Em 1975 surgiram em Portugal dois diários, entre outros mais, que merecem destaque. O primeiro foi o Jornal Novo, dirigido inicialmente por Artur Portela Filho e com um corpo redactorial que se pode ler clicando na imagem. O Jornal Novo era um jornal que poderia ser considerado moderado no âmbito do PREC que então se vivia. Mas não era de modo algum o jornal que afirmava qualquer ideia de direita por muito remota que pudesse ser. Era social-democrata, no máximo e pelo menos socialista democrata segundo se pode ler na ficha de colaboradores. Mais tarde, com outra direcção ( Proença de Carvalho também passou por lá) mudou para A Tarde.

Se formos ler as fichas redactoriais dos dois jornais encontramos pessoas que ainda hoje andam por aí nos media. Não mudaram assim tanto a orientação ideológica e que me parece simplesmente ser de esquerda "suave", ou seja, social-democrata. Socialista democrática, se quiserem.
A "direita" aqui, nestes jornais? Não existe. Non est. Não se apresenta a concurso. Por isso arranjem lá outra taxinomia que a que usam é um embuste.

Então onde residem as diferenças substanciais e ideológicas que determinam agora que o PS encoste o PSD à direita? Alguém as topa ou afinal é tudo um fogo de vista ideológica para captar votos precisamente entre aqueles que eram então o "inimigo principal" e comum- a esquerda do PCP e a extrema-esquerda?
Estes dois jornais, aliás, foram citados por Vasco Gonçalves no seu discurso alucinado de Almada que iniciou o fim do PREC. Citou expressamente o Expresso e o Jornal Novo como jornais "reaccionários".
Evidentemente que se o PREC tivesse ido avante, os camaradas teriamposto o cadeado nas portas dos dois jornais e eventualmente prendido os seus directores e jornalistas. Iriam para campos de reeducação democrática. E arranjariam sempre uma explicação convincente para o acto de censura e repressão da liberdade: bastar-lhes-ia apodar os jornais de "contra-revolucionários"...
Evidentemente que se o PREC tivesse ido avante, os camaradas teriamposto o cadeado nas portas dos dois jornais e eventualmente prendido os seus directores e jornalistas. Iriam para campos de reeducação democrática. E arranjariam sempre uma explicação convincente para o acto de censura e repressão da liberdade: bastar-lhes-ia apodar os jornais de "contra-revolucionários"...

1 comentário:
entrei para a fac ciências 1950.
tornei-me amigo dum colega que era estalinista. almoçamos no verão quente de 75. dizia com amargura que no dia 25.iv rebentou o cano de esgoto e só veio trampa à superfície.
em 49 no final dum comicio de norton de matos na voz do operário conheci alguns elementos que mais tarde encontrei durante a minha vida profissional. foram eles que me levaram para a maçonaria no começo dos anos 60.
a escumalha que nunca fora nada fez-me a vida negra depois do 25.iv.
consolava-me mandando-os bardamerda
ainda hoje tenho dificuldade em aceitar a escumalha de esquerda
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