segunda-feira, abril 04, 2011

Já começou o descalabro

SIC:

Estão em risco os ordenados deste mês na empresa Metro do Porto. A própria administração reconhece as dificuldades, já que a empresa tem uma dívida de 2450 milhões de euros. O ministro das Obras Públicas diz que está atento e garante que está à procura de soluções.

Gastaram à tripa-forra. Nomearam não sei quantos administradores. Tudo em grande e à francesa. Que o metro é bonito e moderno, lá isso é. Viena em Áustria ( que como todos sabem é um país pobre) não tem um assim, a circular no Ring. Mas nós temos, olarila.
Gastaram aos milhões como se o saco não tivesse fundo. Agora estão à rasca.
Alguém vai pedir contas? A quem? Quem foi o autor do descalabro? O Governo? Tem costas muito largas mas há outros a nível local que merecem o nome nos jornais como autores deste escândalo.

Mas...alguém acha que o vogal-administrador Marco António vai ficar sem a sua cadeira em pele macia?
E sua Excelência o antigo administrador da TDM em Macau? Também vai ficar sem o magro salário do fim do mês, perante a excelente obra de administração que conduziu a empresa a uma falência sem remédio que não seja o costume- sermos todos a pagar a conta?

30 comentários:

José Domingos disse...

Uma greve, era capaz de ajudar, será que os comissários politicos, andam distraidos, ou existem ordens, para se fazerem, já com o governo eleito.

joserui disse...

Desde o 25A, o Metro do Porto é na minha opinião a obra que fez algo pela população, que mudou a região para melhor. Está bem planeado. Havia e há por aqui grande "know how" sobre a questão dos transportes na região do Porto -- décadas de conhecimento. E funciona, sempre cheio de gente.
Dito isto, deu para mamar alarvemente. Insuportáveis aqueles administradores acumuladores de cargos e de incompetências. É perguntar a essa gente que administração foi e é a deles.
José, de luxuosos o metro não tem nada. É novo. As primeiras composições aliás eram (e são) bem desconfortáveis e excessivamente ruidosas. -- JRF

josé disse...

Eu conheço o Metro do Porto. E o de Lisboa. E tenho uma boa impressão de ambos quanto ao asseio, ordenamento, disciplina etc.

Há uma grande, grande diferença entre estes metros e os de há 25 anos. Muito grande. Até nas pessoas que lá andam o que é qualquer coisa de esquisito para mim. Não se vêem trabalhadores das obras. Em termos de frequência o metro de Lisboa é mais "urbano" e asseado do que o de Paris, por exemplo.

Porém, a questão é outra: a que custo fica isso tudo? Talvez a custo aceitável. Mas...e o resto? As obras, as consultadorias ao Sérvulo e Cª , as negociatas, os carrões, os ordenadões da administraçao e tudo o resto?

O descalabro financeiro pode ser explicado pelo subfinanciamento, mas a administração não sabia? Não contou com isso? Não fez cortes e geriu melhor?

O sr. Fonseca que anda a fazer? A contar o ordenadão ao fim do mês?

joserui disse...

É isso... a que custo. Eu espero que exista dinheiro para o manter. Mas com dívidas de 2450 milhões, nem percebo que contas são feitas para pagar juros disso...
O Metro do Porto tem uma coisa para mim que é intrigante -- ser um sistema aberto. O civismo cá não é muito e obrigou a presença da PSP e Prosegur constantemente.
Mas suponho que seria impossível ser um sistema fechado. -- JRF

joserui disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
joserui disse...

