Não para se apurar o eventual crime de falsificação original, prescrito devido ao decurso do tempo, mas para averiguar da veracidade material de documentos posteriores, nomeadamente um certificado emitido em 2003 e um outro emitido em 2000 e enviado para a Câmara da Covilhã.
O que o antigo director de cursos na UnI afirmou em tribunal, sob juramento, - "José Sócrates não é engenheiro, mas sim supostamente licenciado em Engenharia Civil"- é suficientemente grave para reabrir esses inquéritos ou abrir novos. José Sócrates já não é primeiro-ministro, não goza por isso das prerrogativas do cargo e como estamos num país democrático em que as instituições, acima de tudo, devem ser um exemplo para os demais cidadãos, impõe-se essa nova indagação em moldes diversos da efectuada pelo DCIAP em data passada.
Os indícios de falsificação são tão graves e tão sérios, perante estas novas afirmações que não se compreende que tal não seja ponderado por uma questão de justiça elementar e seriedade básica.
Esta questão não deve ser varrida para debaixo do tapete ou relegada para o olvido como águas passadas.
Aquele que agora fala, Eurico Calado, na altura, em 2007, em plena maioria absoluta do suposto engenheiro, ficou calado. Como um rato? Mas como, se nem sequer estava no Largo?
Um português típico? Mas como, se era professor universitário, com currículo prestigiado, com passado que atestava competência, foi capaz de calar assim?
Será este o exemplo da tragédia que nos assolou durante uma dúzia de anos e determinou o futuro dos nossos filhos ? É bem capaz.
E isto fica assim, sem mais nada que não

Será que isto vai mesmo ficar assim? Não haverá ninguém, em Portugal, capaz de fazer a JUSTIÇA que se impõe?
PS. O artigo do Sol refere-se vagamente à "blogosfera" como tendo sido o sítio onde o assunto foi abordado em primeira mão. É uma incorrecção e uma injustiça não referir o blog Do Portugal Profundo, cujo autor até escreveu um livro sobre o assunto, muito melhor documentado do que alguns ensaios que por aí se vendem ao desbarato. E foi o primeiro blog que dedicou postais e postais ao assunto, sendo quase certo que não fora o mesmo e o assunto teria sido varrido para debaixo do tapete das irrelevâncias, como muitos outros. O Público, na Páscoa de 2007 apenas lhe deu a visibilidade mediaticamente institucional.
O jornalismo nacional é assim e não se vê remédio para esta mediocridade.