Ana Benavente, socialista responsável por mudanças no sistema de ensino que temos, assinou há dias um artigo no Público, para dizer mal da geração à rasca que cantou o desencanto com o ensino. Benavente acha que o ensino é a chave para "compreender o mundo em que vivemos e para reconhecer o valor da acção individual e colectiva para mudar e melhorar esse mundo, começando pela nossa realidade mais próxima".
E cita uma autora que lhe diz muito porque "a conforta na certeza de não estar só": Cynthia Fleury. Uma espécie de professor Boaventura no feminino.
"(...) é forçoso constatar que a escola se esforça sobretudo em formar não-perturbadores, pensando que tanto melhor preservará a saúde da democracia quanto mais produzir conformistas. Nada disso. Ensinando unicamente a norma e não o seu questionamento, instalamos a inevitável entropia: orquestramos o declínio da democracia. ( ...) é esta a razão pela qual o facto de reflectir sobre as novas práticas inovadoras da pedagogia é trabalhar directamente sobre a saúde democrática, no sentido em que isso significa pensar os fundamentos do projecto democrático."
Chega esta pequena passagem para dizer o seguinte: afastem esta senhora de qualquer programa ou projecto educativo de relevo! Afastem-na porque é um perigo. Foi dela a brilhante ideia das "áreas de projecto" e de "estudo acompanhado". Se não foi podia ser, porque no fim do artigo lamenta a sua extinção... e diz que isso reflecte uma ideologia de direita ( exactamente, esta senhora ainda pensa assim). Portanto temos uma senhora de Esquerda. Das tais que por aqui temos falado. A Esquerda das utopias e das ideias erradas que com boas intenções prejudicam gerações e inquinam o tecido social, como sabem dizer.
Na revista da CGD, deste trimestre, o sociólogo António Barreto, sobre este mesmo assunto diz assim:
"Nos últimos 20-30 anos os princípios pedagógicos que orientam os sistemas educativos portugueses e europeus tem vindo a privilegia a indisciplina, a espontaneidade, a criação pessoal. Eu acho que esses princípios deram mau resultado. A meu ver, os pontos de partida estão errados, como considerar que as crianças têm uma curiosidade natural por aprender, para saber mais, estudar, esforçar-se, para se organizarem. Nada disto é verdade. Essas são coisas que se aprendem e se treinam. Não se pode esperar que as pessoas tenham esse equilíbrio entre disciplina e rebeldia- não se ensina a rebeldia, porque isso não se ensina a ninguém, e ainda bem, mas é preciso ensinar a disciplina, e tem de se treinar o método de trabalho."
Entre estas duas concepções divergentes da Educação qual a que prevaleceu em Portugal? A da senhora Ana Benavente, está bom de ver. E com os resultados que temos.
Porque é que a senhora Benavente conseguiu meter esses conceitos errados nos programas e sistema de ensino? Porque admira todas as Fleurys deste mundo em que vivemos. Pensadoras da utopia e do erro. Porque a esquerda, dantes, combatia o capitalismo e a burguesia, em nome da sociedade socialista. Actualmente, com a falência do comunismo, resta combater o capitalismo e a burguesia, porque são " a direita", o demónio que os persegue nos sonhos utópicos.
E porque é que a senhora Ana Benavente teve o sucesso que teve? Porque é de Esquerda e assim se reivindica.
E António Barreto é de quê? Do Centro?!
A senhora Benavente começa por escrever que nos anos sessenta o analfabetismo era uma pesada herança. A partir dos anos setenta, np entanto " e sobretudo depois de Abril " é que foi a mudança- para melhor, está bom de ler. Os portugueses, com esta senhora Benavente e outros como ela que detestam acima de tudo " a direita" progrediram na alfabetização. As estatísticas da senhora dona Lurdes comprovam-no.
Mas há um pequeno pormenor que tal vez a senhora dona Lurdes entenda melhor que a senhora Benavente: no campo, os camponeses analfabetos sabiam mais, muito mais das tais competências com que aquelas agora enchem a boca, do que hoje em dia. Não sabiam ler nem escrever, talvez. Mas ensinavam os filhos coisas que a senhora Benavente nem sonha e a senhora dona Lurdes já esqueceu porque no Alto-Minho não se fazia só contrabando.