Há uma voz corrente e frequente por cá que é o seguinte: para enfrentar o centralismo de Lisboa, é necessário apresentar orçamentos fictícios. Depois a realidade duplica ou triplica os valores e como o dinheiro tem de aparecer, aparece.
Aconteceu na Casa da Música, talvez o Metro tenha sido igual.
Também há um estilo de gestão (que tinha em Fernando Gomes o grande "ideólogo", mas não é exclusivo do Porto) que consiste em gastar o mais possível. Gastar até não poder mais. Com os mesmos objectivos de sacar o máximo a Lisboa. É deplorável.
Mas devia-se pensar o financiamento local de raíz. Porque uma cidade como o Porto viu a sua população sair para Gaia, Matosinhos, Gondomar etc. E teoricamente, sendo a segunda cidade, cada vez tem menos dinheiro para se governar. A gestão socialista fez o resto -- deixou a cidade falida (tal como o senhor PSD de Gaia vai deixar Gaia falida). É o que há. -- JRF

zazie disse...

"Não se vêem trabalhadores das obras"

Há muito que se deixaram de ver nos transportes públicos. Vão todos nas carrinhas. De metro andam extremos.

Mas é excelente e pode compará-lo com mais que não fica a perder. Quanto a segurança isso foi resolvido há muito tempo. Já não existem aqueles bandos da zona Jota a entrarem de roldão e a criarem o pânico desapertando as lâmpadas.

zazie disse...

O que também se deixou de ver foram operários nos autocarros e camionetas. Aqueles que andavam com as lancheiras.
Acabaram a maior parte das fábricas.

josé disse...

Em Lisboa é raro ver operários e empregados de obras que não seja nas próprias obras. A multidão que se move em Lisboa, nas ruas, é eminentemente urbana. Citadina. Como em qualquer cidade da Europa.

Confesso que acho isso estranho. Parece uma cidade de zombies, todos muito iguais. Acho que dava um filme do Cronenberg

josé disse...

Mas há uma coisa curiosa: não se vêem pessoas a ler jornais no metro ou nos transportes públicos. Não se vê mesmo ninguém. Talvez um ou outro que leia o destak ou o metro, mas mais nada. Estranho. E de vez em quando vê-se alguém a ler um livrito. Raro, mas vê-se. Jornais é que não.

Porque será?

zazie disse...

Sim, é isso. É muito mais homogénea que a londrina, por exemplo.

Mas via-se dantes, em indo para Moscavide, por exemplo. E deixou de se ver.

Vê pessoas diferentes no que resta dos bairros populares. Tipo Castelo e Alfama.No Bairro Alto também já desapareceram.

zazie disse...

Pois não. Nem nos transportes nem no médico. Ninguém lê. Nos consultórios até preferem ver televisão.

E eu não posso falar porque, infelizmente, também não posso ler em andamento que vomito logo.

ehehehhe A sério; enjoo. Enjoo mesmo sem ler, andando de carro.

zazie disse...

Pior que isso só nas "matinés de reservados" da BN. Nos microfilmes. Tenho de levar água mineral e venho sempre esverdeada.

":O))))))

josé disse...

A Lisboa de agora é muito diferente da de há 30 anos. Mais ordeira, mais igual, mais normalizada.

No outro dia, há meses quero dizer, em pleno Inverno, pelas oito da noite, cheguei a um sitio que muitos julgam ser o antigo Vietnam: perto da Amadora onde havia uma exposição de bd, sobre o centenário da República.

Saí da última estação de metro e fui a pé um bom quarto de hora, por locais pouco iluminados e que depois me disseram serem perigosos.

Não achei nada. Até gostei do ordenamento dos prédios, sem grande sujidade,bem feitos, com o trânsito próprio de um subúrbio e até agradável.

O sítio é agradável e nada do que me contaram que era.

zazie disse...

Mas acha que é diferente na província. Os meus amigos da província também dizem coisas estranhas que eu não noto.

Uma diz que se vê gente horrível, com ar primitivo como em mais lado algum.

E é mentira- primitivo a sério vi eu em camionetas na área de Viseu e na Madeira.

Primitivo- proto-sapiens.

":O)))))

Wegie disse...

Ainda me recordo com repulsa de ouvir a um personagem o seguinte:

- Convidaram-me para a Administração da Metro do Porto. Mas não vou. Pagam uma miséria.

