sábado, julho 09, 2011

O jacobinismo no MP

Segundo o Expresso de hoje, o magistrado do Ministério Público no 2º juizo criminal de Lisboa, onde decorre o julgamento do caso "família de Silva Pais contra Peça de Teatro no Teatro Nacional D. Maria II", pediu a absolvição dos acusados porque " Uma peça de teatro é uma criação artística e como tal diferente de uma investigação histórica ou jornalística".

Pois bem. Se um autor teatral escrever uma peça de teatro em que diga expressa ou veladamente que um antigo presidente da República seria pedófilo, o que lhe acontece se o visado ou a família reagirem judicialmente? O Ministério Público vai dizer o mesmo que agora este magistrado disse e que o assunto é do âmbito da História?
Não vai. Claro que não vai.
O problema do Ministério Público que temos, neste caso, é apenas idiossincrático. O Ministério Público surgido com o 25 de Abril era dominado totalmente pelo PCP. Depois, pelo jacobinismo.
E continua a ser assim. Por isso mesmo, os crimes previstos no Código Penal tem um valor geométrico, com ângulos variáveis e se o caso assume contorno político como este assume, a idiossincrasia antiga vem toda ao de cima, como veio. Os ângulos deslocam-se para a esquerda ou direita conforme os vértices da idiossincrasia de quem aprecia. Dificilmente se posicionam num centro inimaginável de total isenção e desvinculação ideológica. Por estas e por outras o crime de Atentado ao Estado de Direito não existe no regime actual se o PS for poder. É, no dizer de Fernanda Palma, professora de Direito Penal, um crime "adormecido". Acordará apenas com a mudança de poder e idiossincrasia.

PS. O pequeno artigo, sob epígrafe "Estado Novo" é assinado no Expresso por José Pedro Castanheira, o mesmo que co-escreveu o livro que originou a peça de teatro. Percebem esta isenção não percebem? Esta gente acha-se no direito absoluto à verdade revelada pela ideologia esquerdista. E passados mais de 37 anos continuam na mesma. E não se coíbem de escrever sobre um assunto em que são parte directamente interessada sem declaração desses interesses ideológicos em que manifestem algum pudor deontológico. Acham-se neste direito de pernada no jornalismo. É assim e foi sempre assim no jornalismo português das últimas décadas. São os arautos da chamada superioridade moral do...jornalismo caseiro.

1 comentário:

José Domingos disse...

Ser-se de esquerda, é ser-se iluminado, ter toda a autoridade moral, é um ser abençoado.
Melhor ainda, quando se fica gordo e luzidio, á conta do erário público. São uns m. que levaram o país á ruina, como o já tinham feito.

O Público activista e relapso