O analfabetismo hoje em dia, nos meios sociais da senhora Benavente, talvez seja bem maior do que nos anos sessenta nos meios rurais. Mas isso, a senhora Benavente e a senhora Fleury nunca entenderá.
E não precisa de entender. Basta que não chegue ao poder outra vez, porque o mal que nos fez é pior do que o de muitos criminosos. Matar a sociedade é um crime maior do que roubar carteiras.
E cita uma autora que lhe diz muito porque "a conforta na certeza de não estar só": Cynthia Fleury. Uma espécie de professor Boaventura no feminino.
"(...) é forçoso constatar que a escola se esforça sobretudo em formar não-perturbadores, pensando que tanto melhor preservará a saúde da democracia quanto mais produzir conformistas. Nada disso. Ensinando unicamente a norma e não o seu questionamento, instalamos a inevitável entropia: orquestramos o declínio da democracia. ( ...) é esta a razão pela qual o facto de reflectir sobre as novas práticas inovadoras da pedagogia é trabalhar directamente sobre a saúde democrática, no sentido em que isso significa pensar os fundamentos do projecto democrático."
Chega esta pequena passagem para dizer o seguinte: afastem esta senhora de qualquer programa ou projecto educativo de relevo! Afastem-na porque é um perigo. Foi dela a brilhante ideia das "áreas de projecto" e de "estudo acompanhado". Se não foi podia ser, porque no fim do artigo lamenta a sua extinção... e diz que isso reflecte uma ideologia de direita ( exactamente, esta senhora ainda pensa assim). Portanto temos uma senhora de Esquerda. Das tais que por aqui temos falado. A Esquerda das utopias e das ideias erradas que com boas intenções prejudicam gerações e inquinam o tecido social, como sabem dizer.
Na revista da CGD, deste trimestre, o sociólogo António Barreto, sobre este mesmo assunto diz assim:
"Nos últimos 20-30 anos os princípios pedagógicos que orientam os sistemas educativos portugueses e europeus tem vindo a privilegia a indisciplina, a espontaneidade, a criação pessoal. Eu acho que esses princípios deram mau resultado. A meu ver, os pontos de partida estão errados, como considerar que as crianças têm uma curiosidade natural por aprender, para saber mais, estudar, esforçar-se, para se organizarem. Nada disto é verdade. Essas são coisas que se aprendem e se treinam. Não se pode esperar que as pessoas tenham esse equilíbrio entre disciplina e rebeldia- não se ensina a rebeldia, porque isso não se ensina a ninguém, e ainda bem, mas é preciso ensinar a disciplina, e tem de se treinar o método de trabalho."
Entre estas duas concepções divergentes da Educação qual a que prevaleceu em Portugal? A da senhora Ana Benavente, está bom de ver. E com os resultados que temos.
Porque é que a senhora Benavente conseguiu meter esses conceitos errados nos programas e sistema de ensino? Porque admira todas as Fleurys deste mundo em que vivemos. Pensadoras da utopia e do erro. Porque a esquerda, dantes, combatia o capitalismo e a burguesia, em nome da sociedade socialista. Actualmente, com a falência do comunismo, resta combater o capitalismo e a burguesia, porque são " a direita", o demónio que os persegue nos sonhos utópicos.
E porque é que a senhora Ana Benavente teve o sucesso que teve? Porque é de Esquerda e assim se reivindica.
E António Barreto é de quê? Do Centro?!
A senhora Benavente começa por escrever que nos anos sessenta o analfabetismo era uma pesada herança. A partir dos anos setenta, np entanto " e sobretudo depois de Abril " é que foi a mudança- para melhor, está bom de ler. Os portugueses, com esta senhora Benavente e outros como ela que detestam acima de tudo " a direita" progrediram na alfabetização. As estatísticas da senhora dona Lurdes comprovam-no.
Mas há um pequeno pormenor que tal vez a senhora dona Lurdes entenda melhor que a senhora Benavente: no campo, os camponeses analfabetos sabiam mais, muito mais das tais competências com que aquelas agora enchem a boca, do que hoje em dia. Não sabiam ler nem escrever, talvez. Mas ensinavam os filhos coisas que a senhora Benavente nem sonha e a senhora dona Lurdes já esqueceu porque no Alto-Minho não se fazia só contrabando.
O analfabetismo hoje em dia, nos meios sociais da senhora Benavente, talvez seja bem maior do que nos anos sessenta nos meios rurais. Mas isso, a senhora Benavente e a senhora Fleury nunca entenderá.