Foi para a EDP.

zazie disse...

Uma vez entrou uma enxurrada de tropas, numa camioneta, perto de Viseu e era de meter medo. Com facies que fariam a delícia de um Darwin.

zazie disse...

Quem era ele? os morcões conseguem ultrapassar tudo, nesse novo-riquismo de aspirador.

josé disse...

Em Moscavide, ainda subsistem laivos do antigamente. Perto da linha de combóio há um centro de "recreio" onde se podem ver os velhotes à porta a tomar sol. Sempre.

A urbanização é antiga, os restaurantes que me parecem bons ( o Grelhados por exemplo) e o ambiente ainda ressuma um bocado a antigamente.

Mas sente-se algo esquisito: população envelhecida e pouca juventude.

zazie disse...

É verdade. Acabaram os pastores no Campo Grande; as carroças à porta das mercearias e até os pedintes com cabras e os homens dos gelados.

E há menos drogados à vista. Agora é mais imigra sem-abrigo.

Agora esse subúrbio, não sei, não. É capaz de ter tido sorte. A Linha de Sintra está espatifada e a do Estoril nem quero ver, para não me sentir mal.

Nunca mais voltei ao Tamariz da minha infância.

zazie disse...

Sim. Moscavide é um local histórico. A juventude não existe. Mas come-se bem e serve para um levantamento sociológico dos comunistas alentejanos e dos ciganos.

zazie disse...

Também tem isso na parte velha dos Olivais.

Aqui mais para o centro, Alfama, mas muito ligeiramente.

zazie disse...

Eles espatifaram o urbanismo. Destruíram muitos bairros. A vida de bairro é que aguenta tudo. Londres ainda a tem; Paris, muito menos.

Eu ainda moro num dos raros bairros lisboetas com excelente qualidade de vida.
Mas são muito poucos.

zazie disse...

Agora é só torres e já nem fazem quintais, nem quarteirões fechados, com quintais nas traseiras. Era uma tradição inglesa (dizem) lindíssima que acabou.

Carlos disse...

Lica - 1º comentário

Gostei e ainda me estou a rir.

zazie disse...

Esta sujeita foi a iniciadora- é a capataz daquela tropa fandanga toda que vive no Ministério. Os pedo-coisos.

E isso da "área de projecto" deve ser doença. No outro dia soube que uma turma do 12º ano de uma escola do Cartaxo tem como área de projecto uma cena pela igualdade. Até fizeram marcha no dia 5, para não ser apenas da mulher mas de tod@s e tod@s. E meteu presidente da Câmara. Porque é assim que se infiltram nas escolas. As jotas quarentonas e cinquentonas é que mandam.

Colmeal disse...

José,

Na realidade cada vez se vê menos pessoas a ler o jornal nos transportes públicos, o que não significa que haja menos gente a ler jornais. Tenho uma ideia que as pessoas evitam é de comprar o jornal ... por exemplo, já estive no Corte Inglés em vários dias e a horas diferentes e na zona dos jornais aquilo está apinhado de gente a ler os jornais, comprá-los vi pouca gente a fazê-lo ...
Talvez sejam sinais dos tempos que correm e dos preços dos jornais.

Choldra lusitana disse...

D dita cuja usa perorar as suas teorias insanas na Mexicana,rodeada de um grupo de imbecis de salao e aos quais os restantes comensais deram o oportuno epiteto de "brigada dos encalhados".Verifica-se que a politica e troca de ideias sao meras desculpas para o que verdadeiramente os leva:ao engate.Mas nem assim se salvam,continuando solitarios e entretidos entre as suas divagacoes inocuas e imbecis.Perfeitos imbecis de salao!

Choldra lusitana disse...

Claro que o meu comentario se refere ao post sobre as teorias pseudo-gauchiste da Dona Ana Benavente.

Karocha disse...

E Lá vamos dar a Macau!

O Público activista e relapso