelo Público:


Pelo CM:


Não havia dúvidas: o foco do vírus estava nos "bairros degradados", como o famigerado "Jamaica" em que até alguns moradores como a Pulquéria ( uma mulher que me pareceu admirável, já sexagenária, são tomense e que trabalha em "limpezas" porque é "preciso pagar as contas"), tal como o Público reportava mas evidentemente não compreendia, exigiam actuação das autoridades.  Sem sucesso algum porque as autoridades não tinham autoridade no bairro.

Nessa altura de apenas há alguns dias, o alarme já soara mas o número de infectados nesses focos era relativamente reduzido, algumas dezenas, havendo naturalmente incubações à espera de se revelarem, como continua a haver.

No entanto, agora já são muitas centenas e nada se fez entre esse primeiro alarme e a reunião magna dos "especialistas", no fim desta semana.

Agora a situação já é dramática, tal como seria de esperar e as "autoridades", tendo à cabeça a inenarrável ministra da Saúde, trinadora da Internacional, uma rematada palerma de arrogância inaudita, tratam o assunto de modo "complexo" mas sem explicar devidamente tal complexidade, para além da alusão aos transportes em massa, aos bairros degradados e às condições vergonhosas em que vivem as pessoas, mais de 40 anos após o 25 de Abril e do fassismo que tinha barracas às portas de Lisboa, como gostam de denegrir, não se mirando ao espelho da sua real miséria económica e principalmente moral.

Ontem a notícia era esta:


Nos dias anteriores "as autoridades" daquela inenarrável ministra já tinham percebido o barril de pólvora, mas pouco ou nada fizeram de relevante par confinar e conter o alastramento pandémico em curso.

Espera-se que este fenómeno se restrinja a uma área específica e não se espalhe ainda mais por sítios ainda mais incontroláveis.
Espera-se porque nada se sabe de concreto, cientificamente. A "ciência" neste caso revelou-se um bluff, uma caixa de surpresas, uma segurança para cépticos e as "autoridades" deram uma grande ajuda nisso, particularmente a barata-tonta que todos os dias faz os briefings da situação. Como se pode ler, agora acha que a situação é "complexa".

Por mim, há um ou dois motivos para se ter chegado até aqui: o primeiro é a inabalável arrogância da esquerda comunista, suportada por este governo, ao autorizar excepções como a da manifestação do 1º de Maio na Alameda.
A segunda tem a ver com outro fenómeno que vem do mesmo lado político: o medo de serem apelidados de racistas, xenófobos e outros mimos, como foi o caso de André Ventura quando disse que os ciganos tinham que ser controlados, tal como os demais cidadãos,  nos seus deveres decorrentes das leis de excepção que foram decretadas e obrigaram todos os cidadãos a um confinamento forçado.

Agora, perante estas evidências, com os factos conhecidos ninguém se atreve a dizer que o rei vai nu, nem sequer o mesmo André Ventura, certamente com o medo reflexo do ataque anterior.

Então para se ver a hipocrisia desta gente, basta ler o editorial de Octávio Ribeiro, director-geral na Cofina, no CM de 24 de Maio, acerca do problema geral que agora está exposto mas que ainda não se evidenciava nessa altura. Se tal fosse este mesmo Octávio nunca escreveria uma coisa destas, tenho a certeza:


Por isso é que este cripto-editorial na edição de hoje do mesmo CM é uma hipocrisia e revela um medo pior que o medo do bicho: "não me falem só do Jamaica", escreve o indivíduo. Fica tudo dito e tudo subentendido.

Portugal está assim:


 Nota suplementar: ao escrever isto, ouço o programa do filho de Sousa Tavares na Antena 2, A Lira de Orfeu que já tenho aqui elogiado. Começou o programa com uma prédica acerca de "George Floyd que morreu por causa do racismo" e iniciou logo um minuto de silêncio em homenagem a tal caso.

Desliguei o programa e tão cedo não volto a ouvir. Não se aguenta esta palermice pandémica.

Sem comentários:

O Público activista e relapso