E não precisa de entender. Basta que não chegue ao poder outra vez, porque o mal que nos fez é pior do que o de muitos criminosos. Matar a sociedade é um crime maior do que roubar carteiras.
20 comentários:
A árvore e a floresta.
Ao José, dou razão nas considerações que faz e nas opiniões citadas de António Barreto.
Ao José não reconheço razão, quando pretende atribuir maior virtualidade no analfabetismo do passado, ao benefício da diminuição do mesmo actualmente.
Aceito como admissível a ideia de que no passado, mesmo um anafalbeto, possuía uma mecanização e rituais de funcionalidade que os faziam detentores de um determinado tipo de conhecimento e saberes.
Mas hoje, quer se queira quer não, a forte diminuição do analfabetismo é benéfica e positiva para a evolução em sociedade. Assim se consiga, e aqui entra a outra razão do José, administrar/absorver qualidade de dsciplina como base fundamental da vida em sociedade. E neste ponto reconheço, os múltiplos ensaios no sistema de ensino - FALHARAM.
Há dois curricula :O aparente constituído pelas matérias que se estudam ,e o não aparente : A disciplina ,a honra ,o respeito pelas regras ,o espirito de sacrificio .A importancia que se dá ao segundo aqui no Reino Unido torna-se evidente logo pelo facto de todos os alunos,no ensino privado ou do Estado ,de ambos os sexos e desde a pré-primária,usarem uniforme.Coisa revoltante certamente para a lusa intelectualidade bem-pensante,mas para os Britanicos,esses liberticidas,indispensavel para que da escola não saiam gerações de jovens ignorantes e semi-selvagens.
Manuel: esse Reino Unido já era. V. tem a menor noção do que é a escola semi-pública (que eles nem a têm totalmente estatal)?
Sabe quantas mortes de professores existem?
Sabe onde é que já recrutam professores, por não haver ingleses que se ofereçam?
Olhe: cá, nos centros de emprego, por exemplo. E na Austrália.
Mas estava eu a dizer no outro post (por engano) que essa coisa da "área de projecto" é a maior trafulhice ideológica que se pode imaginar.
No Cartaxo, há alunos do 12º ano a terem como tema de "área de projecto" cenas de igualdade. E com as jotas socialistas infiltradas lá dentro.
A propósito do Dia da Mulher, esses mesmos alunos, na dita área de projecto, fizeram uma palhaçada de comemoração do dia da igualdade. E foi a 5 e não a 8, para serem tod@s mais iguais.
Juntaram a isso o "Plesidente da Câmara" e mais uma exposição do Museu Da Resistência com as tretas das mulheres no "facismo".
É para isto que servem as Benaventes; para infiltrarem as "forças vivas da terra"- leia-se- os partidários- dentro das escolas e fazerem a lavagem ao cérebro.
E isso do uniforme é giro mas não altera corno do caos do ensino inglês.
É bom não esquecer que o eduquês politicamente correcto até foi inventado na América.
E depois têm os problemas de imigração que nós ainda não temos. E a crueldade natural deles, para não esquecer.
O que cá se traduz por uns riscos no automóvel, ou umas bocas ordinárias por trás, lá é matar à tacada na cabeça no pátio da escola.
Por acaso o Barreto e VPV e Filomena Mónica dizem sempre que veio de França toda essa treta.
Virá nos livritos como dessa Fleury e de outros patuscos à ISCTE porque ainda é a tradição francesa que por cá perdura.
Mas o politicamente correcto é americano.
E nem sei se não foi mesmo nos bairros da Bronx que estas tretas começaram.
Não é mais porque depois ainda têm a tradição de meter tudo a trabalhar bem cedo e não financiam a escola até tão tarde.
Nós herdámos o duplo mal- o totalitário à franciú, e mais a escola-recreio à americana.
Mas isso de matar o povo, é trabalho dos jacobinos.
Estas novas gerações desaprenderam o conhecimento do senso comum e não têm nada para ensinar aos que vierem.
Nem são povo, já. São uma caricatura a falar brasileiro de novela e imitarem a padronização citadina.
Fui atrás da iliteracia do primeiro comentador.
"O analfabetismo hoje em dia, nos meios sociais da senhora Benavente, talvez seja bem maior do que nos anos sessenta nos meios rurais."
