O jornalista José Pedro Castanheira, no Expresso de hoje, não se limita a assinar o artigo referido. Sobre um assunto interessante mas requentado ( os doentes que nos governam, citando um livro estrangeiro) nada melhor que repescar outro tema do Estado Novo, neste caso a doença e sucessão de Salazar para ilustrar o assunto. O caso de Cunhal nem sequer é abordado, pois claro. É coisa que desvirtua o revisionismo histórico que afincadamente os jornalistas tipo Castanheira regurgitam ao longo dos anos e tem-no registado para a posteridade que não sabe ler, nem tem quem lho ensine.
Castanheira relata factos pelo que o revisionismo aparece como o daquelas fotos do regime soviético em que as imagens apagavam da realidade todos os que deixavam de interessar ao regime, passando ao estado de não-existência virtual.
Sobre o acidente de Salazar, em 5 de Setembro de 1968, conta que durante um mês ninguém soube de nada ( "nem o país nem a classe dirigente", escreve). E nada de quê? Pois, do acidente e das "falhas de lucidez, raciocínio e linguagem", num Salazar que governava. Mas logo a seguir desmente-se ao escrever que alguns colaboradores se aperceberam. Certamente colaboradores não dirigentes...
Outro facto relatado pelo jornalista Castanheira: em 6 de Setembro de 1968 Salazar foi operado a um hematoma craniano e " recuperou de forma espectacular". Mas "quando estava na iminência de obter alta foi acometido por um devastador AVC, que o deixou em coma e paralisado do lado direito." Então, 10 dias depois, foi exonerado do cargo de presidente do Conselho e em dez dias substituido por Marcello Caetano.
Sobre esta substituição só uma referência às intrigas palacianas sobre os sucessores. E um facto mais, revisitado por Castanheira: Salazar continuou a viver na residência de S. Bento, "durante mais de ano e meio, numa autêntica ficção, protegido do mundo e rodeado pelas rotinas a que se habituara durante décadas de poder solitário e quase absoluto."
Pois bem, para revisitar esse tempo com notícias da época, mesmo altamente controladas pela Censura Prévia, aqui ficam algumas imagens de revistas que nos dão a explicação do que se passou, com os pormenores que todos sabiam na época e sem mistérios demasiados, como o que rodeou sempre a vida de um Álvaro Cunhal e outros próceres de regimes que Castanheira pelos vistos não conhece ou não quer lembrar. É que a história de quem esconde doenças e vida particular assenta muito melhor em Cunhal do que em Salazar...e sobre regimes democráticos ou não democráticos nem vale a pena falar nisso.
Castanheira relata factos pelo que o revisionismo aparece como o daquelas fotos do regime soviético em que as imagens apagavam da realidade todos os que deixavam de interessar ao regime, passando ao estado de não-existência virtual.
Sobre o acidente de Salazar, em 5 de Setembro de 1968, conta que durante um mês ninguém soube de nada ( "nem o país nem a classe dirigente", escreve). E nada de quê? Pois, do acidente e das "falhas de lucidez, raciocínio e linguagem", num Salazar que governava. Mas logo a seguir desmente-se ao escrever que alguns colaboradores se aperceberam. Certamente colaboradores não dirigentes...
Outro facto relatado pelo jornalista Castanheira: em 6 de Setembro de 1968 Salazar foi operado a um hematoma craniano e " recuperou de forma espectacular". Mas "quando estava na iminência de obter alta foi acometido por um devastador AVC, que o deixou em coma e paralisado do lado direito." Então, 10 dias depois, foi exonerado do cargo de presidente do Conselho e em dez dias substituido por Marcello Caetano.
Sobre esta substituição só uma referência às intrigas palacianas sobre os sucessores. E um facto mais, revisitado por Castanheira: Salazar continuou a viver na residência de S. Bento, "durante mais de ano e meio, numa autêntica ficção, protegido do mundo e rodeado pelas rotinas a que se habituara durante décadas de poder solitário e quase absoluto."
Pois bem, para revisitar esse tempo com notícias da época, mesmo altamente controladas pela Censura Prévia, aqui ficam algumas imagens de revistas que nos dão a explicação do que se passou, com os pormenores que todos sabiam na época e sem mistérios demasiados, como o que rodeou sempre a vida de um Álvaro Cunhal e outros próceres de regimes que Castanheira pelos vistos não conhece ou não quer lembrar. É que a história de quem esconde doenças e vida particular assenta muito melhor em Cunhal do que em Salazar...e sobre regimes democráticos ou não democráticos nem vale a pena falar nisso.


Desse modo não enganavam ninguém e permitiam que se lesse o que escrevem, como dantes se liam os jornais no regime que desvirtuam historicamente- nas entrelinhas.