terça-feira, abril 12, 2011

Frei Melícias e a Regra Bu(r)lada


A ordem franciscana, fundada por S. Francisco de Assis, tinha uma Regra Bulada ( na imagem tirada daqui) que dizia assim:

"Os frades a quem o Senhor deu a graça de trabalhar, trabalhem fiel e devotamente, de modo que, afastando o ócio inimigo da alma, não extingam o espírito da santa oração e devoção, ao qual as outras coisas temporais devem servir. Como mercê do trabalho recebam para si e seus irmãos o necessário para o corpo, menos dinheiro ou pecúnia, e isso humildemente, como convém a servos de Deus e seguidores da santíssima pobreza."

Frei Melícias, o frade que ajudou Guterres, nele confiando piamente, no governo de 1995 e por isso evoluiu na vida monástica adjunta do poder político, é um pobre franciscano que declarou há uns tempos, perante o estendal da sua pobreza franciscana:

"Com 71 anos, Vítor Melícias declarou, em 2007, ao Tribunal Constitucional um rendimento total de 111 491 euros, dos quais 104 301 euros de pensões e 7190 euros de trabalho dependente. 'Eu tenho uma pensão aceitável mas não sou rico', diz o sacerdote.

No início, os franciscanos tiveram grandes dificuldades em se fazerem compreender, porque não tinham por lá suficientes melícias para relativizarem o voto de pobreza...

(...)a chamada Regra primitiva, que prescrevia uma pobreza absoluta para os monges e para a Ordem, em imitação literal da vida de Jesus Cristo e seus apóstolos conforme narrada nos Evangelhos, que não possuíam nada pessoalmente nem em comum. Segundo o cronista inglês Matthew Paris, lá chegando, sujos e vestidos pobremente, foram ridicularizados pela corte de Inocêncio III, que mandou não aborrecê-lo com sua Regra, considerada excessivamente rigorosa e impraticável, e que fosse pregar entre os porcos. Tendo-o feito num chiqueiro próximo, coberto de lama voltou para o papa, que refletindo um momento, decidiu recebê-los em uma audiência formal depois que se lavassem.

Questuber! Mais um escândalo!