terça-feira, julho 05, 2011

jornal i: coma assistido?

O novo director do i é António Ribeiro Ferreira e apresenta-se assim aos leitores:

"Trinta anos de jornalismo. Hoje começa mais uma etapa. Na direcção deste jornal nascido a 7 de Maio de 2009. Não vale a pena gastar espaço com lugares-comuns. Não vale a pena entrar em grandes filosofias.Mas faz todo o sentido afirmar que me sinto muito honrado por trabalhar com uma equipa notável, que resistiu a ventos e marés e esta pronta para enfrentar todos os desafios [para quem prometeu não entrar em lugares-comuns no parágrafo anterior, é obra]. E que conseguiu pôr de pé um diário de referência e de grande qualidade. Não faço promessas. Mas garanto que tenho um sonho. Vencer."

Vencer o quê? A "batalha da qualidade", com uma escrita assim? Com um título de primeira página que promete o que não dá no interior, ou seja a explicação da tal "razia"?
O termo "razia" remete imediatamente para o jornalismo desportivo. Mas...Ribeiro Ferreira não foi isso mesmo, um jornalista desportivo? A modalidade será esta?

Espero sinceramente que o i vingue nas vendas. Que se aguente no panorama da imprensa nacional. Mas pressinto que não vai lá com mais este jornalista desportivo que deu em director de jornal.
O problema do jornalismo português é um problema intrínseco à qualidade dos jornalistas que o produzem e cuja densidade cultural é fácil de perceber e explicar: ou são de esquerda com toda a idiossincrasia e todos os lugares-comuns que foram acumulando na mentalidade que os consome; ou são assim-assim, nem carne nem peixe e portanto ornitorrincos culturais, sem eira nem beira, mas com referências no meio ambiente. Que é de esquerda como sempre foi, desde há mais de trinta anos a esta parte. Temos mais uma tragédia cultural a acrescentar à outra, económica. E que lhe deu o alento principal.

PS às 23:20:
O novo dono do “I”, Jaime Antunes, estabeleceu um prazo de cinco meses para o diário, que vende em média 8500 exemplares por dia, se reestruturar e subir as vendas.

"O processo tem de ser rápido. O mercado não está fácil. Estabeleceu-se um prazo de quatro ou cinco meses e, até lá, temos de concretizar uma mudança", disse o gestor em entrevista ao Jornal de Negócios.

Para Jaime Antunes, a redução de custos é uma prioridade. Neste sentido, a nova equipa vai fazer um “ajustamento de pessoal” e deixar de pagar aos seus colunistas, pelo menos, durante o período de reorganização.

Comentário: não vai conseguir. Este director é pior que o anterior e ambos são piores que o primeiro. Jaime Antunes é anda pior que todos eles...pior no sentido de não ter qualidade para um journalismo "gourmet". É mais bacalhau quer alho.


Questuber! Mais um escândalo!