Os media conseguem fazer uma campanha só com fait divers. Foi assim em 2009: os jornalistas conseguiram fazer uma campanha sem forçar o tema central do país (endividamento) . A coisa parece que se vai repetir. Há um tango permanente entre os media e o spin de Sócrates. O tom e a escolha de temas favorece sempre os malabarismos de Sócrates e prejudicam aqueles que querem falar seriamente da realidade. Ferreira Leite foi crucificada por causa disto . Na sociedade e, por arrastamento, nos media, existe uma cultura de cinismo pós-moderno que chega ao ponto de desprezar a realidade ("ai, o Medina Carreira diz sempre a mesma coisa"; pois, a realidade e verdade não mudam, meus amores) em detrimento dos jogos florais ("ai, o Nobre", "ai, o telefonema"). Por uma vez na vida eu gostava de ver os media preocupados com a realidade do país e não com os joguinhos dos mestres do spin. E a realidade é esta:
I. Temos a segunda maior vaga de emigração dos últimos 160 anos. Temos a segunda maior fuga de cérebros de toda a OCDE. Há maior fracasso que este? Mas é inacreditável o silêncio dos media em relação a esta fuga em massa de portugueses. Parece que é tabu. Nós estamos a emigrar como nos anos 60, mas não se fala disso.
II. Na última década, Portugal teve o pior crescimento económico dos últimos 90 anos.
VII. Cerca de 50% de todo endividamento nacional deve-se, directa ou indirectamente, ao nosso Estado
Em vez de partirem desta base, os media partem do spin que chega às redacções. Os jornalistas não vão à procura da realidade pelo seu próprio pé. Recebem a realidade filtrada pela indústria do spin associada ao Poder. Temos, assim, um debate inquinado à partida, um debate sempre enxameado de casos e fait-divers. Há um nevoeiro permanente em redor da realidade, em redor dos problemas.
Em Portugal, a realidade não é a gramática dos jornalistas e dos media. Neste terreno, os demagogos vencem sempre. Quando os factos e a realidade não são o vocabulário do debate público, os demagogos vencem sempre.
9 comentários:
lenine, estaline, mao, hitler, mussolini, pinochet
eram todos socialistas
'uns mais que outros'
este é o pior de todos
vive da agit-prop, da opressão-repressão
e o rectângulo cada dia mais falido
O "jornalismo" em Portugal, limita-se, a escrever o que lhe mandam, eless, é que dizem ao povo, qual é a realidade. Acho, que alguns, começam a dar ares de orfãos. Já beijam, qualquer cú, que lhes passe ao alcance, andam, nitidamente, á procura de padrinho.
Mas,felizmente,também há bons JORNALISTAS.
Enquanto o País está nesse estado moribundo de que ninguém fala, o inenarrável aproveita a tolerância de ponto para ir de férias para o Algarve, logo na 5ª feira à tarde.
Umas merecidas férias, digo eu...
Em Hotel de 5 estrelas, porque isto de ser 1º Ministro obriga a estas mordomias...
http://www.vidas.xl.pt/noticia.aspx?channelId=83c1118f-0a09-426d-88d0-7a0980df951a&contentId=e7440036-1921-425e-9dab-2486c7719235
E o povo? De que vive o povo português? Como responde à repressão e à falência? Votando no Sr. Sócrates e seus apaniguados?
.."Não se governam nem se deixam governar". E a ditadura também não é solução. A última acabou por lançar o País num segundo Alcácer Quibir que viria a dar origem a um processo de descolonização a todos os títulos vergonhoso e lesivo dos interesses de PORTUGAL.
Espere pelo dia 5 Junho, e depois falaremos.
O mais lastimável é que os sacrifícios que vão exigir aos inocentes,de nada vão servir.
Após a eventual recuperação,a canalha política prosseguirá na mesma senda.
Só seria diferente se fossem enjaulados e confiscados.
Pior que isso, é que a canalha política não vai fazer sacrifício nenhum.
Vai continuar a viver à grande e à francesa.
Veja-se o nosso 1º ministro a aproveitar estas mini-férias num hotel de 5 estrelas no Algarve.
Crise? Qual crise?
Porque é que a Troika se reuniu, com os maiores escritórios de advogados
?
Via Blog Pedro Santana Lopes.
Para pedir um parecer?
Ah ah ah
Não há jornalismo. É apenas um marketing rasteiro e não vulgar apenas por ser muito profissional.
Até as escolas de jornalismo necessitam de ser arejadas.
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