Mas sem a menor dúvida. Estes pedagogos são a ignorância em pessoa.
Carlos:
Não pretendo defender aqui o analfabetismo como superioridade intelectual.
O que pretendo é dizer que o analfabetismo dos anos sessenta que obviamente existia e obrigava muitas pessoas a pedirem a outras para lhes lerem as cartas dos filhos e maridos emigrados, estava caldeado por outros saberes como agora se diz.
E é em relação a esses saberes que acho que senhora Benavente não faz ideia do que fala. Saberes do campo, da fábrica, do costume que não se alterava com telenovelas ou séries americanas etc etc.
Por exemplo, os nomes. Eram então bem portugueses e não se copiavam as carinas brasileiras ou as modas mais kitsh como hoje acontece.
O saber do campo é muito extenso e rico. A senhora Benavente não sabe do que fala.
Esta gente que se reclama de Esquerda, jacobina como é o caso da senhora Benavente, é ignorante e para além disso muito perigosa, porque além de ignorantes são burros.
Estúpidos mesmo.
Falam de saberes e competências porque leram a noção em livros estrangeiros mas não conseguem aplicar aqui, na terra onde nasceram e vivem, tais noções que para eles não passam de abstrações.
Não percebem e nunca perceberam a idiossincrasia do povo português rural porque acabaram com isso. Ou melhor, a tv acabou com isso. E a tv é deles, desses jacobinos.
Pois é isso mesmo. E a sua frase final é totalmente verdadeira.
Mas a Benavente, segundo creio, até é da região do apelido.
Se alguma vez soube, desaprendeu tudo ao meter-se na política.
Quer ver "os saberes" da Benavente.
Em segundos o Google indica e o facebook conta:
Actividades e Interesses
Outro António José Seguro, UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta, revista dada, Amigos do Daniel Oliveira, Orgia Literária, Quinta dos Cozinheiros, Eco-Cartaxo - Movimento Alternativo e Ecologista, Officina Profumo Farmaceutica di Santa Maria Novella - Lisboa, Todos Contra la Mutilación genital femenina (MGF), PURO MARRAKECH, Direito à nacionalidade para quem nasce em Portugal!, Quinta do Casal Branco, Earth Day Network, Acreditar, Associação Abril, Evoleo Technologies, Elo Social, Karingana Wa Karingana, casa das Letras, Quinta de Vale de Flores, PS Portalegre, Equação comércio justo, Ajuda de Berço, FIM AOS RECIBOS VERDES, PELOS CUIDADOS PALIATIVOS EM PORTUGAL, Homem do Adeus - Uma estátua para o Homem que fazia a cidade sorrir, Casa Ruim, Aristides de Sousa Mendes, Reabilitação do Legado e da Casa de Aristides Sousa Mendes, Women's Film Institute, Confraria dos Amigos do Desporto Escolar, Solidaridad con Aminetu Haidar+para que los 32 días en Lanzarote no caigan en el olvido, Carvalho da Silva à presidência!, Lugares Comuns, Fórum Novos Paradigmas, ULis2011 - Centenário da Universidade de Lisboa, Quinta do Espinho, Petição pelo pluralismo de opinião no debate político-económico, Liga Portuguesa Contra o Cancro, contra o fim à comparticipação de 100% nos medicamentos, Demand Dignity, Clube A Linha, La Otra Revista, Porto Covo, para a acessibilidade para todos, Akacorleone, Mercearia Criativa, Basta de Touradas, Elizete Cardoso, projecto270
...................
eheheheh
Um retrato completo. Jacobina até à medula.
O que eu gostei mais foi do grupo de apoio ao Daniel Oliveira.
":O)))))))))
O Daniel Oliveira está a precisar de apoio? Hehe. De mim não leva nada! Também quer o Carvalho da Silva à presidência, não diz é de quê...
Pelo menos é contra as touradas, pode ser que nem tudo esteja perdido. -- JRF
O que é assustador nisso é tomarem um bacano -que é uma nulidade- por um intelectual e político e ele já ser mais conhecido que o pai.
"Sabe quantas mortes de professores existem?
Sabe onde é que já recrutam professores, por não haver ingleses que se ofereçam?"
Verdade! O ensino em Inglaterra é um desastre. Uma parte muito significativa dos miúdos chegam aos 16 anos praticamente analfabetos.
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